Militares das FDS, afectos em Mucojo-sede, balearam gravemente dois jovens, na aldeia Runho, distrito de Macomia.
Os dois jovens eram cunhados, sendo um natural de Rueia e outro de Simbolongo. Ambos viviam em Rueia e deslocaram-se a Runho, um dos bairros de Mucojo-sede para um passeio que terminou em tragédia.
Há duas versões sobre os motivos que fizeram com que os jovens fossem maltratados pelas FDS.
A primeira explicação aponta para o facto de um (terceiro) jovem, da mesma aldeia, tê-los denunciado aos militares, sob alegação de que a dupla havia consumido drogas (soruma). Face a esta acusação, os militares tê-los-iam baleado nas pernas.
A segunda versão refere que os jovens caíram nas mãos das Forças de Defesa e Segurança, porque supostamente não eram conhecidos naquela zona, daí a razão de serem suspeitos, mas sem, no entanto, serem questionados, viram-se apenas sendo maltratados.
Mais tarde, os dois jovens viriam a ser levados num carro militar para o Centro de Saúde de Macomia-sede, onde até quinta-feira recebiam tratamento, porém, agora sob a acusação de serem… insurgentes.
Na vila de Macomia, muitos curiosos dirigiram-se ao Centro de Saúde para ver “com os próprios olhos”, a cara dos supostos insurgentes.
Entretanto, uma fonte disse à Carta que um dos jovens teria perdido a vida este sábado, tendo sido enterrado num dos cemitérios da vila de Macomia, por muçulmanos da mesquita Furcan, no bairro de Manhã B, depois de uma solicitação das autoridades locais. (Carta)