Afinal não são só os edis do Chimoio (Frelimo) e de Quelimane (Renamo) que se destacam dentre a mediocridade geral na gestão autárquica (constou-me que a senhora que gere Manjacaze também tem registos de valor). Eles fazem pequenos milagres no meio da pobreza franciscana de nossas autarquias locais, sobrevivendo do paupérrimo IPRA (imposto predial autárquico) e das parcas transferências fiscais intergovernamentais. Eles fazem pequenos omeletes sem ovos. O do Chimoio consegue mobilizar recursos extra para infra-estruturas. O segundo brilha agora com programas de formação humana.
Mas há um terceiro que continua escondido na sua discrição. Chama-se William Tunzine. É Engenheiro. Ele governa Vilankulo há pouco mais de dois anos. No ano passado, duplicou a receita municipal mesmo com a Covid 19. Sensibilizou seus residentes a contribuírem para receberem benefícios gerais em troca.
O Eng. Tunzine introduziu uma dimensão ecológica na gestão de Vilankulo: senhoras afectadas pela crise recolhem o lixo da cidade e separam-no em troca de alguns Meticais. Na crise do Covid 19, sua subsistência está garantida. E o lixo é removido devidamente, pois, depois de separado, o material reciclado é vendido a uma ONG, que envia os resíduos para o exterior. Quando tem tempo, Tunzine veste seu fato macaco e também participa da recolha do lixo, aos domingos.
Tunzine é um jovem visionário e sonhador. Era Director Distrital da Educação em (Vilankulo e Govuro). Tem ideias próprias e uma mente aberta para receber e debater outras visões – tal como o Governador Daniel Chapo (Inhambane), ele tem os pés assentes na terra e uma capacidade para fazer as coisas que realmente contam.
Com duas licenciaturas, Engenharia Civil e Química, Tunzine teria progredido sua carreira da Educação, mas a Frelimo empurrou-a para Vilankulo, acertando em cheio.
De Vilankulo, que vive da monocultura do turismo, Tunzine sonha com uma “smart city”. E já conseguiu uma gemelagem com uma cidade alemã, para o efeito. Trata-se de usar as tecnologias de informação para o abastecimento de água, saneamento básico, a detecção de crimes e outros serviços para a comunidade.
Enquanto as bases para essa empreitada continuam a ser mobilizadas, a autarquia vai inaugurar brevemente aquilo a que chama de “escola-resiliente”. É um programa de pré-ensino para 100 petizes da cidade. A ideia é que quando eles entrarem para o ensino-primário já saibam ler e escrever. O edifício da escola resiliente está preparado para resistir aos grandes vendavais e ciclones que a cidade recebe de anos em anos. Já se viu. Tunzine é Eng Civil. Percebe de construção e usa dessas competências.
É um homem prolífico. Mas suas ideias não ficam por aqui. Os problemas de Vilankulo são grandes para serem resolvidos em 3 anos. Há desafios e desafios.... os arruamentos, por exemplo. A marginal da cidade precisa de ser pavimentada. O edil sabe disso. E, depois, a diversificação da economia. A Covid arrasou o turismo, fechou estâncias e colocou empregados na rua, golpeando sua capacidade de alavancagem da economia.
Tunzine tem essa noção e anda a cogitar o que fazer. Sua criatividade está cheia de ideias. Por que não fazer de Vilankulo um destino privilegiado para conferências? Eis um sonho. E uma realidade: o Africano de Futebol de Praia, de 2022, vai ser disputado naquela cidade de Inhambane. (Marcelo Mosse)
Os vinhos da Casa da Ínsua, cuja excelência já averbou múltiplos prémios internacionais, estão a ser exportados exclusivamente para Moçambique pela Mercury Comercial. A empresa do Grupo Visabeira Moçambique tinha, até agora, reservado o acesso aos consagrados néctares do mais produtor da Região Demarcada do Dão aos clientes da cadeia Montebelo Hotels & Resorts. Assim, os verdadeiros apreciadores da arte vínica têm disponíveis sete referências da Casa da Ínsua – três tintos, dois brancos, um rosé e um espumante – nas melhores bottle stores, supermercados e restaurantes de Moçambique.
