Uma embarcação denominada “Roberto” naufragou esta quarta-feira (06), no distrito de Matutuine, província de Maputo, tendo resultado em um morto e oito desaparecidos.
Segundo a Administradora Marítima de Maputo, Odete Muianga, as autoridades receberam informações dando conta do naufrágio de um barco de pesca, que estava a navegar numa zona denominada Cabo Verde, em Matutuine, por volta das 08h30, do dia 06 do mês corrente.
“A bordo desta embarcação estavam 12 tripulantes e, até aqui, conseguimos resgatar um morto e três com vida que se encontram hospitalizados e fora do perigo. Os restantes oito ainda não foram encontrados, mas as buscas continuam com o apoio da Polícia Costeira e mergulhadores”, contou a fonte.
A fonte avançou que a embarcação se fez ao mar sem ter feito nenhum registo e também se encontra com a licença de pesca fora do prazo.
“Os tripulantes cometeram duas infracções, primeiro por terem saído sem autorização de navegabilidade e também por se terem feito ao mar sem a devida licença de pesca”.
Falando à imprensa esta quinta-feira (07), no âmbito da actualização dos dados sobre o incidente, a fonte esclareceu que há mais de cinco anos que não há registo deste tipo de naufrágio e muito menos de embarcações que circulam ilegalmente. (M.A)
Pouco mais de quatro mil hectares de diversas culturas foram perdidos devido ao calor intenso que se faz sentir nos últimos dias na província de Maputo. As temperaturas máximas rondam entre os 32 a 40 graus Celsius, caracterizadas pela ausência de chuvas.
Segundo a directora Provincial de Agricultura e Pescas em Maputo, Mariamo José, a situação deste ponto do país na primeira época agrária 2023-2024 é bastante delicada, porque a vaga de calor não só afecta a agricultura, como também o sector da pesca. Falando à imprensa, Mariamo José explicou que a situação é provocada pela ocorrência do fenómeno El Niño, caracterizado pela falta de chuva nesta parcela do país. Este fenómeno ocorre entre dois a sete anos e dura, aproximadamente, entre nove a 12 meses.
Entretanto, de acordo com a Classificação Integrada da Fase de Segurança Alimentar (IPC), de Outubro de 2023 a Março de 2024, mais de 3 milhões de pessoas em Moçambique enfrentam insegurança alimentar aguda. No sul do país, o número de pessoas que necessitam de assistência resulta do esgotamento das reservas alimentares por causa da seca. (M.A)
O Governo procedeu esta quarta-feira (06 de Março) à entrega de cinco escolas, três centros de saúde e 800 habitações, totalizando 808 infra-estruturas, às comunidades afectadas pelos ciclones Idai e Kenneth em 2019 na cidade da Beira. Estas actividades foram lideradas pelo Ministério das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos (MOPHRH), através do Gabinete de Reconstrução Pós-Ciclones Idai e Kenneth (GREPOC), marcando um passo firme na reconstrução resiliente na província de Sofala.
Trata-se de infra-estruturas construídas no âmbito do Programa de Mecanismo de Recuperação (MRF), com o apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e União Europeia em recursos financeiros, materiais e humanos para a recuperação dos meios de vida e reconstrução resiliente das infra-estruturas.
Dados facultados pela Secretaria do Estado de Sofala indicam que, do universo das escolas construídas, quatro estão localizadas na cidade da Beira e uma em Mutua, distrito de Dondo.
Consta ainda a entrega dos centros de saúde do Sengo, centro de saúde de Chinamacondo, no distrito de Dondo, centro de saúde da Manga Loforte (Bloco externo e farmácia), na cidade da Beira, bem como 800 habitações, das quais 538 são construções convencionais e resilientes novas e 262 reabilitadas na província de Sofala.
