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“É uma noite improvável em que inauguro uma exposição de fotografia”. Foi deste modo, inusitado, que José Eduardo Agualusa, terminou a sua intervenção, ontem, ao final da tarde, no Camões - Centro Cultural Portugal, em Maputo, na cerimónia de inauguração da sua exposição de fotografia intitulada ''O mais belo fim do Mundo”.

 

De facto, o ineditismo da situação, levou-o a afirmar: “Estar aqui, em Maputo, a inaugurar esta exposição de fotografia foi algo que nunca imaginei.” Depois, explicou a génese de “O Mais Belo Fim do Mundo'': “É uma história de amor pela Yara – a sua mulher. A maior parte destas fotos e destes poemas foram feitas durante o período em que a Yara estava grávida da Kianda. Durante esse tempo, fui fazendo estas imagens e escrevendo estes versos. Mas revela também o meu amor pela Ilha de Moçambique. Eu conheci a Ilha da melhor maneira possível, através dos seus poetas. Rui Knopfli, Nelson Saúte, Mia Couto e, muito mais lá para trás, Camões, Bocage, Tomás António Gonzaga. A Ilha para mim é um território de poesia.”

 

Para o embaixador de Portugal em Moçambique, António Costa Moura, “O Mais Belo Fim Do Mundo” é uma celebração da amizade construída através do amor à língua portuguesa. “A língua viaja pelo mundo e com ela também o amor à palavra, tão presente na plasticidade da língua portuguesa, em todos os continentes. Nesta iniciativa são apresentados dois momentos que têm em comum a fotografia de José Eduardo Agualusa.”

 

Efectivamente, A mostra homenageia claramente duas expressões artísticas: a literatura, obrigatória em Agualusa, e a fotografia, aliás expostas em sala distintas. Na primeira sala encontramos rostos de escritores lusófonos com as quais a objectiva de José Eduardo Agualusa se cruzou ao longo dos anos durante encontros literários nos quais o escritor participou. É a lusofonia com todo o seu peso: Inês Pedrosa, João Tordo, João Lopes Marques (Portugal); Tatiana Salem Levy, Fabrício Carpinejar (Brasil); Ana Paula Tavares, Kalaf Epalanga (Angola), Mia Couto, Ungulani Ba Ka Kossa, Paulina Chiziane (Moçambique); Luís Cardoso (Timor), são alguns deles. Na segunda sala, mais resguarda, as fotos da Ilha de Moçambique, a preto e branco acompanhadas por legendas poéticas, bem à maneira daquele pedaço de terra.      

 

Já antes, o amigo Mia Couto, havia tomado a palavra para dizer que conhecera o escritor angolano em Cabo Verde, há mais de 30 anos, por ocasião de um encontro de escritores. Mia, já nessa altura observou a originalidade de Agualusa na fotografia. “O Zé não tirava fotografias, como todos nós fazemos. Ele não fazia esse registo turístico, essa colecção de memórias que os visitantes habitualmente fazem. Ele fazia bem mais do que isso. O que ele espreitava naquela lente só ele é que podia ver. O Zé não fotografava, fazia fotografia, que é outra coisa.” E acrescentou: “Na imagem que o Zé fazia havia um mar que era mais feito de céu do que de água, havia uma terra que era mais feita de gente do que de chão. É muito curioso que este mesmo Zé regresse à fotografia a partir de outra ilha, que é a nossa Ilha de Moçambique. É como se ele nunca tivesse saído desse lugar de ilhéu, espantado a ver o mar.”

 

O escritor moçambicano vê ainda outra coisa em ‘O Mais belo Fim do Mundo’: “Há qualquer coisa nestas imagens que prolonga aquilo que ele faz, como se ele escrevesse agora com outra grafia, feita de luz e sombra. Não é por acaso que esta exposição tem o nome do título do seu último livro. Há aqui uma recreação nova da fronteira entre mar e céu, uma fronteira em que apenas os barcos, os peixes e os viajantes podem conhecer. Não são fotografias, são histórias, são declarações de amor à Yara, à Kianda, conversas secretas com os habitantes da Ilha. Estas fotografias precisam de ser lidas e não apenas vistas. Precisam de ser escutadas porque há aqui uma voz que anuncia esse lado de escritor que o Zé, quando fotografa, não revela aquilo que num primeiro olhar podemos ver.  Quase nunca revela o rosto de quem é fotografado. O escritor deixa essa função, de preenchimento do rosto, da feição, a quem está a ler o livro.”

