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Política

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Está interrompida a circulação rodoviária ao longo do troço Macomia-Oasse, em Cabo Delgado, desde a manhã desta quinta-feira (29). A medida foi imposta pelas Forças de Defesa e Segurança (FDS), sem informação prévia aos utentes da via.

 

Fontes disseram à "Carta" terem visto uma longa fila de viaturas, com destino aos distritos do norte da província de Cabo Delgado. "Estamos aqui desde a manhã de hoje (quinta-feira), porque aqui não se passa e ninguém veio explicar os motivos, isso é um sofrimento", disse na noite desta quinta-feira um comerciante a partir da vila de Macomia, com destino ao distrito de Mueda.

 

"Ontem foram autorizados muitos carros a passar, mas hoje todas as viaturas estão imobilizadas. Pelo menos 30 viaturas ou mais estão paradas desde manhã e, infelizmente, as FDS não explicam as razões", disse outro utente daquele troço que pretende chegar ao distrito de Palma.

 

"Até às 18h00 havia muitas viaturas ali na estação, não sei o que aconteceu lá a frente, mas ultimamente a via de Oasse tem tido muitos problemas. Às vezes, os carros passam, mas de repente, há uma proibição", contou, afirmando que no sentido contrário testemunhou a chegada de apenas uma viatura.

 

Refira-se que, na semana passada, uma viatura civil detonou uma mina ao longo da mesma estrada. Acredita-se que o referido explosivo tenha sido colocado pelos terroristas. (Carta)

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Duas pessoas ficaram feridas quarta-feira em confrontos entre apoiantes dos partidos Frelimo e MDM, na cidade de Chimoio, província de Manica. Os feridos, um membro de cada partido, envolveram-se em pancadaria quando as caravanas se cruzaram durante a “caça” ao voto no bairro Josina Machel.

 

No total, quatro pessoas terão dado entrada no banco de socorro do Hospital Provincial de Chimoio, como resultado directo de confrontos entre apoiantes dos partidos políticos, desde o início da campanha eleitoral em Chimoio.

 

Na madrugada de domingo, um homem idoso deu entrada nos serviços de urgência do HPC vítima de agressão física. O idoso chegou ao hospital com uma ferida na coxa direita que foi suturada e está a receber tratamento em regime ambulatório. Na terça-feira, deu entrada, igualmente, por agressão física, um paciente que apresentava contusões. Também está a receber tratamento em regime ambulatório. Até agora só se registaram, em Chimoio, confrontos entre os apoiantes da Frelimo e do MDM.

 

Ameaças aumentam em Inhambane

 

Diversos jovens filiados em partidos da oposição, em alguns distritos de Inhambane, queixam-se de estar a receber ameaças feitas por membros do partido Frelimo. Os casos foram reportados nos distritos de Massinga, Funhalouro e Inhassoro.

 

Alguns dos jovens ameaçados são comerciantes locais e são ameaçados de encerramento dos seus negócios, caso continuem a fazer campanha a favor do PODEMOS e do MDM. A ameaça é extensiva a músicos locais e a alguns funcionários públicos filiados nos partidos da oposição. (CIP Eleições)

 

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A Igreja Católica pondera proibir o exercício do ministério sacerdotal ao padre Fernão Magalhães Raul, ao mesmo tempo que se distancia da sua decisão de se candidatar a Governador de Nampula, pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM).

 

A Arquidiocese de Nampula afirma que poderá impor uma pena canónica de "suspensão a divinis", isto é, a proibição do exercício de actos de direito e do poder adquiridos pelas ordens sagradas, ao Padre Fernão Magalhães Raúl.

 

Segundo um documento enviado à nossa Redacção, se o sacerdote não abandonar a sua decisão de se juntar à política, a Igreja poderá aplicar uma pena mais grave, sem excluir a possibilidade de perda do estado clerical.

 

A nota explica que o Padre Fernão Magalhães Raúl tomou a decisão de candidatar-se ao cargo de Governador da província de Nampula (e efectivou a sua decisão) sem o conhecimento do seu superior hierárquico, o Arcebispo.

 

No entanto, esta decisão é contrária à legislação eclesiástica, que impede os clérigos de participar em cargos que impliquem o exercício do poder civil, conforme estabelecido no Código de Direito Canónico.

 

Depois que o Arcebispo tomou conhecimento da candidatura do clérigo através das redes sociais, o Padre Magalhães Raul foi chamado a explicar-se e aconselhado a retirar a sua candidatura por ser contrária à lei canónica. O clérigo não o fez, tendo pedido uma dispensa temporária do ministério sacerdotal por dois anos, o que não foi aceite, e aconselhado a fazer o pedido por escrito.

