Director: Marcelo Mosse

Maputo -

Actualizado de Segunda a Sexta

BCI
terça-feira, 12 outubro 2021 06:58

Mirko Manzoni reitera que Mariano Nhongo não cooperou com Governo

Uma hora depois de o Comandante-Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), Bernardino Rafael, ter anunciado o assassinato, em combate, do Líder da Junta Militar da Renamo, Mariano Nhongo, o Enviado Pessoal do Secretário-Geral das Nações Unidas para Moçambique e Presidente do Grupo de Contacto, Mirko Manzoni, emitiu um comunicado de imprensa lamentando o facto.

 

Na nota distribuída aos órgãos de comunicação social, Manzoni reiterou a falta de colaboração por parte do Líder da autoproclamada Junta Militar da Renamo, apesar dos esforços empreendidos pelo Governo e pelo Grupo de Contacto em convencer Mariano Nhongo e seus homens a aderirem ao processo de DDR (Desarmamento, Desmobilização e Reintegração).

 

“Há dois anos que procuramos estabelecer relações com [Mariano] Nhongo e encorajámo-lo activamente a regressar ao processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR). Na sequência dos sólidos progressos feitos até à data neste processo e da recente deserção pelos principais membros da JMR [Junta Militar da Renamo], esperávamos que a situação tivesse sido resolvida de forma pacífica”, afirma Manzoni.

 

“Embora este seja um fim lamentável para a situação, reconhecemos os consideráveis esforços do Governo, no sentido de recorrer a meios pacíficos para devolver a estabilidade à zona centro de Moçambique. Foram repetidamente abertas oportunidades para utilizar o diálogo em vez da violência, no entanto, estas revelaram-se infrutíferas. Neste momento, o nosso pensamento está com o povo moçambicano, em particular o da zona centro, e reiteramos o nosso compromisso de apoiar os esforços destinados a trazer uma paz definitiva ao país”, acrescenta.

 

Referir que, em Julho de 2019, Mirko Manzoni concedeu uma entrevista à STV (televisão privada), na qual defendeu que “Mariano Nhongo é inflexível e não se abre ao diálogo”. Afirmou, na ocasião, que os Presidentes da República e da Renamo, Filipe Nyusi e Ossufo Momade, respectivamente, tentaram se aproximar do Líder da Junta Militar, mas este não mostrou abertura.

 

De acordo com a nota emitida pelo Presidente do Grupo de Contacto, a morte de Mariano Nhongo “não nos dissuadirá na busca pela paz”, devendo, por isso, “servir para nos juntarmos e redireccionarmos os nossos esforços com vista a permitir que os restantes combatentes se juntem ao processo de DDR e se juntem a uma vida de paz”.

 

Sublinhar que Mariano Nhongo foi assassinado na manhã desta segunda-feira, no distrito de Cheringoma, província de Sofala, em mais uma patrulha levada a cabo pelas Forças de Defesa e Segurança, segundo o Comandante-Geral da PRM. (Carta)

Sir Motors

Ler 2597 vezes