“As bacias do Incomáti e do Limpopo continuam com baixa capacidade de armazenamento de água. Agora só conseguimos satisfazer o sector da agricultura no baixo Incomáti em cerca de 60 por cento”, revelou, semana finda, o Director Geral da Administração Regional de Águas do Sul (ARA-sul), durante a visita à barragem de Corumana.
Segundo Banze, o facto deve-se à falta de chuva, que não cai há bastante tempo, na região sul do país. “A nossa esperança é que, quando iniciar a época chuvosa, que começa oficialmente a 01 de Outubro em todo o país, sejamos capazes de reverter o cenário e poder aumentar a nossa capacidade da demanda do rio Incomáti”, explicou a fonte.
Acrescentou ainda que as barragens e os rios da região sul, de um modo geral, estão com os escoamentos baixos, o que é característico nesta época. Porém, sublinhou que a zona sul continua a receber escoamentos de fronteiras dos rios partilhados com países vizinhos, nomeadamente o rio Umbeluzi, Incomáti bem como o rio Limpopo.
Banze conta que o nível de armazenamento continua a reduzir, como é característico da época nas albufeiras. Neste momento, a barragem dos Pequenos Libombos está com cerca de 29 por cento, que corresponde a cerca de 114 milhões de metros cúbicos, uma quantidade que deve ser gerida até à próxima época chuvosa.
Em relação à barragem de Corumana, na Moamba, Banze explicou que a capacidade de armazenamento é de cerca de 34 por cento correspondente a 300 milhões de metros cúbicos para uma barragem cuja capacidade sem as comportas consegue albergar 720 milhões de metros cúbicos, o que demonstra que a capacidade de armazenamento está ligeiramente baixa.
O Director da ARA-Sul disse ainda que, neste momento, o Fundo de Investimento e Património de Abastecimento de Água (FIPAG) está em fase de conclusão da estação compacta da água que vai sair de Corumana até à cidade de Maputo. Por sua vez, a montagem das comportas está nos 60 por cento, o que garante a conclusão dos trabalhos até Novembro próximo. (Marta Afonso)
Quatro mulheres perderam a vida nos últimos dois meses na maternidade do Hospital Provincial de Lichinga (HPL), na província do Niassa, durante o período de parto, sendo que duas pereceram na semana passada, entre elas uma docente universitária, de nome Rosalina Moisés, da actual Universidade Rovuma, extensão de Lichinga.
De acordo com as fontes, há três anos que se regista esta situação, mas nem a direcção da maior unidade sanitária do Niassa e muito menos a Direcção Provincial da Saúde daquele ponto do país mostram-se preocupados com o “fenómeno”, que leva algumas pessoas a optar por partos caseiros, médicas tradicionais e até nos países vizinhos como Tanzânia e Malawi.
Entretanto, inconformada com a situação, a população da cidade de Lichinga saiu à rua, no passado sábado (31 de Agosto), para dizer “basta” às atrocidades que se verificam naquela maternidade. Porém, como tem sido habitual, a Polícia foi chamada para o local das manifestações e, segundo apurámos, “violentou” os manifestantes, atirou gás lacrimogénio, para além de ter recolhido telemóveis, máquinas de filmar e fotográfica e dísticos. Ainda deteve manifestantes (docentes, estudantes e funcionários públicos), instalando-se assim “desordem” naquela capital provincial.
No entanto, “Carta” teve acesso a um comunicado supostamente do Ministério da Saúde, emitido no dia 30 de Agosto, visando responder à situação que, desde a noite do dia 27 de Agosto (terça-feira), está a criar polémica naquela província. O referido comunicado afirma que a titular do sector, Nazira Abdula, orientou a Inspecção-Geral da Saúde, a Direcção Nacional da Assistência Médica e um médico legista a deslocarem-se a Lichinga para apurar as reais causas que levaram à morte da gestante, de modo a esclarecer o caso. Entretanto, o documento não convenceu os residentes da maior cidade da província mais extensa do país, que se manifestaram no dia seguinte.
Entre as principais razões que levam à morte de parturientes, apontam as fontes, está a corrupção e o clientelismo que se vive naquela unidade sanitária, pois, as gestantes são obrigadas a corromper as parteiras, para que possam beneficiar de um trabalho de parto condigno. (Omardine Omar)
A reparação do cabo submarino de Fibra Óptica, que liga Maputo-Beira, vai iniciar em breve, garantiu, semana finda, o Presidente do Conselho de Administração (PCA) da Moçambique Telecom (Tmcel), Mahommad Jusob.
