A Ronil investiu acima de 2.5 milhões de USD na construção da nova sede da Hyundai em Moçambique. O empreendimento, que numa fase inicial garantirá 40 postos de trabalho, dos quais 97% para moçambicanos, de acordo com a firma, será responsável pela venda e posterior assistência de viaturas da marca ‘Hyundai’ no território nacional.
Esta informação foi facultada aos participantes na cerimónia de lançamento, nesta quarta-feira (13), da nova sede da Hyundai situada na Avenida das FPLM, em Maputo, com capacidade para receber até 20 automóveis. A Ronil, um dos grupos de automóveis mais antigos e de maior peso em Moçambique, recentemente passou a representante oficial da marca Hyundai no nosso país. O principal objectivo daquela companhia é expandir os seus serviços e criar uma maior aproximação aos clientes.
De acordo com Henrique Bettencourt, Gerente da Hyundai, o empreendimento foi feito pensando na qualidade de serviços a oferecer ao cliente, e na ambição de tornar a marca numa das principais referências do mercado. “Inovamos ao nível de qualidade e competitividade nos principais segmentos do mercado. Surgimos também como uma oferta única de garantia de cinco anos em todas viaturas por nós comercializadas’’, acrescentou. Para Dalila Tohilakis, presidente da Ronil, esta empresa detém capitais 100% moçambicanos, e para além de garantir melhores serviços aos clientes predispõe-se a dar-lhes todo apoio e bem-estar.
Mercado concorrencial e vantajoso
O Ministro dos Transportes e Comunicações, Carlos Mesquita, é de opinião que com a "consagração" da Hyundai em Moçambique espera-se um mercado altamente concorrencial e vantajoso para impulsionar a economia nacional. No lançamento da nova sede da Hyundai foi apresentada uma nova versão do Modelo Santa Fé com capacidade para transportar oito passageiros. A nova viatura possui um motor de 2.2, automático, a diesel, com um sensor de auxílio para estacionamento, e travões de mão electrónicos. Segundo previsões, neste ano serão vendidas 300 viaturas. (Marta Afonso)
O Instituto Médio Politécnico (IMEP), adstrito à Universidade Politécnica, vai introduzir, a partir do presente ano lectivo, a Reforma do Ensino Técnico-Profissional, passando os primeiros anos de formação a funcionar no sistema modular.
Segundo anunciou Ana Paula Rodrigues, directora adjunta pedagógica do IMEP, durante a cerimónia de abertura do ano lectivo 2019, ocorrida na segunda-feira, 11 de Fevereiro, em Maputo, o novo sistema vai implicar, entre outros aspectos, que ao fim de cada ano de formação os formandos recebam os respectivos certificados de habilitações literárias.
Trata-se da implementação de uma decisão do Governo, que visa tornar este modelo de ensino, numa plataforma para o desenvolvimento sócio-económico do País.
O sistema modular, conforme sustentou Ana Paula Rodrigues, constitui uma resposta à decisão governamental e obedece aos padrões de competências para responder àquilo que o mercado precisa, isto é, ao fim de cada ano de formação, os formandos passam a receber o respectivo certificado de habilitações.
“Esta decisão significa, igualmente, que alguém pode começar o curso em Maputo, e terminar o mesmo em qualquer outra cidade, pois a reforma torna possível esta modalidade”, explicou a directora adjunta pedagógica do IMEP, acrescentando que, no sistema anterior, era necessário que o aluno completasse três anos do respectivo curso para ter o diploma.
Por sua vez, Natália Folgado, directora geral do IMEP e das Escolas Secundárias d´A Politécnica (ESDP), salientou que a introdução desta reforma vai exigir maior rigor, para nortear o trabalho longo desta instituição de ensino técnico-profissional.
“Foi sempre nossa preocupação oferecer um ensino de qualidade, o que pressupõe a selecção rigorosa dos docentes, com qualidade e experiência de padrões elevados”, frisou.
Sobre a introdução da reforma, Natália Folgado disse que a mesma vai impulsionar o desenvolvimento do País com programas de formação que respondem àquilo que o mercado de trabalho realmente necessita.
Importa referir que na ocasião foram distinguidos os alunos, que ficaram no quadro de honra, por terem obtido melhor aproveitamento pedagógico, em 2018.
O jornalista Amade Abubucar, detido desde 5 de Janeiro em Cabo Delgado, não era apenas funcionário do Instituto de Comunicação Social (ICS). Era também correspondente de “Carta” desde a primeira hora. Quando este jornal foi lançado a 22 de Novembro de 2018, a cobertura da insurgência em Cabo Delgado foi definida como uma das suas prioridades editoriais. Para termos informação a partir do terreno era preciso encontramos fontes locais, mas de preferência um jornalista destemido e trabalhador, disposto a confrontar fontes e apurar incansavelmente os factos, se possível buscando as imagens pungentes da tragédia. Alguém com um leque de fontes locais implantadas em Mocímboa da Praia, Nangade, Palma, Meluco e Macomia.
