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BCI
segunda-feira, 27 janeiro 2020 08:10

Insurgentes matam e queimam, em Muidumbe e Quissanga

São quatro mortos: três foram decapitados e um carbonizado. Os insurgentes voltaram à carga, como que mostrando que, até aqui, nada os impede de encetar ataques sobre as populações e seus bens.

 

Por volta das zero horas deste sábado, os insurgentes atacaram a aldeia Xitaxi, distrito de Muidumbe. Decapitaram uma pessoa, saquearam uma barraca e queimaram uma residência.

 

Só não causaram mais “estragos”, porque nessa mesma altura caía uma chuva torrencial, o que os obrigou a recuar nos seus intentos. Segundo contou uma fonte, “todos nós aqui na aldeia dormimos no mato, aliás, nem foi dormir, mas sim amanhecer no mato, porque estava a chover muito”.

 

Já no distrito de Quissanga, por volta das 3:00 horas da madrugada, os insurgentes escalaram a aldeia Namaluco, onde sem causar vítimas mortais, incendiaram palhotas da população que estavam sendo reconstruídas. Esta é a segunda vez que os insurgentes atacaram em Namaluco. A primeira foi em Junho de 2018, tendo-se registado um saldo de sete mortos e mais de 100 casas incendiadas.

 

Quando eram 08:00h, “Carta” recebeu de fontes informações dando conta que os insurgentes estavam atacando a aldeia Cagembe – que dista a 8 Km de Namaluco – também no distrito de Quissanga. Ali decapitaram duas pessoas e também queimaram maior parte das residências da população.

 

Em Cagembe, teriam capturado um membro das estruturas da aldeia, o qual fugiu quando estes fizeram uma pausa para cumprir uma das cinco orações diárias. Nessa aldeia, também se apoderaram de telefones celulares.

 

Prosseguiram as fontes que, pouco depois, sem nenhuma oposição, os insurgentes rumaram para aldeia vizinha de Nagruvala, oficialmente conhecida por Nancaramo, no mesmo distrito de Quissanga, onde também queimaram bens e residências da população, e onde uma cidadã idosa, portadora de deficiência (nas pernas), acabou morrendo carbonizada.

 

Há cada vez mais famílias em luto e, consequentemente, um aumento do índice de pobreza, nas regiões afectadas pelos ataques dos insurgentes.


Em muitas dessas comunidades, o dilema da fome também está presente, porque não se pratica a agricultura. Como se não bastasse, os preços dos produtos da primeira necessidade subiram acima de 100%. (Carta)

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