“Humula” é uma estância turística localizada na Praia de Bilene, um destino ainda pouco explorado pelos nacionais. Nos corredores de “Humula”, um verdadeiro ‘paraíso’ de lazer, cruzam-se gentes, culturas e línguas de várias partes do mundo. A isso junta-se a beleza que a Praia de Bilene proporciona aos seus visitantes. À entrada de "Humula" podem ver-se diversas barreiras içadas que mostram como o local já é um eixo turístico global, onde o que mais impressiona são os cuidados que se teve na construção daquela infra-estrutura, adaptando-a às condições da natureza.
“Humula” é, como diriam os entendidos na matéria, uma estância turística ecologicamente correcta, com 60 quartos que acolhem os que a procuram quando se deslocam à Praia de Bilene. Neste último longo fim-de-semana foi quase inevitável cruzar nos corredores de “Humula” com diversas personalidades conhecidas, como os casos de Oswaldo Petersburgo e Celso Correia, só para citar estes dois.
As salas abertas e confortáveis de “Humula” justificam que este local seja também palco de vários seminários nacionais e internacionais. De lá é possível apreciar desde a ‘Esplanada Bela Vista’ à Praia de Bilene, com as suas águas cristalinas de um azul que causa admiração a todos os visitantes. “É um belo desenho da natureza”, confessaram, em surdina, alguns deles, em conversa com a “Carta”.
O administrador de “Humula”, Quessanias Matsombe, disse ao nosso jornal que aquela estância turística já é uma referência a nível mundial, o que se deve à sua localização onde o verde da natureza combina com as características da própria infra-estrutura.
Matsombe referiu que muitos turistas visitam e hospedam-se no “Humula” por causa do ambiente calmo e natural que o espaço oferece. A questão que Quessanias Matsombe coloca é por que motivo muitos moçambicanos ainda procuram locais que pouco ou nada têm para oferecer, em vez de explorar os belos e virgens locais turísticos de que Moçambique é rico?” (S.R. em Bilene)
O Encarregado de Negócios da Embaixada dos EUA, Bryan Hunt, e o Secretário Permanente do Ministério da Saúde, Zacarias Zindoga, inauguraram segunda-feira uma exposição sobre o Plano de Emergência do Presidente americano para o Alívio do Sida (PEPFAR). A exposição assinala o décimo quinto aniversário das actividades do PEPFAR em Moçambique. Aberta no Jardim Tunduro de Maputo, a exposição estará patente até meados de Fevereiro. O Presidente do Conselho Municipal de Maputo, David Simango, também assistiu à inauguração.
A exposição consiste numa série de oito painéis que explicam os principais acontecimentos nos últimos quinze anos em relação ao HIV/SIDA em Moçambique. O Jardim Tunduro gentilmente ofereceu-se para sedear a mostra. Através da exposição, a Missão dos E.U.A. espera informar o público e encorajar conversas sobre como o povo de Moçambique pode acabar com a epidemia do HIV/SIDA.
No seu discurso, o Encarregado de Negócios, Bryan D. Hunt, disse: “As pessoas que vivem com o HIV não devem apenas iniciar o tratamento, mas também permanecer nele. O HIV é uma doença crónica. A chave para controlá-lo em Moçambique será convencer os Moçambicanos que vivem com a doença a iniciar e aderir ao tratamento completo das terapias anti-retrovirais que os ajudarão a levar uma vida saudável e normal. Para o efeito, esperamos continuar a trabalhar lado a lado com os nossos parceiros moçambicanos para controlar esta epidemia".
No seu discurso, o Secretário Permanente do Ministério da Saúde, Zacarias Zindoga, disse: “Esforços combinados entre o Governo de Moçambique e os parceiros nacionais e internacionais, com destaque para o PEPFAR e o Fundo Global, permitiram-nos uma expansão substancial do acesso ao diagnóstico e tratamento do HIV, com maior destaque para o período compreendido entre 2013 e 2018, no qual o total de unidades sanitárias a oferecer o tratamento antir-retroviral (TARV) aumentou quatro vezes e o número de pessoas a receberem gratuitamente o tratamento aumentou três vezes". (Carta)
Cerca de 90 jovens vão iniciar, nos próximos dias, a penúltima fase de capacitação para trabalhar em várias áreas do sector industrial em Moçambique. A ideia surge no âmbito do programa “Field Ready”, que tem como principal objectivo sorver maior número de mão-de-obra local para os sectores de petróleo e gás.
O processo arrancou no ano passado onde mais de 350, rapazes e raparigas, cursantes de engenharias em todo o país inscreveram-se para um total de 50 vagas, após terem passado por cinco estágios de selecção. Nas próximas 32 semanas serão escolhidos técnicos de melhor qualidade e farão parte do primeiro grupo formado por este programa.
Na primeira fase, o programa será implementado nas províncias de Nampula e de Maputo, através dos Institutos Industriais e Comerciais de Nampula e da Matola, respectivamente. O programa prevê abranger somente, estudantes de engenharia, do nível médio e superior, que frequentam as áreas de electrónica, mecânica e higiene e segurança no trabalho. “Todos serão capacitados, também, em inglês técnico, tida como a língua oficial nessa indústria”, disse Gilberto Botas, presidente da Autoridade Nacional de Educação Profissional.