Em pouco tempo de procura, foi-nos apresentado Amade Abubacar como a pessoa ideal. Efectivamente, ele começou a escrever para “Carta de Moçambique” a 26 de Novembro. Seu “début” foi com um artigo intitulado “Populares perseguem atacantes de Squaia e capturam 7 jovens”. Desde esse dia, “Carta” passou a ter um jornalista no terreno cobrindo a insurgência. Usando uma prática comum em toda a parte, escolhemos um pseudónimo para assinar seus artigos sobre a matança: Saíde Abibo. Afinal, ele era jornalista da Rádio Nacedje, do ICS.
Desde 26 de Novembro até 5 de Janeiro, quando foi detido em Macomia numa circunstância em que captava retratos de populares que chegavam àquela vila, refugiando-se da mortalidade nas aldeias do interior, Amade Abubacar (Saíde Abibo para os leitores de “Carta”) escrevia sempre que soubesse de um ataque. Tinha boas fontes no terreno, entre colegas jornalistas e populares. Com a sua colaboração, “Carta” tornou-se numa das principais fontes de informação sobre a insurgência em Cabo Delgado. Com Abubacar, nosso jornal tentava não apenas reportar os factos com o máximo rigor possível, mas também buscar elementos de análise mais profundos para a compreensão de um fenómeno que, quando eclodiu, foi logo rotulado de “extremismo islâmico” embora no terreno houvesse muito poucas evidências para sustentar essa característica.
Nas poucas semanas de trabalho com Amade Abubacar mantivemos um diálogo permanente com o jornalista, mais virado à orientação editorial. Quando ele foi preso, estava a seguir, sob nossa orientação, pistas sobre aspectos sensíveis da insurgência. Em poucas semanas, conseguimos traçar, com a sua ajuda, o perfil dos insurgentes em Cabo Delgado: os grupos de insurgentes são compostos por ex-militares e polícias expulsos do Estado. Este detalhe ficou patente quando no dia 18 de Dezembro do ano passado “Carta” publicou uma reportagem com o título: “Benjamim: um ex-polícia acusado de ser quem treina os insurgentes”. O artigo, com assinatura de Saíde Abibo (Amade Abubacar), precipitou uma invasão à sua casa por indivíduos que de lá retiraram um computador e outro equipamento de trabalho.
Amade Abubucar assinou uma reportagem sobre a existência de uma conta no Facebook em nome de Shakira Júnior Lectícia, na qual eram publicitadas as actividades dos insurgentes em vários locais de Cabo Delgado. A conta em causa esteve aberta durante um ano, e só foi eliminada quando “Carta” começou a interagir com as vítimas de Shakira, a 13 de Dezembro de 2018, muitas das quais não tinham conhecimento de que seus rostos estavam a ser usados para fins subversivos. Foi Amade Abubacar quem fez boa parte do trabalho de campo que deu origem a uma peça investigativa sobre o assunto. Seu trabalho na referida reportagem ajudou a investigação da Polícia. Durante a elaboração da reportagem, uma equipa da “Carta” procurou as vítimas de Shakira Júnior Lectícia para junto delas perceber se tinham conhecimento de que alguém usava as suas fotografias no Facebook.
O artigo permitiu as “vítimas” de Shakira a denunciarem a maliciosa conta do Facebook, mas também apresentar queixa nas esquadras de Vilanculo e nas cidades da Beira e Pemba. Algumas das vítimas já estavam a ser indiciadas como suspeitas, num processo de investigação policial aberto em Pemba destinado à identificação de quem estaria por detrás da aludida conta na mais popular plataforma das redes sociais. Abubacar aprofundou a investigação da matéria e aventou a hipótese de a conta pertencer a um ex-militar. Nos últimos dias, antes da sua detenção, Amade trabalhava, sob orientação de “Carta de Moçambique”, em várias linhas de investigação, visando desmistificar as origens e as causas da insurgência, e as fontes da sua logística. Um padrão de evidências foi sendo recolhido: os grupos são compostos por ex-militares ou agentes policiais expulsos da PRM; conhecem bem o terreno e dispõem de tácticas de guerrilha bem apuradas.
