Três meses depois de ter apresentado seis alegados recrutadores e militares pertencente à Junta Militar da Renamo (JMR), em Quelimane, a Policia da República de Moçambique (PRM) em Sofala, veio a público esta Quarta-feira (08), apresentar mais seis supostos homens integrantes do movimento armado liderado pelo general Mariano Nhongo.
De acordo com a PRM em Sofala, os seis homens foram capturados no passado Domingo (05), na estação ferroviária do Dondo. Eles são oriundos de Marromeu e pretendiam seguir viagem para a região de Macorococho, no distrito de Nhamatanda. Um dos integrantes do grupo – supostamente sobrinho de Mariano Nhongo – que responde pelo nome de Aniva Bernardo, encontra-se internado no Hospital Central da Beira (HCB), após ter sido baleado na zona do tórax pelas Forças de Defesa e Segurança, quando pretendia empreender uma fuga.
A Polícia apresentou ainda, António Julião Mbawazi, membro da Assembleia Municipal de Marromeu, pela Perdiz, como sendo um dos principais recrutadores do grupo ora detido. Entretanto, “Carta” soube que Mbawazi terá renunciado à qualidade de membro da Renamo, após o VI congresso, alegadamente porque apoiava a lista liderada por Elias Dlhakama, candidato derrotado por Ossufo Momade.
Aliás, segundo fontes da “Carta”, António Julião Mbawazi é actualmente membro do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), onde terá concorrido a membro da Assembleia Provincial nas eleições de 15 de Outubro último.
Entretanto, as autoridades dizem não ter dúvidas de que os homens ora capturados pertencem à JMR e que serão levados à “barra do Tribunal”.
Segundo revelaram os mesmos terão sido aliciados com promessas de emprego.
No entanto, segundo a PRM, o alegado sobrinho do general Mariano Nhongo, terá confessado que participou num ataque a uma ambulância, em Agosto do ano passado. Curiosamente, um dos indivíduos capturados afirmou nunca ter sido guerrilheiro da Renamo, mas sim militar das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), que terá sido capturado por duas vezes, sendo a primeira pela JMR, com a qual permaneceu por três meses, de onde terá fugido, até ser (re)capturado, só que desta feita pelos homens residuais da Renamo, liderados pelo Presidente Ossufo Momade. Dias mais tarde viria a ser detido pela Policia.
De salientar, que a apresentação destes homens acontece numa altura em que a Procuradoria-Geral da República (PGR) notificou quatro “figuras de proa” da Perdiz – Ivone Soares, actual chefe da Bancada Parlamentar; Manuel Bissopo, deputado e antigo secretário-geral; José Manteigas, Porta-Voz e António Muchanga, deputado – cujas audições começaram esta Quarta-feira (08), em Maputo. (O.O.)