 

Refira-se que ‘O Mais Belo Fim do Mundo”, estará patente, com entrada livre, até ao dia 12 de Fevereiro de 2022, excepto entre 18 de Dezembro e 15 de Janeiro, período em que o Centro se encontra encerrado para férias.

 

Amanhã, sexta-feira dia 3, no mesmo espaço, entre as 17h00 e as 19h00, irá decorrer uma venda de livros e sessão de autógrafos com a presença do autor.  (Carta)

O número de empresas que estão a aderir à Linha de Crédito BCI negócios SASOL aponta para um crescimento significativo, o que sinaliza cada vez maior interesse proporcionado por esta Linha de financiamento promovida e disponibilizada numa parceria entre o BCI e a SASOL, inserida no âmbito do Programa de Conteúdo Local, e com créditos onerados a uma taxa de juro fixa de 10,5%.

 

Destinada a fornecedores e a potenciais fornecedores da SASOL que reúnam requisitos necessários e que pretendam aderir e beneficiar das vantagens proporcionadas, a Linha foi lançada em Novembro de 2020, e a respectiva comercialização arrancou em Março 2021, com o objectivo de potenciar as Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPMEs), com principal enfoque para as localizadas na província de Inhambane.

 

Perante o forte desafio do acesso ao financiamento existente no mercado, e considerando ser uma das componentes nos programas de conteúdo local, o BCI e a SASOL estabeleceram formas de facilitar o acesso ao crédito, através de processos de análise e de decisão específicos e adequados às características do mercado.

 

Até à data já foi concedido um valor de crédito de USD 250.000, tendo um número considerável de empresas já beneficiado de financiamento no âmbito desta Linha de Crédito, e outras empresas encontrando-se na fase da avaliação. Para fazer face à demanda de financiamento pelas MPME da Província de Inhambane, a SASOL e o BCI incrementaram significativamente o valor da Linha, de modo a permitir o acesso ao maior número possível de empresas.

 

Desde o lançamento da Linha, tem estado a ser analisado um conjunto de pedidos de crédito abrangendo diversas áreas de actividade da província de Inhambane, desde o sector de construção, de hotelaria e turismo, bens e serviços e de fornecimento de produtos alimentares, notando-se uma acentuada concentração no sector de construção e de bens e serviços, num nível de colocação bastante satisfatório.

A petrolífera Exxon Mobil e a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH) vão apoiar a atividade agrícola da Associação de Mulheres de Changalane, no sul do país, anunciaram hoje em comunicado.

 

"A doação visa responder as dificuldades enfrentadas pelos agricultores na produção de colheitas de horticulturas, melhorar o sistema de irrigação, bem como providenciar meios de transporte para os membros da associação", com oferta de 50 bicicletas. 

 

A iniciativa tem o acompanhamento da organização não-governamental (ONG) ADPP e parceria com a Mozambikes, uma empresa moçambicana que adapta bicicletas para o mercado com o objetivo de reduzir a pobreza através de um transporte pessoal de baixo custo e altamente eficiente.

 

“A emancipação da mulher e a agricultura são pilares chaves da responsabilidade social da Exxon Mobil a nível global”, referiu Jos Evens, diretor-geral da petrolífera em Moçambique, citado hoje em comunicado.

 

Nutra iniciativa, em julho, em parceria com a ADPP e a Mozambique Renewables, a Exxon Mobil doou 30 fogões melhorados, de menor consumo de lenha, painéis solares e iluminação 

 

A petrolífera norte-americana faz parte do consórcio de exploração de gás da Área 4 da bacia do Rovuma.

 

A ADPP é uma associação não-governamental moçambicana criada em 1982 que trabalha nas áreas de educação de qualidade, saúde e bem-estar, ambiente e agricultura sustentável.(Lusa)

Empreendedoras moçambicanas juntaram-se, recentemente, num evento virtual de partilha de experiência e estabelecimento de parcerias no ramo empresarial entre mulheres estabelecidas no mercado. Denominado Lioness Lean In Live Webinar, o mesmo é promovido pela Lionesses of Africa, em parceria com o Standard Bank e a Embaixada do Reino dos Países Baixos em Moçambique.
 
Em representação do Standard Bank, Ana Gunde, directora executiva do Standard Corretores de Seguros, defendeu a necessidade de as empresas, em particular as criadas pelas empreendedoras, estabelecerem parcerias estratégicas no mercado como forma de assegurar a promoção e sustentabilidade dos seus negócios, principalmente num período de incertezas causadas pela pandemia.
 