Nascidos na Região Demarcada do Dão, os celebrados vinhos são produzidos na Casa da Ínsua, localizada em Penalva do Castelo, no distrito de Viseu e coração de Portugal, com o saber de uma tradição vínica que remonta ao século XVIII. Graças ao empenho, visão e sapiência de Manuel de Albuquerque (um inovador em termos de vinhas, castas e tecnologias de vinificação), os altos padrões de qualidade dos vinhos da Casa da Ínsua tornaram-se célebres em meados do século XIX, tendo obtido, desde então, múltiplos prémios intra e além-fronteiras de Portugal.
As principais castas tintas dos vinhos da Casa da Ínsua, sob exploração do Grupo Visabeira, são Touriga Nacional, Jaen, Tinta Pinheira, Alfrocheiro, Cabernet Sauvignon e Tinta Roriz, enquanto que nas castas brancas predominam Malvasia Fina, Encruzado e Sémillon. As castas Sémillon e Cabernet Sauvignon são um exclusivo da centenária Casa da Ínsua por ser a única autorizada, e por razões de tradição histórica, a introduzir as castas francesas na Região Demarcada do Dão.
O acesso aos vinhos da Casa da Ínsua que se encontrava praticamente circunscrito à cadeia Montebelo Hotels & Resorts em Portugal e Moçambique foi alargado, encontrando-se disponíveis, a título excepcional e exclusivo para Moçambique, em bottle stores, supermercados e restaurantes seleccionados, sete rótulos de eleição. (Carta)
O Presidente da República, Filipe Nyusi, procedeu esta segunda-feira, 02 de Agosto, com a inauguração da primeira agência bancária no distrito de Zumbu, província de Tete. A presença do Moza Banco neste distrito surge no âmbito da Estratégia Nacional de inclusão financeira, através da qual o Governo moçambicano espera garantir que até 2022, mais de 30 por cento da população tenha, acesso a uma conta bancária numa instituição financeira formal, para cobrir 75 por cento dos distritos em todo o território nacional.
Com a entrada em funcionamento desta nova Unidade de Negócio, a população de Zumbu e de áreas circunvizinhas, como é o caso dos distritos de Mágoe e Marávia, passa a ter um Banco com soluções financeiras adequadas às suas necessidades.
Depois do descerrar da placa e do corte de fita, o Chefe de Estado dirigiu-se à população tendo afirmado que o seu Governo está empenhado em resolver os problemas da população, dando como exemplo, o conjunto de facilidades que a agência do Moza Banco ora inaugurada, tem para os funcionários públicos, comerciantes e para a população em geral.
“Estamos convictos de que neste balcão do Moza Banco que acabamos de inaugurar, todos os residentes de Zumbu e das regiões circunvizinhas como Maravia, Mágoe, poderão realizar as suas transações financeiras com maior segurança. Para além de garantir a canalização dos salários para os funcionários e trabalhadores, o balcão do Moza Banco como em qualquer parte do país onde opera, irá apresentar produtos e serviços financeiros diversificados para melhor servir os segmentos de mercado de Zumbu, nomeadamente, as famílias, os funcionários públicos, as pequenas, médias e grandes empresas, assim como as instituições públicas e privadas”, disse o Presidente da República, Filipe Nyusi
Durante a sua intervenção, o Presidente da Comissão Executiva do Moza Banco, disse que ao abraçar a iniciativa “Um Distrito, Um Banco”, o Moza está em linha com o seu compromisso na promoção de uma maior inclusão financeira e bancarização da economia moçambicana, pois, “o Moza acredita que a disponibilização de serviços financeiros irá fomentar o desenvolvimento local das comunidades de forma sustentável”, disse Manuel Soares, PCE do Moza.
Após esta abertura, o Moza passará a contar com um total de 71 Unidades de Negócio, reforçando o seu estatuto de Banco com a 3ª maior rede de Agências do País.
