A participação do Millennium bim na 59.ª Edição da FACIM, que decorreu de 26 de Agosto a 1 de Setembro, reforçou o forte compromisso do Banco com a inovação na qualidade de serviço ao Cliente, bem como com a promoção da maior feira internacional do País, na qualidade de um dos seus principais patrocinadores.
Localizado mesmo à entrada do Pavilhão Gwaza Muthini, um espaço dedicado às Províncias do nosso belo País, o stand do Millennium bim, que contou com a honrosa visita do Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, apresentou a mesma modernidade, inovação e espírito acolhedor que os seus balcões de nova geração oferecem. O stand foi equipado com sistemas de selfbanking, que proporcionaram aos visitantes uma experiência imersiva, que incluiu a realização de transações bancárias de forma segura e conveniente.
Paralelamente, dois quadros do Banco tiveram uma participação activa em debates estratégicos, reafirmando o compromisso do Millennium bim com o desenvolvimento económico e o aproveitamento das oportunidades de investimento em Moçambique.
Aly Faruque Aly, Director da Banca Corporativa e de Investimentos do Millennium bim, participou no Fórum de Negócios e Investimento Moçambique-Índia, organizado pelo Ministério da Indústria e Comércio, através da Agência para a Promoção de Investimento e Exportações (APIEX).
Na sessão sobre “Casos de Investimento em Moçambique”, Aly Faruque destacou o enquadramento económico e político, os produtos disponíveis para o investimento estrangeiro e as soluções que o Banco oferece nas transacções internacionais
Por sua vez, o seminário sobre “Oportunidade de Negócio e Investimento Imobiliário”, debateu temas relacionados ao potencial de investimento em espaços sob a gestão do Fundo de Fomento à habitação. A discussão destacou as novas centralidades urbanas e os desafios de acesso ao financiamento para projectos sociais e de habitação.
Na sessão, Américo Uamusse, Director de Marketing Estratégico, apresentou a proposta de valor de crédito do Banco, evidenciando a flexibilidade da oferta dos produtos financeiros para atender os diferentes segmentos do mercado, mais concretamente o sector imobiliário.
O Millennium bim continua empenhado em fortalecer parcerias e explorar novas oportunidades que contribuam para o desenvolvimento sustentável das empresas moçambicanas.
Um membro do partido da oposição na Tanzânia foi encontrado morto depois de, na sexta-feira, ter sido raptado por homens armados, espancado e encharcado com ácido, afirmou ontem o presidente do partido Chadema.
Numa conferência de imprensa, o presidente do partido, Freeman Mbowe, disse que o membro do secretariado nacional do partido Ali Mohamed Kibao foi obrigado a sair de um autocarro sob a mira de uma arma, na sexta-feira, quando viajava de Dar es Salaam para Tanga, na costa norte do país.
A morte de Kibao ocorre menos de um mês depois de Mbowe, o seu adjunto Tundu Lissu e outros dirigentes do Chadema terem sido detidos numa operação policial antes de um comício da juventude do partido.
“A autópsia foi feita (na presença) dos advogados do Chadema e é evidente que Kibao foi severamente espancado e que lhe foi aplicado ácido na cara”, disse Mbowe durante a conferência de imprensa, realizada em Dar es Salam, a capital da Tanzânia, país que faz fronteira, a sul, com Moçambique.
“Não podemos permitir que o nosso povo continue a desaparecer ou a ser morto desta forma”, afirmou, acrescentando que "as vidas dos funcionários do Chadema estão atualmente em perigo" e que outros funcionários do partido estão desaparecidos.
A Presidente da Tanzânia, Samia Suluhu Hassan, disse no domingo que tinha tomado conhecimento da morte de Kibao “com grande tristeza” e apresentou as suas condolências à família, amigos e líderes do partido.
“Ordenei às autoridades responsáveis pela investigação que me enviassem relatórios pormenorizados sobre este incidente extremamente grave”, escreveu na sua conta na rede social X (antigo Twitter). “O nosso país é democrático e todos os cidadãos têm direito à vida. O governo que lidero não tolerará tais atos de crueldade”, acrescentou.
Vários ativistas dos direitos humanos e opositores mostraram-se preocupados com a repressão, que, dizem, poderia levar a um regresso às políticas opressivas do ex-presidente John Magufuli, que morreu em 2021.