“As mulheres precisam de se tornar mais resilientes para recuperarmos da crise originada pela Covid-19. Apesar dos desafios, que são muitos, não desistam da jornada e aproveitem esta oportunidade para tornar os seus negócios sustentáveis”, apelou Ana Gunde.
 
Durante o evento, o banco reiterou o seu apoio ao empreendedorismo, com destaque para o feminino, através de iniciativas que dão aos empreendedores a oportunidade de expandir as suas redes de contacto e os seus negócios dentro e fora do País.
 
Foi nesse sentido que a gestora sénior do Africa China Banking no Standard Bank, Tanuja Viriato, apresentou a solução de importação ACTS (Africa China Trade Solution), que permite a importação de matéria-prima para os empreendedores moçambicanos.
 
Através desta solução, cómoda e segura, “o banco auxilia os empreendedores no estabelecimento de contactos, avaliação e comunicação com potenciais fornecedores, sem a necessidade de se deslocar à China, para além de se responsabilizar pelo procurement, logística, seguro e inspecção dos bens requisitados”.
 
Na ocasião, a embaixadora do Reino dos Países Baixos em Moçambique, Henny de Vries, reiterou a necessidade e urgência de se apostar no empoderamento da rapariga e da mulher pois “esta é a chave para o desenvolvimento sustentável de qualquer nação”.
 
“Investimos no empoderamento económico da mulher através de várias iniciativas, incluindo o empreendedorismo feminino, por isso apoiamos o Lioness Lean in Live Webinar, que contribui para o empoderamento das empreendedoras moçambicanas, por via da promoção de um espaço para partilha de experiência, fortalecendo as redes de contacto, criando capacidades e dando maior visibilidade”.
 
Dirigindo-se às participantes, em particular às aspirantes a empreendedoras, a fundadora e directora executiva da Lionesses of Africa, Melanie Hawken, apelou às mulheres que pretendam abraçar o empreendedorismo a optar por uma área de que gostam e que resolva um determinado problema da comunidade ou do País: “A experiência mostra que as mulheres empreendedoras bem-sucedidas criaram negócios que lhes fazem felizes, por isso considero que a liberdade de fazer aquilo que escolhemos é a melhor coisa do mundo”.
 
Importa realçar que o evento contou com a participação de três oradoras, nomeadamenteTaila Carilho - fundadora do Atelier Taila Carilho, Shaquila António - fundadora da Confeitando com Amoor e Aissa Miglietti Nunes - fundadora da Lil Blip e igual número de expositoras: Andrea Massamba - fundadora da AM Agência de Publicidade e Marketing, Josefa Amélia Massinga - fundadora da Florista Flor Khyathu e da Khyathu Assessoria e Serviços, e Aasiyah Ravate - fundadora da Home Cooking With Love.  
 
Empreendedora há quatro anos, Shaquila António aprendeu a fazer bolos e salgados com a mãe, que também é confeiteira, e viu no aumento da demanda uma oportunidade de empreender: “No princípio, não foi fácil, porque não tinha muitos clientes, e sobravam muitos cupcakes. Por isso, abri uma página no Instagram e comecei a partilhar as imagens do que fazia, e isso ajudou muito. Depois de um ano, as coisas mudaram. Passei a receber muitas encomendas e senti-me muito pressionada. Recebia muitas chamadas e não sabia como lidar com a situação. Isso deu-me muita força para continuar e ensinou-me a trabalhar sob pressão”.(Carta)
Promover a incubação de Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPME) e desenvolvimento de habilidades cognitivas de gestão dessas empresas” é o objectivo de um Centro de Desenvolvimento Empresarial e Inovação (CDEI) projectado, conjuntamente, pela Gapi e MozParks. 
 
Para a realização deste projecto, as duas instituições assinaram, no dia 23 de Novembro, em Maputo, um acordo de investimento. 
 
Adolfo Muholove, presidente da Comissão Executiva (PCE) da Gapi, explicou que o CDEI “irá contribuir para o desenvolvimento socio-económico do País, através da promoção de MPME e capacitação de recursos humanos. Os vectores de actuação contemplam, mas não limitam a (i) Incubação; (ii) Formação; (iii) Pesquisa e estudos empresariais;(iv) Organização de academias de formação em gestão empresarial; e (v) Economia solidária”.
 
Adrian Frey, presidente do Conselho de Administração do MozParks, disse, no acto da assinatura, que “a nossa visão é suportar todos os grandes projectos com parques industriais. Esta parceria com a Gapi vem de encontro a um dos nossos objectivos, que é criar capacidades humanas nos parques. Estamos em fase de expansão para Tete e temos um projecto de construção de um parque em Balama, para trabalhar com as empresas exportadoras de grafiti nessa zona e em Montepuez”.
 