Desde que Amade Abubacar foi detido, as autoridades tentam impor a narrativa segunda a qual ele não estava ao serviço do jornalismo, unicamente porque não tinha sido escalado pelo ICS para fotografar os refugiados que chegavam à Macomia naquele dia 5 de Janeiro; e que não trabalhava para nenhum outro órgão. Como provamos agora nesta matéria, onde incluímos “screen shots” de conversas que fomos travando com ele (incluindo no dia em que foi detido) Amade Abubucar era correspondente de “Carta de Moçambique”. Com a sua detenção, a cobertura da insurgência em Cabo Delgado ficou órfã. Ele era o jornalista que mais lutava para mostrar ao mundo o sofrimento das gentes locais e a incapacidade das Forças de Defesa e Segurança em pôr cobro à chacina.
Reportagens de maior destaque
Para reforçar a prova de que Amade Abubacar era correspondente de “Carta de Moçambique”, alistamos os títulos mais ilustrativos do seu trabalho na “Carta”, desde o dia 26 de Novembro até 4 de Janeiro:
“Populares perseguem atacantes de Squia, em Nangade e capturam 7 jovens” (26 de Novembro de 2018);
“Palma: Vila segura mas tensa” (4 de Dezembro de 2018);
“Detalhes sobre os mais recentes ataques em Cabo Delgado” (4 de Dezembro de 2018);
“Populares decapitam dois insurgentes e exibem um braço humano” (6 de Dezembro de 2018);
“Mustafa Suale: um alegado rosto da insurgência” (10 de Dezembro de 2018);
“Insurgentes atacam em Cogolo” (10 de Dezembro de 2018);
"Ataque a 10kms do centro de Palma” (12 de Dezembro de 2018);
“Alegados insurgentes capturados ontem em Palma” (13 de Dezembro de 2018);
“Carta investigou: o misterioso Shakira Lectícia e de como ele usou o Facebook para exaltar a insurgência no norte de Moçambique” (13 de Dezembro de 2018);
“Centenas de deslocados a caminho de Palma” (14 de Dezembro de 2018);
“Shakira Lectícia e os seus amigos do Facebook: Conspiração ou diversão?” (14 de Dezembro de 2018);
“Mais um ataque em Cabo Delgado” (17 de Dezembro de 2018);
“O retrato de Benjamim, um ex-polícia acusado de treinar insurgentes em Cabo Delgado” (18 de Dezembro de 2018);
“Como se vive em Mucojo e Quiterajo desde o início dos ataques em Cabo Delgado?” (19 de Dezembro de 2018);
“Dois mortos em mais um ataque em Macomia” (20 de Dezembro de 2018);
“Quem é o famigerado Mabondo?” (21 de Dezembro de 2018);
"Afinal quem financia os insurgentes em Cabo Delgado?” (21 de Dezembro de 2018);
“Insurgentes mataram e incendiaram em Milamba, Macomia, ontem à noite” (21 de Dezembro de 2018);
“Chicomo: mais uma aldeia de Macomia alvo dos insurgentes” (24 de Dezembro de 2018);
“Exército reforça contingente militares em Cabo Delgado” (25 de Dezembro de 2018);
“Lijembe, o decapitador…decapitado” (26 de Dezembro de 2018);
“Os deslocados de Chicomo” (26 de dezembro de 2018);
“Esforços do governo gorados em Cabo Delgado” (27 de Dezembro de 2018);
“Militares invadem Macomia” (27 de Dezembro de 2018);
"Atacada mais uma aldeia ontem: Ingoane” (27 de Dezembro de 2018);
“Insurgentes atacaram ontem a aldeia Pequeué” (31 de Dezembro de 2018);
“Insurgentes decapitam duas pessoas na aldeia Monjane, em Palma” (2 de Janeiro de 2019);
“Atacado centro de pesca de Kulansi, em Macomia” (3 de Janeiro de 2019);
“Empresário de Palma desapareceu sem deixar rasto há mais de um ano” (4 de Janeiro de 2019).
No dia 5 de Janeiro, ele foi detido. Tinha ainda muito trabalho na mesa. “Carta de Moçambique” está disponível para testemunhar a favor de Amade Abubucar. Decidimos relevar esta informação porque só isso ajudará na sua defesa. Já não importam as eventuais consequências desta revelação para o seu vínculo com o Instituto de Comunicação Social. Importa agora que seja provado que ele colaborava com outras plataformas de jornalismo e “Carta” era uma delas. A comprovação dessa colaboração será essencial para sua defesa em Tribunal. (Marcelo Mosse e Omardine Omar)
A New Energy Minerals assinou um contrato vinculativo com a Auspicious Virtue Investment Holdings para a venda da participação restante de 50% na Balama Properties Pty Limited, em Moçambique, informou a empresa australiana em comunicado divulgado sexta-feira.
O comunicado acrescenta que, após a conclusão formal do negócio, a Auspicious Virtue Investment Holdings, um veículo de investimento detido pelo senhor Louis Ching, passará a deter a totalidade das acções representativas do capital social da Balama Properties.