No acto da entrega, o ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, Carlos Mesquita, referiu que as intervenções de reabilitação e/ou construção de habitações e escolas permitiram que mais de mil famílias das comunidades afectadas passassem a ter acesso à habitação condigna e resiliente, assim como 10.955 alunos passaram a ter acesso à educação em salas de aula condignas e seguras, o que permite ter as condições psico-pedagógicas condignas para o ensino e aprendizagem.
“Solicitamos que conservem estas infra-estruturas, que elas não sirvam apenas como local educacional, mas também uma oportunidade para surgimento de talentos em várias áreas desportivas e culturais. Quero agradecer aos nossos parceiros, em especial aos doadores do Programa de Mecanismo de Recuperação, por terem direccionado palavras de conforto e imediatamente canalizaram os seus apoios para aliviar o sofrimento das comunidades afectadas, em coordenação com o Governo de Moçambique”, disse Carlos Mesquita.
Por sua vez, o embaixador da União Europeia, António Maggiore, e o representante do PNUD, Edo Stork, comprometeram-se a apoiar não apenas em momentos de desastres, mas também em iniciativas diversas para o desenvolvimento sustentável de Moçambique. “O nosso papel como parceiros é contribuir para a melhoria das condições de saúde e educação das pessoas desfavorecidas, para que haja um desenvolvimento mais sustentável das comunidades”, destacou Maggiore. (Carta)
Funcionários e Agentes do Estado gravaram um vídeo esta quarta-feira (6), no qual acusam o governo e o presidente do conselho municipal da vila do Ibo de os ter abandonado, colocando em risco as suas vidas.
Segundo explicam, no vídeo de mais de três minutos, as autoridades na ilha do Ibo estão a impedir a saída de qualquer funcionário ou agente do Estado, que se pretende deslocar à cidade de Pemba e outros locais seguros, em virtude da ameaça de um ataque à vila pelos terroristas a partir da ilha Quirimba.
Os Funcionários e Agentes do Estado denunciam estar a passar fome, ao mesmo tempo que acusam o edil Issa Tarmamade de estar a impedir a saída destes, não obstante a sua actuação esteja limitada à jurisdição municipal.
"Somos funcionários de todos os sectores aqui no Ibo e estamos indignados com o nosso governo do distrito. Desde domingo passado estamos a dormir nas matas. Não temos o que comer, as barracas estão encerradas e não somos autorizados a sair daqui para zonas seguras. O governo do distrito alega questões de segurança só para funcionários, mas quando se trata de outras pessoas não há impedimento para saírem daqui para Pemba e para outros pontos da província. Então, estamos a gravar este vídeo no sentido de pedir socorro ao governo provincial. O que mais nos preocupa é o facto de o Presidente do Conselho Municipal do Ibo, Issa Tarmamade, usurpar os poderes dos outros e ocupar a cadeira que não lhe compete. Issa Tarmamade é presidente do município, mas acaba se colocando no lugar de Administrador. Ele foi administrador e já cessou, mas estranhamente está a inviabilizar a nossa saída daqui do Ibo" disse um funcionário em nome dos restantes colegas.
Desesperados, os funcionários pedem a intervenção do governo Provincial e do Presidente da República. "O inimigo está próximo de nós, Quirimba não dista dez milhas e há rumores de que os terroristas querem invadir a vila. Lá em Quirimba estão a destruir casas de funcionários e, mais grave ainda, os terroristas conhecem os nomes de todos os funcionários. Queremos que a nossa indignação chegue até ao ponto mais alto. Por favor, senhor Filipe Jacinto Nyusi, Presidente da República, nos tire daqui", concluiu.
Na segunda-feira (04), vários altos funcionários do governo distrital e de algumas organizações não governamentais foram evacuados da ilha do Ibo devido a uma ameaça de ataque terrorista. O presidente do conselho municipal do Ibo, Issa Tarmamade, é um dos poucos que não aceitou abandonar a região, alegando que não quer deixar a população. (Carta)
Os professores da Escola Secundária Emília Daússe decidiram paralisar as aulas esta quarta-feira (06), devido ao atraso no pagamento das horas extras. Os docentes queixam-se da letargia da Direcção Provincial da Economia e Finanças, concretamente, do Departamento de Contabilidade Pública, que diz não saber quando será efectuado o pagamento.