Nesta parceria, a Gapi vai usar a sua experiência de três décadas na implementação de programas e projectos de assistência ao desenvolvimento empresarial, na qual usa uma metodologia integrada que combina Serviços Financeiros (SF), Capacitação e Consultoria Empresarial (CCE) e Serviços de Desenvolvimento de Negócios (SDI). Uma das prioridades é promover a incubação de jovens empreendedores em diversas áreas, incluindo a capacitação em gestão de MPME. 
 
Prevê-se também a capacitação profissional em parceria com as empresas localizadas no Parque de Beluluane e noutras regiões do País e da SADC: “O acesso às tecnologias de informação e comunicação e o acesso a serviços financeiros e bancarização dessas empresas são de importância crucial nas nossas intervenções”, secundou Ivandro Bauaze, director de CCE, para quem “Promover iniciativas de inclusão financeira, incluindo a capacitação de gestores de instituições financeiras, e de empresas que operam no contexto de economias frágeis/vulneráveis, são acções que devem estimular o surgimento de uma nova geração empresarial inovadora.
 
”Os programas de formação que incluam a obtenção de diplomas com validade académica, serão inicialmente ministrados em parceria com as universidades e institutos superiores de Moçambique e de outros países. Os cursos para este nível serão modulares e baseados no sistema de créditos académicos.
Os agentes económicos da província de Nampula asseguraram, quinta-feira, 25 de Novembro, ao ministro da Indústria e Comércio, Carlos Mesquita, a existência de produtos essenciais no mercado, e em quantidades suficientes para responder à crescente demanda que se verifica no mercado durante a quadra festiva que se avizinha.
 
Carlos Mesquita recebeu esta garantia depois de visitar duas empresas, nomeadamente a Novos Horizontes (produção integrada de frangos) e a Cervejas de Moçambique (produção de cerveja), localizadas no distrito de Rapale e na cidade de Nampula, respectivamente, com o objectivo de monitorar a disponibilidade de produtos no mercado, incluindo os que registam maior procura durante as festas de Natal e de Fim de Ano.
 
Os gestores das duas unidades de produção reiteraram que não haverá ruptura de stock durante o período que se avizinha, havendo, neste momento, quantidades suficientes de frango e bebidas para abastecer o mercado até ao primeiro trimestre de 2022.
 
Na ocasião, as fábricas apontaram o abastecimento de água para o seu funcionamento como principal desafio, e que tem afectado a produção e produtividade, uma vez que a única barragem que fornece o precioso líquido à cidade de Nampula mostra-se incapaz de responder às necessidades das grandes indústrias. 
 
A CDM, por exemplo, “está a apostar em furos alternativos, mas a água que é captada apresenta uma bactéria que pode afectar negativamente a qualidade da cerveja produzida, daí que esforços estão a ser empreendidos para adquirir um centro de tratamento de modo a reduzir a nossa dependência à barragem”, explicou Gastão Cuembelo, director da fábrica. 
 
Ainda na província de Nampula, Carlos Mesquita participou na cerimónia de lançamento do Inquérito Nacional de Inovação nas Empresas, referente ao período 2019-2021, a ser realizado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
 
Na sua intervenção, o ministro da Indústria e Comércio considerou que as micro, pequenas e médias empresas (MPME), que representam 97.1% das empresas existentes no País e são responsáveis por 23.4% do Produto Interno Bruto (PIB), têm potencial para gerar mais postos de trabalho e renda, bem como para dinamizar os sectores de agroprocessamento, agronegócio, comercialização agrícola, serviços e turismo, dada a sua capacidade de inovação e transformação.
 
O Inquérito Nacional de Inovação nas Empresas, que estará a cargo do Instituto Nacional de Estatísticas (INE), faz parte das acções prioritárias definidas pelo Governo de Moçambique, no seu Programa Quinquenal do Governo 2020-2024, visando promover o surgimento e desenvolvimento de MPME credíveis. 
 
Carlos Mesquita falou também do Programa Industrializar Moçambique (PRONAI), uma iniciativa presidencial enquadrada na implementação do Programa Quinquenal do Governo, que visa “contribuir para o aumento da produção industrial nacional, de preferência fazendo uso da matéria-prima local, estimular a produção e reduzir a sua exportação em bruto, comercialização, bem como gerar emprego”.(Lusa)