Em agosto, a ONG Amnistia Internacional descreveu as detenções de opositores como um “sinal profundamente preocupante” em vésperas das eleições presidenciais e parlamentares da Tanzânia, em 2025, as primeiras desde a morte de Magufuli. (Lusa)
A Comissão Nacional de Eleições (CNE) afirmou que as redes sociais não estão a ser usadas de forma adequada para a divulgação de informações neste período de campanha eleitoral. A informação foi partilhada no último sábado pelo porta-voz da CNE, Paulo Cuinica, durante o balanço sobre a actuação da imprensa durante a campanha eleitoral.
“Existe uma preocupação comum para todos, tanto para os órgãos eleitorais como para os concorrentes, que tem a ver com o uso da mídia digital. Isto porque ninguém escapa às investidas dos produtores e difusores de ‘fake news’, que têm por objetivo prejudicar aqueles que concorrem de forma leal, prejudicando aquilo que são os objectivos de uma campanha e propaganda política”, destacou Paulo Cuinica.
A fonte disse ainda que, neste período, é notória a distribuição equitativa dos espaços (televisivos e radiofónicos) criados para a cobertura da campanha eleitoral.
Para o porta-voz da CNE, nota-se também que tem havido equilíbrio em relação à isenção que se pretende neste tipo de processos. Entretanto, a CNE aponta com preocupação o uso de uma linguagem inadequada por alguns candidatos.
“Alguns candidatos não têm pautado por uma linguagem moderada para o bom curso da campanha eleitoral. Temos acompanhado alguma linguagem com tendência para a incitação à violência, com injúria à mistura”, explicou Cuinica. (M. Afonso)
O Banco de Moçambique aprovou há dias o Aviso nº 11/GBM/2024, de 30 de Agosto, que estabelece o capital social mínimo das sociedades de garantia mútua e das sociedades gestoras dos fundos de garantia mutuária, tendo estabelecido em 30 milhões de meticais para cada uma das espécies.
Capital Social é todo o valor bruto disponibilizado para abrir uma empresa e mantê-la em funcionamento até que gere lucros. Esses valores podem ser quantias em dinheiro ou em bens, por exemplo, computadores, impressoras, mobiliários, valores necessários para contratação de serviços terceiros, entre outros.
A decisão do Banco Central baseia-se na Lei n.º 20/2020, de 31 de Dezembro, Lei das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras, que institui uma nova espécie de sociedade financeira, as Sociedades de Garantia Mútua, bem como no Decreto nº 37/2024, de 10 de Junho, que cria o Fundo de Garantia Mutuária para a promoção de facilidades de acesso ao financiamento às micro, pequenas e médias empresas (MPME).
De acordo com uma nota da instituição, as sociedades de garantia mútua visam contribuir para a promoção da economia nacional, tornando flexível o acesso ao crédito, através do estabelecimento de um sistema mutualista de apoio às MPME, mediante a prestação de garantias e contra-garantias. Por seu turno, as sociedades gestoras de Fundos de Garantia Mutuária têm em vista a administração de Fundos de Garantia Mutuária, bem como a realização de outras operações legalmente permitidas.
O Fundo de Garantia Mutuária foi instituído pelo Governo no âmbito da implementação do Pacote de Medidas de Aceleração Económica (PAE) e será implementado pelo Banco Nacional de Investimento (BNI), uma instituição financeira pública.
O Governo projectou até meados de Agosto corrente a entrada em funcionamento do Fundo Mutuário. Até meados de Maio passado, o Executivo aprovou instrumentos legais que levam à viabilização do Fundo de cerca de 300 milhões de USD. Trata-se do Decreto que cria o Fundo e aprova o respectivo Regulamento. (Carta)
O Candidato Presidencial do Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS), Venâncio Mondlane, para as eleições de 09 de Outubro próximo, pretende investir na melhoria da conectividade rodoviária, ferroviária e marítima.
O aspirante à Ponta Vermelha equaciona igualmente a construção de estradas e pontes de raiz resilientes aos eventos naturais extremos. Mondlane pretende ainda a construção de uma ferrovia norte-sul para comboios eléctricos de alta velocidade em 10 anos, designado “Moz Expresso”.
A aposta do candidato suportado pelo PODEMOS centra-se também no investimento em transporte ferroviário de passageiros moderno, ligando grandes centros urbanos e áreas residenciais peri-urbanas mais populosas, na cabotagem e interconectada com a linha férrea norte-sul e nas principais vias fluviais, através de uma rede de estradas e pontes de raiz resilientes aos eventos naturais extremos.