Neste contexto, os professores afirmam que vão paralisar as aulas por um período indeterminado, até que a sua reivindicação seja resolvida. Entretanto, na semana finda, os professores da Escola Secundária de Nkobe, na Matola, província de Maputo, também paralisaram as suas actividades por alguns dias, alegadamente, porque tomaram o conhecimento de que a sua escola não constava da lista das instituições que iriam beneficiar do pagamento dos honorários referentes aos anos de 2022 e 2023.
Por sua vez, a Direcção Distrital dos Serviços de Educação, Juventude e Tecnologia reconheceu a dívida e prometeu que a mesma seria paga a qualquer momento. Recorde-se que o porta-voz do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano, Manuel Simbine, disse no início deste ano que estavam em curso actividades conjuntas com o Ministério da Economia e Finanças, visando pagar os subsídios de forma gradual. Na ocasião, Simbine garantiu que o governo criou uma plataforma de diálogo com os professores para esclarecer o processo de pagamento das horas extras. (M.A)
O governo argelino garante apoiar as Forças de Defesa e Segurança (FDS) no combate ao terrorismo na província nortenha de Cabo Delgado. Para o efeito, a Argélia disponibilizou-se a apoiar com o equipamento de treinamento às FDS.
O facto foi anunciado pelo Presidente Filipe Nyusi, durante o balanço da sua visita de trabalho de quatro dias à Argélia, onde também participou na VII Cimeira dos Chefes de Estado e Governo do Fórum dos Países Exportadores do Gás Natural.
“Isto vai acontecer, treinamento e, até, podemos falar de forma de equipar, troca de informação, etc. Essa foi uma conclusão que foi tomada imediatamente. Para tal, vamos tentar concluir o instrumento que orienta a cooperação na área de defesa e segurança”, disse.
Enquanto se trabalha nesse instrumento orientador, segundo Nyusi, o governo argelino prometeu um apoio imediato para a força local que combate o terrorismo, no que tange ao equipamento individual.
“Esperamos que dentro de algum tempo este equipamento possa chegar”, disse, para quem os argelinos ficaram sensibilizados após saber que esta força, que inclui antigos combatentes que tiveram preparação militar na Argélia, combatem sem equipamento, como capas de chuva, botas, entre outros materiais.
No que concerne ao combate ao crime, Nyusi revelou que a Argélia vai apoiar na formação de quadros e em outros esforços de combate à onda de raptos que tem assolado o país, com maior incidência nas cidades de Maputo e Matola.
“Falamos que há tendências de raptos em Moçambique e colocaram-se para nos apoiarem na formação e outros esforços contra os raptos ” disse.
O Chefe do Estado disse, ainda, que a Argélia vai financiar a construção de panteão nacional em homenagem aos heróis moçambicanos no antigo paiol de Malhazine.
Neste contexto, recordou que a actual Praça de Heróis foi concebida como sendo transitória. “Está numa posição em que, penso, que as almas não repousam em paz, os carros estão a toda a hora a passar. Então, nós já adiantamos com uma visão de construir um panteão nacional, vai ser no antigo paiol de Malhazine”, disse.
Nyusi revelou também que os dois governos decidiram reactivar a Comissão Mista Moçambique-Argélia e o Fórum Económico. “Essa é a ‘umbrela’ que vai permitir a discussão de tudo, a coordenação de tudo, a concertação de todos os instrumentos de trabalho”, afirmou.
Durante a visita, Moçambique e Argélia assinaram quatro acordos nomeadamente: acordo de isenção de vistos diplomáticos e de serviço, o acordo de cooperação no domínio de energia, no domínio sanitário e veterinário e protecção dos vegetais e quarentena vegetal, sendo que os outros ainda estão na fase de conclusão. (AIM)