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segunda-feira, 11 outubro 2021 03:13

Militares e milicianos acusados de maus tratos em Nangade

O tempo passa, mas parece que o modus operandi das Forças de Defesa e Segurança (FDS) não muda. População deslocada das aldeias do distrito de Nangade, norte da província de Cabo Delgado, acusa as FDS e os milicianos locais de maus tratos, alegadamente por estar a cooperar com o grupo terrorista que semeia luto e dor naquele ponto do país.

 

À “Carta”, as vítimas garantiram que viviam em aldeias do interior do distrito de Nangade que nunca tinham registado qualquer ataque terrorista, porém, tiveram de abandoná-las devido ao mau relacionamento com as FDS. Revelam, por exemplo, que no passado dia 30 de Setembro, um cidadão foi espancado por militares depois de este se ter recusado a oferecer bebida alcoólica de fabrico caseiro. A vítima teve de parar no Centro de Saúde Distrital, onde foi suturado o nariz.

 

Ainda no dia 30 de Setembro, dizem as fontes, os milicianos espancaram um cidadão tanzaniano, alegadamente por ser um dos que asseguram a logística dos insurgentes. O indivíduo viria a ser solto, quando os milicianos souberam que era um pequeno comerciante da vizinha República Unida da Tanzânia e que, constantemente, tem estado em Nangade para comprar produtos que depois revende no seu país.

 

Para além dos residentes daquelas aldeias, os deslocados também são vítimas de tortura por se suspeitar que têm relações de proximidade com os terroristas. Quem sentiu na pele essa injustiça é um jovem que fugiu da aldeia Litingina, após ataque terrorista.

 

Sublinhar, entretanto, que as FDS têm recorrido a métodos ortodoxos para apurar se entre os deslocados/população não há infiltrados que possam deitar abaixo os esforços empreendidos com vista à eliminação do terrorismo. (Carta)

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