No âmbito do desenvolvimento sustentável da economia, o manifesto de Mondlane foca-se nas infra-estruturas de tecnologias de informação, nomeadamente, expansão e modernização da infra-estrutura de banda larga, especialmente nas áreas peri-urbanas e rurais; expansão da rede 5G nas principais áreas urbanas; instalação de centros de dados locais para melhorar a segurança e a velocidade das comunicações, bem como garantir o custo acessível de internet a todas as camadas sociais.
Caso seja eleito, o candidato pelo PODEMOS espera investir na água para consumo humano e produção agro-industrial, expandindo a rede de unidades de captação e armazenamento; promover o investimento em unidades de pequena e média escala de águas subterrâneas para consumo humano; abolir as recentes decisões do Governo de tributação das actividades de exploração e abastecimento de águas subterrâneas em unidades de pequena escala nas zonas residenciais peri-urbanas e rurais, bem como priorizar investimentos de manutenção das redes de distribuição nas zonas urbanas e peri-urbanas.
Ainda no âmbito do desenvolvimento sustentável da economia, o manifesto de Mondlane elenca a promoção da localização de pequenas e médias indústrias nas zonas rurais, próximas dos centros de produção das respectivas matérias-primas e/ou de consumo dos bens finais; promoção do estabelecimento e desenvolvimento de redes de fomento combinando financiamento e a assistência técnica aos produtores individuais e pequenos e médios empresários.
O candidato vai ainda mais longe. Projecta igualmente a promoção de pequenas e médias indústrias nas zonas rurais, próximas dos centros de produção das respectivas matérias-primas e/ou de consumo dos bens finais; promoção do estabelecimento e desenvolvimento de redes de fomento combinando financiamento e a assistência técnica aos produtores individuais e pequenos e médios empresários.
No que toca ao Investimento Directo Estrangeiro (IDE), o candidato pensa em estabelecer requisitos de transferência de tecnologia e localização de segmentos da cadeia de valor em Moçambique; eliminar isenções fiscais para maximizar a receita fiscal e criar a capacidade do Estado de investir em capital humano, infra-estruturas, e numa administração pública eficiente.
Do seu manifesto, Mondlane vislumbra também definir sectores de actividade reservados aos investidores nacionais ou onde investidores estrangeiros só podem operar em parceria com maioria de nacionais, por exemplo: exploração primária de florestas, pedra e areia de construção, construção de estradas e pontes e comércio rural de retalho.
Mondlane promete também agravar as molduras de sanções pela violação das normas no caso de construção de indústrias próximo de zonas residenciais. Aposta ainda em intensificar a inspecção e auditoria ambiental e aplicar rigorosamente as penas em casos de violação de leis, para além de capacitar as comunidades com conhecimento dos instrumentos legais para a sua defesa.
Por fim, no âmbito do desenvolvimento sustentável, Mondlane projecta medidas e incentivos para cada província industrializar o tratamento resíduos sólidos; instituir a Comissão de Peritos sobre Normas de Construção sob liderança da Ordem dos Engenheiros de Moçambique para rever e adequar as normas às necessidades de resiliência a efeitos extremos relacionados com mudanças climáticas e recomendar um currículo e planos de reciclagem dos engenheiros e arquitectos, bem como critérios de certificação das empresas de construção e fiscalização de obras. (Carta)
Os populares do distrito de Mocímboa da Praia, norte de Cabo Delgado, localizaram nos últimos dias pelo menos três corpos sem vida. As causas da morte e a identidade das vítimas são desconhecidas, sabendo-se apenas que se trata de indivíduos do sexo masculino.
Fontes disseram à "Carta" que os corpos foram encontrados entre quarta e quinta-feira pela população das aldeias Malinde e Cabaceira, a menos de 40 quilómetros da vila-sede, todos com mãos e pernas amarradas.
Presume-se que as vítimas foram amarradas e depois lançadas ao mar onde morreram afogadas. "Não há nenhuma explicação até hoje. O que a gente estranha é que as vítimas foram encontradas amarradas nas mãos e pernas. Não sabemos quem fez isso, mas aqui na vila a situação não está boa desde o incidente do sábado passado", afirmou uma fonte na vila.
"O assunto de corpos sem vida é verdade, mas as pessoas não sabem o que está a acontecer ou a causa dessas mortes. Isso nos preocupa bastante", acrescentou outro morador, que preferiu ser identificado por Azizi.
As nossas fontes disseram igualmente que outras quatro pessoas capturadas pelos terroristas foram posteriormente libertas. Trata-se de um homem na aldeia Chimbanga e uma mulher com seus dois filhos menores na aldeia Mangoma.