Para além de inaugurar a agência bancária, Filipe Nyusi entregou diversos materiais de prevenção à Covid-19, insumos agrícolas e pesqueiros aos três distritos acima citados, no âmbito da política de Responsabilidade Social vigente no Moza Banco que prevê a implementação de acções que promovam o desenvolvimento e bem-estar nas comunidades em que o Banco tem presença comercial. (Carta)
Morreu neste domingo, em Maputo, o activista social Camilo Correia Nhancale, vítima de doença. Informações avançadas pela KUWUKA JDA, organização da sociedade civil de que o finado era fundador e Director-Executivo, indicam que Nhancale teve complicações respiratórias.
Nascido a 13 de Agosto de 1972, Camilo Nhancale, formado em biologia, notabilizou-se com a fundação, em 2001, da associação KUWUKA JDA cujo objectivo era contribuir para o desenvolvimento sustentável integrado e governação participativa dos recursos naturais, promovendo acções de capacitação e empoderamento da sociedade para uma activa participação nos processos de tomada de decisão.
Nhancale também foi membro Comité de Coordenação da Iniciativa de Transparência na Indústria Extractiva (ITIE) em representação da sociedade civil, para além de que foi um dos membros-fundadores da Coligação Cívica sobre a Indústria Extractiva (CCIE), assim como membro-fundador do Movimento Cívico sobre o Fundo Soberano (MCFS), que visa promover a mais ampla disseminação de informação e conhecimento sobre o Fundo Soberano.
Para o ambientalista Carlos Serra, foi-se um “companheiro de causa de longa data”. (Carta)
Mal refeito do choque causado pela morte do Edmundo Galiza Matos(Pai), ocorrida há sensivelmente um mês e meio, outra voz da Rádio Moçambique deixa de estar entre nós.
Ontem ao entardecer, ligou-me, com uma voz embargada, a Conceição Sueia, locutora da RM, para dar-me conta da morte do João Matola.
Fiquei chocado e inconformado. Nada fazia prever que a gripe de que ele padecia nos últimos cinco dias piorasse e provocasse esta morte fatídica.
Conheci o João Matola em 1990 na Rádio Moçambique. Eu na delegação da Beira da RM e ele na Sede. Em 1992, transfiro-me para Maputo e a minha relação com o Matola cimenta-se. João Matola era um homem de causas e metas bem definidas na vida.
Vai daí que, como corolário das suas lutas, o Matola segue para Lisboa para frequentar um Curso Superior de Jornalismo, na Universidade Nova, de 1995 a 1999.
Durante esse tempo, mantivemos contacto esporádico quando ele viesse ao país de férias.
Já de regresso ao País, o João Matola teve uma passagem fugaz pelos serviços comerciais da Rádio Moçambique. Não era propriamente sua praia e não tardou que fosse nomeado Director Adjunto de Informação, em resultado da experiência que detinha.
Nesta qualidade guardo com nostalgia a cobertura que juntos fizemos da reversão da Barragem de Cahora Bassa para Moçambique. Foram sete dias no Songo, em que juntamos o útil ao agradável. Ao longo do dia estávamos empenhados no trabalho. Ao final do dia, o João, como um bom “marronga”, com passagem pelas escolas portuguesas, actuava como meu enólogo fazendo-me provar desde a Casa de Insua, de casta agradável, e um bom borba, entre outros vinhos Portugueses.
No seu percurso profissional, João Matola exerceu também funções de Director do Centro de Formacao da Rádio Moçambique e Delegado desta estação em Nampula. Foi correspondente durante 5 anos da RDP África em Moçambique. Nessa qualidade, sempre que estivesse indisponível encarregava-me de fazer a vez dele.
Mais tarde passei a ser correspondente efectivo da RP África, uma vez que o Matola, estando a ocupar cargos de gestão, na RM já não tinha disponibilidade para continuar a colaborar na RDP África.
Nos últimos dias trabalhávamos lado a lado na edição de jornais, debates, entre outros gêneros jornalísticos. O Matola vai juntar-se a outros grandes ícones da RM, nomeadamente Emilio Manhique, Edmundo Galiza Matos, Ezequiel Mavota e Noé Massango, entre outros.
Hambanine Brother
(Arão Cuambe, jornalista da RM)