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sexta-feira, 10 julho 2020 04:34

Administrador de Quissanga gere distrito a partir de Metuge

“Carta” já tinha noticiado que os administradores dos nove distritos afectados pela insurgência já não se encontravam nos seus postos de trabalho (https://bit.ly/2BWVJdA), facto justificado pela ausência destes durante a invasão aos seus gabinetes de trabalho e residências oficiais. É o caso dos administradores de Macomia, Mocímboa da Praia e Quissanga que, durante as invasões às sedes-distritais, não se encontravam nos distritos.

 

Entretanto, o que não se sabia é que estes estavam “refugiados” nos distritos vizinhos. Esta quarta-feira, a STV e o Jornal O PAÍS noticiaram que todas as instituições do Estado e do Governo, no distrito de Quissanga, estão a funcionar, provisoriamente, no distrito de Metuge, devido à insegurança provocada pelos ataques terroristas.

 

De acordo com os dois órgãos de comunicação social, o Administrador do distrito de Quissanga, Bartolomeu Muibo, disse ainda não haver condições para se retomar as actividades naquela parcela do país, pelo que a Secretaria Distrital, os Serviços de Saúde, das Actividades Económicas e outras áreas foram transferidas para o distrito de Metuge, que recebeu mais de 20 mil descolados de “guerra”, provenientes do distrito de Quissanga.

 

A fonte não avançou as implicações que a medida poderá ter, mas sabe-se que os cidadãos (os que ainda permanecem naquele distrito) ficaram desprovidos de serviços básicos, como os de saúde, apesar do clima de insegurança que já reinava na região.

 

Falando à STV e ao Jornal O PAÍS, Bartolomeu Muibo afirmou ainda que, no ataque do dia 25 de Março, os insurgentes destruíram todo o arquivo do Estado e do governo distrital, pelo que “estamos a tentar recuperar a partir das informações que existem ao nível do governo provincial”.

 

Lembre-se que o grupo, que protagoniza ataques terroristas na província de Cabo Delgado, desde 05 de Outubro de 2017, invadiu a vila-sede do distrito de Quissanga, na madrugada do dia 25 de Março, tendo destruído diverso património público e privado, incluindo o edifício do Governo distrital, e ocupado a residência oficial do Administrador. Também foram assassinados mais de duas dezenas de membros das Forças de Defesa e Segurança, para além do roubo de diverso material bélico. (Carta)

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