Este incidente foi igualmente reportado no Boletim sobre o Processo Político de Moçambique, produzido pelo Centro de Integridade Pública (CIP), que confirma ainda a ocorrência na semana passada de outro ataque contra acampamentos de pescadores junto do lago Nguri no distrito de Muidumbe.
Neste local frequentado por pescadores e compradores locais e de outros distritos do norte da província, os atacantes roubaram igualmente diversos produtos alimentares. (Carta)
A segunda semana de campanha eleitoral foi marcada por três acidentes de viação que resultaram em dois mortos e mais de 100 feridos. Os dois primeiros ocorreram na segunda-feira, em Sussundega, província de Manica, e causaram um morto e cerca de uma dezena de feridos. O segundo foi na quarta-feira, no Rio Mulongozi, em Milange, província da Zambézia. Todos envolveram viaturas transportando membros da Frelimo para reforçar a campanha eleitoral do seu candidato, Daniel Chapo.
O primeiro acidente, que resultou na morte de uma pessoa, ocorreu na localidade de Sembezeia, em Sussundega, Manica. O taipal da viatura, caixa aberta, em que viajavam os simpatizantes do partido Frelimo abriu-se provocando a sua queda. A vítima mortal foi levada para a morgue do Centro de Saúde de Sussundenga.
O segundo envolveu uma viatura proveniente do Central Mavuze, em Manica, que levava, igualmente, outros membros do mesmo partido. A viatura capotou causando um ferido grave e outros tantos ligeiros. O motorista perdeu o controlo da viatura, sendo que a vítima grave fracturou a perna e foi transportada para o Centro de saúde de Sussundenga e, posteriormente, transferida para o Hospital Provincial de Chimoio.
O terceiro acidente ocorreu na quarta-feira, em Milange, e resultou em um morto confirmado e 92 feridos, entre ligeiros e graves. São todos membros e simpatizantes do partido Frelimo que também se deslocavam das localidades para a recepção do candidato à Presidência da República, Daniel Francisco Chapo. No regresso, o carro que transportava os “camaradas” perdeu o controle no rio Mulongozi na via Milange-Majaua.
A directora distrital de Saúde Mulher Acção Social de Milange confirmou a entrada de 93 pacientes feridos. Um deles acabou perdendo a vida no hospital. Três estão em estado grave e foram transferidos para o Hospital Central de Quelimane. O motorista do autocarro, de matrícula AGQ 084 MC, que carregava um pouco mais de 100 pessoas, estaria, supostamente, embriagado.
Ainda na semana finda circulou uma viatura com atrelado transportando mais de uma centena de apoiantes da Frelimo. A viatura saía de Marromeu para reforçar a campanha da Frelimo, durante a passagem de Chapo pela província de Sofala.
Violência em Niassa
Sexta-feira e sábado foram, igualmente, dias de tensão em alguns distritos da província do Niassa, por onde passou o candidato do PODEMOS, Venâncio Mondlane. Na sexta-feira, membros da Frelimo realizaram campanha onde estava previsto um comício popular do candidato Venâncio Mondlane. As partes confrontaram-se.
No sábado, os confrontos foram em Mecanhelas pelas mesmas razões. A Polícia abandonou o local onde era esperado o candidato presidencial, na vila municipal de Insaca, por volta das 17 horas. Venâncio só chegou por volta das 19 horas e a caravana marchou até ao local onde se realizou o comício. Mas o dia tinha sido marcado por confrontos.
A caminho do local do comício de Venâncio, os integrantes da caravana rasgaram panfletos dos outros partidos, com destaque para os da Frelimo. A acção era maioritariamente protagonizada por menores. (CIP Eleições)
O Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGD) precisa de mais de 200 milhões de dólares para apoiar comunidades assoladas pela insegurança alimentar em consequência do fenómeno climático “El Niño”, responsável pela seca severa no sul e centro do país.
“El Niño” é um fenómeno climático que surge do aquecimento anómalo de partes do Oceano Pacífico, o que frequentemente causa escassez de chuvas acima do normal no sul da África.
O Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas (PAM) anunciou que 1,8 milhão de pessoas, em sete províncias de Moçambique, precisam de ajuda alimentar, pois enfrentam insegurança alimentar devido à severa seca causada pelo El Niño.
Segundo a presidente do INGD, Luísa Meque, que falava quarta-feira em Maputo no lançamento de um apelo humanitário, quase dois milhões de pessoas sofrem de insegurança alimentar devido à seca.
“O impacto de eventos climáticos extremos tende a causar maior preocupação e quatro províncias do país estão a sofrer as consequências do El Niño, sendo que a situação pode piorar. O fenómeno El Niño é uma progressão lenta e, à medida que avança, sentimos que o número de pessoas afectadas tende a aumentar”, afirmou.