 

Porém, uma vez recusado o seu pedido por escrito por ser canonicamente improcedente (em ofício de 6 de Julho de 2024), várias tentativas foram feitas para o persuadir a abandonar a sua candidatura. 

 

Em resposta, o Padre afirmou não estar disposto a deixar o ministério sacerdotal e também se recusou a abandonar a sua decisão de se engajar na vida política activa, tendo entrado formalmente na campanha eleitoral em curso no país.

 

Dada a sua decisão, a Igreja distanciou-se do clérigo e, devido à sua indisponibilidade de continuar a exercer as suas funções em Cazuzu, o Padre Fernão Magalhães Raúl cessou o ministério sacerdotal. (Carta)

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O ministro da Defesa moçambicano defendeu ontem que os países da África Austral devem aprimorar a legislação sobre terrorismo, considerando a troca de experiências e adotar uma abordagem holística fundamentais para travar a insurgência na região.

 

“Há necessidade de aprimorar e flexibilizar a legislação sobre o terrorismo, a troca de experiências sobre esta matéria a nível regional, bem como a visão que se tinha sobre a adoção de uma abordagem holística para o combate ao terrorismo na região e no continente”, declarou Cristóvão Chume.

 

Aquele responsável falava durante uma conferência sobre prevenção de conflitos na Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), que arrancou esta quarta-feira em Maputo, juntando especialistas, governos e sociedade civil na capital moçambicana.

 

Para Chume, a experiência do apoio que Moçambique recebeu da SADC no combate ao terrorismo em Cabo Delgado trouxe resultados assinaláveis, com destaque para a desativação de bases terroristas nos distritos de Muidumbe, Nangade e Macomia, entre os mais afetados pelas incursões rebeldes naquela província do Norte do país.

 

“Houve destruição das bases [terroristas] em toda região onde a Missão Militar da SADC em Moçambique (SAMIM) esteve (…) Capturou-se diverso material militar, incluindo manuais táticos e doutrinários dos terroristas Também lográmos eliminar os grandes comandantes operacionais e conseguimos resgatar mulheres, crianças e idosos, raptados e que se encontravam nas bases dos terroristas”, declarou.

 

A Missão Militar da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral em Moçambique (SAMIM, na sigla inglesa) entregou em 04 de julho às autoridades moçambicanas diverso material bélico que capturou dos terroristas na província de Cabo Delgado, norte do país, na conclusão da mesma.

 

A SAMIM estava em Cabo Delgado desde meados de 2021 e, em agosto de 2023, a SADC aprovou o prolongamento por mais 12 meses, até julho deste ano, prevendo um plano de retirada progressiva. A missão compreendeu tropas de oito países da SADC, “trabalhando em colaboração com as Forças Armadas de Defesa de Moçambique e outras tropas destacadas para Cabo Delgado”.

 

Desde outubro de 2017, a província de Cabo Delgado, rica em gás, enfrenta uma rebelião armada com ataques reclamados por movimentos associados ao grupo extremista Estado Islâmico. O último grande ataque deu-se em 10 e 11 de maio, à sede distrital de Macomia, com cerca de uma centena de insurgentes a saquearem a vila, provocando vários mortos e fortes combates com as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique e militares ruandeses, que também apoiam Moçambique no combate aos rebeldes.

 

Desde o início de agosto, diferentes fontes no terreno, incluindo a força local, têm relatado confrontos intensos nas matas do posto administrativo de Mucojo (Macomia), envolvendo helicópteros, blindados e homens fortemente armados, com relatos de tiroteios em locais considerados como esconderijos destes grupos. (Lusa)

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Ao quinto dia da campanha eleitoral, subiu de cinco para 11 o número de partidos políticos que ocupam os seus espaços de antena na televisão pública, no âmbito da campanha eleitoral para as VII Eleições Gerais e IV Provinciais, de 9 de Outubro próximo.

 

Trata-se dos partidos AMUSI (Acção do Movimento Unido para Salvação Integral), MONARUMO (Movimento Nacional para a Recuperação da Unidade Moçambicana), PADELIMO (Partido Democrático para a Libertação de Moçambique), UDM (União dos Democratas de Moçambique), PPPM (Partido para o Progresso do Povo de Moçambique) e PUN (Partido de Unidade Nacional), que desde quarta-feira têm ocupado os seus espaços de antena na Televisão pública.

 

As seis formações políticas juntam-se aos partidos Frelimo, Renamo, Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Nova Democracia (ND) e PDM (Partido Para o Desenvolvimento de Moçambique) e aos candidatos presidenciais Daniel Chapo, Lutero Simango e Ossufo Momade, que já vinham ocupando os seus espaços de antena.