Por outro lado, o Ministro da Ciência e Tecnologia, Ensino Superior e Técnico-Profissional, Jorge Nhambiu, disse que a abertura de empresas mineradoras é um sinal claro para que estes formandos empenhem-se para melhorar a qualidade dos técnicos moçambicanos. Esta informação foi facultada, ontem, em Maputo, na cerimónia de abertura do seminário da aliança dos parceiros corporativos governamentais do programa “Field Ready” Moçambique. (M.A.)
Um parente directo do jornalista Amade Abubacar, que acompanha o processo da sua detenção desde o primeiro dia, afirmou, em contacto com “Carta”, que as visitas ao jornalista têm sido impedidas pelas autoridades policiais. Os motivos dessa atitude por parte dos policiais, segundo o familiar, não são revelados. “Hoje fui tentar visitar o Abubacar, mas foi-me dito que não seria possível. Tentei insistir, mas a resposta foi sempre negativa”, disse-nos um parente.
Os familiares do jornalista mostram-se preocupados, pois o advogado é o único a quem é autorizada o acesso a Abubacar. “Mesmo a comida que levamos não chega até ele. Quando perguntamos dizem que têm ordens superiores para não permitir visitas”, sublinha um parente. “Carta” soube que este cenário transformou-se em “normal” desde a transferência do jornalista de Macomia para Pemba.
Amade Abubacar está detido há mais de três semanas, acusado de violação de segredo de Estado e de instigação pública a um crime com recurso a meios informáticos. Há dias o jornalista revelou à Comissão dos Direitos Humanos da Ordem dos Advogados de Moçambique que foi torturado aquando da sua detenção pelas forças militares. Para além de tortura física, o jornalista disse sofreu na cadeia de Macomia situações sérias de fome.
Amade Abubacar foi detido no distrito de Macomia, no dia 5 de Janeiro depois de ter permanecido num quartel militar durante cerca de 10 dias. A sua detenção foi formalizada e, de seguida, foi transferido para Mieze, a maior penitenciária da província de Cabo Delgado, onde aguarda pelo seu julgamento.
Sublinhe-se que várias organizações nacionais e internacionais consideram a detenção do jornalista um atentado à liberdade de imprensa. Muito recentemente, jornalistas da África ocidental mostraram-se solidários com Abubacar. (S.R.)
A Universidade Pedagógica (UP) e a Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) assinaram ontem em Maputo um Memorando de Entendimento para cooperar no domínio da extensão universitária, estágio e capacitação técnico-profissional, pesquisa, inovação e transferência de tecnologia.
Falando na ocasião, o reitor da UP, Jorge Ferrão, disse que, com o referido memorando, a sua instituição pretende colaborar com a CTA na elaboração de projectos de extensão universitária em vários domínios, sobretudo nas matérias de interesse do sector privado, bem como viabilizar a realização de estágios técnico-profissionais. Outro objectivo do memorando é fornecer ao empresariado cursos de curta duração para capacitação técnica.
A UP pretende ainda, no âmbito do mesmo acordo, potenciar o seu lado empresarial através de incubadoras de negócios, bem como de pequenas e médias empresas como "star-ups". Outra pretensão da UP, ainda de acordo com o reitor, é a comercialização e atribuição de patentes, identificação das aéreas de formação prioritárias, com impacto na vida do cidadão, organização de fóruns para consulta e assessoria entre o sector privado e a Universidade.
Para o presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), Agostinho Vuma, o memorando rubricado é reflexo do aprofundamento das relações entre aquela entidade e a UP. Vuma disse esperar que as acções a serem desenvolvidas nesse âmbito melhorem o desempenho do país no “doing business”, através da melhoria do ambiente de negócios. (Evaristo Chilingue)
Domingos Jofana, o novo director do Serviço Nacional de Investigação Criminal (o Sernic) tem a imagem de um homem competente e comprometido com a transparência, de acordo com fontes policiais ouvidas por esta publicação. Ele é um polícia de carreira com formação em Direito na UEM, curso concluído em meados dos anos 2000.
Antes de ser nomeado director do Sernic, Jofana era o responsável máximo na Direção de Identificação Civil (DIC), onde terá desmontado esquemas de corrupção relacionados com a emissão de Bilhetes de Identidade (BI's) para cidadãos que nasceram em Moçambique, filhos de pais estrangeiros, mas que nunca renunciaram à nacionalidade moçambicana – acabavam tendo BI's quando não deviam. O esquema estava generalizado e era uma das principais fontes de corrupção na DIC. Jofana mudou o cenário para melhor, reduzindo as negociatas.
Agora no Sernic, Jofana tem outros desafios. O principal é o de acelerar a transição institucional visando o estabelecimento completo do braço de investigação da Polícia, que há dois anos herdou as atribuições e aparato da antiga Policia de Investigação Criminal (PIC). O antigo Director do Sernic, Ilídio Miguel, estava à frente desse processo, mas o nível de insatisfação dos cerca de seus 3 000 agentes em todo o pais era enorme, sobretudo em relação à atribuição das novas categorias profissionais do quadro institucional do Sernic.
Depois há que fazer a aceleração da alocação de meios para a investigação e garantir que a autonomia financeira e patrimonial do Sernic vá para além do papel. Jofona tem como seu adjunto outro polícia de carreira, também com formação em Direito, Fernando Tsucana.(Carta)