Meque explicou que para minimizar o problema são necessários 222 milhões de dólares, valor de que o INGD não dispõe. “As regiões mais afectadas são as províncias centrais de Sofala e Tete, e as províncias meridionais de Inhambane e Gaza. Temos nove distritos nessas quatro províncias que foram mais atingidas pelo fenómeno El Niño e, nesses distritos, já começamos a implementar acções precoces”, sublinhou.
No entanto, o Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas (PAM) avançou recentemente que sete províncias moçambicanas precisam de ajuda alimentar devido ao El Niño, e o plano de apoio precisa de financiamento total de 170 milhões de dólares para levar ajuda a 1,1 milhão de pessoas, mas até este mês só havia garantido 16 milhões de dólares. (AIM)
O Ministério Público (MP) moçambicano acusou ontem, em tribunal, três pessoas de terem formado um “pacto” para lesarem “deliberadamente” o Programa Alimentar Mundial (PAM) em mais de 27 milhões de meticais (mais de 381 mil euros).
O Ministério Público leu a acusação no primeiro dia do julgamento de um processo de corrupção contra o antigo “financeiro” do PAM, a sua mulher e a antiga “auxiliar” da área financeira do organismo nos escritórios da organização na província de Sofala, centro de Moçambique.
Os factos remontam a 2021, quando os três arguidos desviaram pouco mais de 381 mil euros do PAM, através da emissão de cheques falsos, de acordo com a acusação. A magistrada do Ministério Público Mariana Macamo afirmou que os dois antigos funcionários "bem sabiam que lesavam o PAM com a sua conduta" e a outra arguida "sabia da origem não lícita do dinheiro que movimentou em nome do seu esposo".
Os três agiram de forma livre, deliberada e consertada, sabendo que tais condutas não eram permitidas por lei, disse. A acusação imputa aos arguidos os crimes de peculato, falsificação de documento e falsidade informática.
Como circunstâncias agravantes, o Ministério Público apontou a premeditação, pacto e violação da obrigação especial de não cometimento de crimes, por, na altura da prática dos factos, dois dos arguidos estarem na “posição de gestores do PAM e terem obrigação de zelar pelo património” da instituição.
As circunstâncias atenuantes sobre os três arguidos são a confissão e a natureza reparável do dano causado, prosseguiu a magistrada do Ministério Público. A acusação frisou o facto de a conduta dos três arguidos ter lesado uma agência humanitária que pertence às Nações Unidas e que é tutelada pelo Direito Internacional Público.
Após a leitura da acusação, a imprensa foi obrigada a abandonar a sala, a pedido dos advogados de defesa. A leitura da sentença do caso está marcada para 01 de outubro. (Lusa)
A Montepuez Ruby Mining (MRM), que explora a maior mina de rubis de Moçambique, registou um ganho de 2,3 milhões de dólares (2,1 milhões de euros) no último leilão de rubis, safiras e corindo, anunciou fonte oficial.
A Gemfields, companhia britânica detentora da operação, afirmou, em comunicado, que a MRM vendeu todos os 5,7 milhões de quilates (1.130 quilos), divididos em 10 lotes, a um preço médio de 0,41 (cerca de 0,37 cêntimos de euros) por quilate, no aludido leilão, que decorreu entre segunda e quarta-feira na Tailândia.
O ganho arrecadado representa um aumento de 800 mil dólares (720 mil euros) em relação a uma anterior operação igual, avança-se na nota. “As receitas deste leilão serão integralmente repatriadas para a MRM em Moçambique, sendo todos os ´royalties` devidos ao Governo da República de Moçambique pagos sobre a totalidade dos preços de venda alcançados no leilão”, adianta-se a nota.
O diretor-executivo de Produtos e Vendas da Gemfields, Adrian Banks, disse, citado no comunicado, que a maior parte da oferta do leilão consistiu em corindo e safira, que são considerados “subprodutos da MRM”.
“Apesar da natureza comercial destes bens, o leilão registou uma forte afluência e uma procura robusta. O volume significativo do produto bruto vendido a preços mais baixos apoiará as fábricas nos centros de corte de Chanthaburi, na Tailândia, e de Jaipur, na Índia”, afirmou Banks.
A MRM possui quase 34 mil hectares de concessão para exploração de rubis em Cabo Delgado e apresenta-se como a principal investidora na extração de rubis em Moçambique, sendo detida em 75% pela Gemfields e em 25% pela moçambicana Mwiriti Limitada. (Lusa)