 

De acordo com o artigo 31 da Lei n.º 2/2019, de 31 de Maio, relativo à eleição do Presidente da República e dos deputados, os candidatos a Presidente da República, os partidos políticos e coligações de partidos políticos às eleições têm direito à utilização do serviço público de rádio e de televisão durante o período da campanha eleitoral.

 

No entanto, Venâncio Mondlane, um dos candidatos a Presidente da República, ainda não enviou seu material audiovisual à Televisão de Moçambique, tornando-se assim no único candidato àquele cargo que ainda não tem conteúdos publicados na televisão pública.

 

À semelhança de Venâncio Mondlane, estão também o partido PODEMOS (Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique), que suporta a candidatura do antigo membro da Renamo, e mais 23 formações políticas que ainda não enviaram conteúdos à televisão pública.

 

Lutero Simango tira dois dias de “descanso”

 

Enquanto isso, as actividades de “caça” ao voto continuam. Ontem, Venâncio Mondlane retomou a campanha eleitoral no país, depois de ter estado três dias na África do Sul em missão política. O auto-intitulado “candidato do povo” retomou a campanha, na vila de Ressano Garcia, província de Maputo.

 

Por sua vez, o candidato Daniel Chapo iniciou o seu períplo pela província de Tete, tendo escalado sucessivamente os distritos de Tsangano, Angónia e Mutarara, enquanto o candidato Lutero Simango decidiu tirar um dia de “folga” para analisar os primeiros quatro dias da “caça ao voto”. Aliás, de acordo com o canal privado STV, o Presidente do MDM manter-se-á em casa hoje também, devendo retomar as suas actividades na sexta-feira.

 

Já o candidato Ossufo Momade continua ausente da campanha eleitoral, sendo que a Renamo garante estar fora do país em missão de serviço e não por questões de saúde. Aliás, a “perdiz” assegura que o seu líder far-se-á presente na campanha eleitoral ainda esta semana. (Carta)

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O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse ontem que a aposta na diplomacia económica implementada pelo seu Governo permitiu a normalização de relações com os parceiros internacionais, que estavam abaladas pelo escândalo das “dívidas ocultas”.

 

“Estabelecemos, sem reservas, confiança com parceiros internacionais, incluindo o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial, antes beliscada pelo endividamento fora de padrões de transparência”, afirmou Nyusi, no discurso de aceitação do título de “Doutor Honoris Causa em Filosofia de Relações Internacionais”, outorgado esta quarta-feira pela Universidade do Maláui.

 

O escândalo das dívidas ocultas remonta a 2013 e 2014, quando o então ministro das Finanças, Manuel Chang, agora condenado pela justiça norte-americana, aprovou, à revelia do parlamento, garantias estatais sobre os empréstimos da Proinducus, Ematum e MAM aos bancos Credit Suisse e VTB.

 

Descobertas em 2016, as dívidas foram estimadas em cerca de 2,7 mil milhões de dólares (cerca de 2,55 mil milhões de euros), de acordo com valores apresentados pelo Ministério Público moçambicano.

 

Segundo Filipe Nyusi, após o “endividamento fora de padrões de transparência”, o país adotou diversas políticas para mobilização de “recursos adicionais e mais oportunidades para financiar o desenvolvimento de Moçambique.

 

A aposta em intensificar as relações de cooperação e amizade com outros estados permitiu ainda que o país fosse eleito por unanimidade membro não permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, em janeiro de 2023, avançou Filipe Nyusi. “Em 2015, quando fomos investidos no nosso primeiro mandato, comprometemo-nos em forjar relações de amizade, baseadas no respeito muito”, declarou.

 

O Presidente moçambicano também agradeceu o apoio internacional no combate ao terrorismo na província de Cabo Delgado, norte do país, realçando a ajuda militar prestada pela Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e pelo Ruanda.

 

Filipe Nyusi também destacou o incremento das relações com o Maláui, país da universidade que o outorgou o título de “Doutor Honoris Causa”, como resultado da aposta na cooperação com os países vizinhos. “Os malauianos não são vizinhos, os malauianos são irmãos, somos nós”, declarou Nyusi, recebendo uma enorme salva de palmas da plateia.

 

O chefe de Estado moçambicano iniciou ontem uma visita de trabalho de dois dias ao Maláui, a convite do seu homólogo, Lazarus Chakwera, numa agenda que incluiu a sua presença na Feira Internacional Agrícola do Maláui.

 

Lazarus Chakwera recebeu a distinção de “Doutor Honoris Causa” pela Universidade Joaquim Chissano de Moçambique, no dia 15 deste mês, durante uma visita de trabalho a Maputo. (Lusa)

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