A New Energy Minerals anunciou a 7 de Novembro de 2018 ter alcançado um acordo com Louis Ching ao abrigo do qual este investidor adquiriu a participação de 50% através da Auspicious Virtue Investment Holding Limited, uma sociedade constituída nas Ilhas Virgens Britânicas.
A Balama Properties era a empresa subsidiária através da qual a New Energy Minerals controlava os seus interesses no projecto de grafite e de vanádio no norte de Moçambique, indo deixar de ter qualquer intervenção naquele projecto de exploração mineira.
O comunicado adianta que o negócio irá envolver o pagamento de sete milhões de dólares australianos, montante que foi considerado pela direcção da empresa australiana como o melhor valor a conseguir pela venda daquela participação.
Um estudo efectuado à concessão mineira de Caula detida pela Balama Properties Pty Limited determinou que as duas fases do projecto iriam exigir um investimento de 167,6 milhões de dólares australianos para produzir 120 mil toneladas de grafite e de 204 mil toneladas de concentrado de vanádio por ano. (Macauhub)
Gemrock, uma subsidiária do grupo indiano Diacolor International DMCC, adquiriu a totalidade dos activos do Regius Group em Moçambique, que incluem seis licenças para a prospecção mineira de rubis, noticiou a página electrónica Diamond World. Esta aquisição faz com que a Gemrock tenha passado a controlar uma das maiores minas de rubis do mundo, em Montepuez, província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, bem como aumentado para 14 o número de licenças mineiras.
O comunicado divulgado informa que a Gemrock, fundada por Rishabh Tongya & Rajiv Gupta, dois especialistas em pedras preciosas, irá continuar a adquirir activos em todo o mundo. Esta aquisição, cujo montante não foi divulgado, tem como pontos principais o facto de ser livre de quaisquer dívidas e quando concluída, o que deverá acontecer até 31 de Março, proporcionar à Gemrock a segunda maior área de todas as empresas que exploram rubis em Moçambique. (Macauhub)
Com vista a promover laços empresariais entre Moçambique e a China, o Standard Bank vai organizar, na próxima terça-feira, dia 19 de Fevereiro, em Maputo, um workshop, através do qual se pretende demonstrar o relacionamento especial que o banco mantém com a comunidade chinesa no País. No evento, enquadrado nas celebrações do novo ano chinês – ano do porco -, que decorrem desde o dia 5 de Fevereiro, o Standard Bank vai apresentar soluções financeiras de que dispõe, visando ajudar aos clientes chineses na realização dos seus investimentos e negócios.
O Banco Industrial e Comercial da China (ICBC) detém 20 por cento do Grupo Standard Bank, uma parceria que torna o investimento chinês em Moçambique mais cómodo e fácil, dada a experiência de ambas as instituições. Através desta parceria estratégica, o Standard Bank tem explorado oportunidades com vista a expandir a cooperação para novas áreas de negócio e ajudar a comunidade empresarial chinesa em Moçambique não somente para efeitos de socialização, como também para efectuar transacções e negócios de forma mais contínua. Na banca de retalho, o Standard Bank tem trabalhado por forma a trazer novas soluções para facilitar as remessas pessoais entre Moçambique e a China, o que vai permitir a realização de pagamentos internacionais online directos entre as pessoas e entre as empresas, num processo gerido por equipes de especialistas dedicados, melhorando, desta forma, a conveniência e reduzindo os custos para os clientes.
É neste contexto que o Standard Bank se tornou no primeiro banco comercial a efectuar a conversão de Meticais para Yuan (moeda chinesa), nos seus balcões de atendimento, em todo o País, o que tornou possível o pagamento de facturas de importação directa em moeda chinesa. Trata-se de inovações que concorrem para alavancar o investimento daquele país asiático em Moçambique, através do financiamento ou oferta de serviços bancários, que tornam as operações mais fáceis e seguras. Uma das vantagens oferecidas pelo Standard Bank é o facto de ter, na sua vasta equipa, especialistas em diversas áreas, tais como petróleo e gás, agricultura, infraestruturas, entre outras, que podem dar suporte aos investidores chineses.
Importa realçar que as trocas comerciais entre os dois países registaram um aumento significativo em Janeiro de 2017, atingindo os 168 milhões de dólares norte-americanos, valor que representa um crescimento de 2,24% em comparação com o que se verificou em igual período em 2016. Com efeito, as empresas chinesas venderam produtos no valor de 120 milhões de dólares, mais 2,16% face a 2016, e compraram bens no montante de 47 milhões de dólares. Entre os produtos exportados de Moçambique para a China o destaque vai para a madeira, sendo que os bens de importação incluem electro-domésticos e equipamentos para a construção e a indústria. (FDS)