A reparação do referido cabo vai garantir a redundância do backbone (espinha dorsal da internet, onde corre o principal tráfego e interliga vários pontos de presença) em Fibra Óptica, melhorando a qualidade de serviços para os clientes nacionais, bem como os serviços de interligação dos países do Interland, com destaque para Malawi e Zimbabwe.
Falando à margem da III Conferência Nacional das Telecomunicações, Jusob não precisou a data do início das obras, mas assegurou que os contratos de financiamento do empreendimento já estão a ser fechados e que, após arranque da obra que consiste na amarração de vários pontos do cabo ao longo da costa, vai levar apenas 45 dias.
“Neste momento não queria falar sobre quando vai começar, o que lhe garanto é que já temos solução preconizada, estamos a concluir as negociações, os contratos estão praticamente concluídos, só estamos à espera da mobilização do barco que tem de vir para as águas nacionais (…), a previsão são 45 dias a partir da data em que o barco inicia”, afirmou o PCA da Tmcel.
Refira-se que a reparação do referido cabo que vai custar 2.5 milhões de USD estará a cargo do consórcio Elitis Internacional, com larga experiência no sector em África e não só. O consórcio foi adjudicado este ano, após ganhar um concurso público internacional lançado em Junho de 2018. (Evaristo Chilingue)
A cinco dias do início da sua peregrinação à República de Moçambique, concretamente a sua capital, Maputo, o Líder da Igreja Católica, Papa Francisco, diz estar ansioso para o encontro com o povo moçambicano e faz um apelo à reconciliação fraterna em Moçambique e em África para uma paz firme e duradoura.
A mensagem de antecipação da visita do Sumo Pontífice a Maputo foi divulgada pelo Vaticano, na passada sexta-feira (30 de Agosto). O Papa Francisco começa o seu discurso, falando da sua impossibilidade de se poder deslocar para além da capital moçambicana, mas, apesar disso, garante que todos os moçambicanos estarão no seu coração e nas suas orações e com um lugar especial para os que vivem atribulados.
“Anseio pelo momento de vos encontrar, tal como eu recebi e agradeço o convite do Presidente da República de Moçambique e dos meus irmãos bispos para estar convosco, estendo o convite a todos vós para se unirem na minha oração”.
O Papa afirma que terá a alegria de partilhar directamente com o povo moçambicano convicções e também de verificar como cresce a sementeira feita pelo predecessor, Papa João Paulo II, que visitou o país em 1988.
O Papa Francisco garante ainda que a viagem irá permitir que encontre a comunidade católica e confirme, no seu testemunho do evangelho, que ensinam a dignidade de cada homem e mulher que abram os corações aos outros, especialmente aos pobres e necessitados.
“Queridos irmãos e irmãs, sei que muitos estão a trabalhar na preparação da minha visita, inclusive na oferta das suas orações e de coração vos agradeço, sobre vocês e sobre o vosso país invoco bênçãos de Deus e a protecção da nossa mãe a virgem Maria, até breve”, terminou o Papa.
Refira-se que os preparativos para a recepção do Papa continuam e, neste domingo, o Estádio Nacional do Zimpeto acolheu o penúltimo ensaio litúrgico, sendo que o último terá lugar na próxima quinta-feira, 05 de Setembro, um dia antes da missa a ser celebrada pelo Bispo da Igreja Católica.
Entretanto, os trabalhos de ornamentação ainda decorrem e os mesmos só irão terminar na quinta-feira. As obras de reabilitação da Catedral de Maputo terminaram neste fim-de-semana. Recorde-se que o Papa chega a Maputo na noite de quarta-feira, 04 de Setembro, e termina a sua visita na sexta-feira, 06 de Setembro. (Marta Afonso)
Os ataques que ocorrem na região norte da província de Cabo Delgado, desde Outubro de 2017, parecem estar a facilitar a exploração e até exportação ilegal da madeira, devido ao abandono de algumas zonas “ricas” deste recurso e também pelo facto de o Governo ter centrado os esforços no combate aos insurgentes, deixando alguns postos estratégicos de fiscalização e saída de madeira desprotegidos.
Segundo o que “Carta” apurou, para além do tráfico de órgãos humanos, as redes criminosas estão a usar a situação que se vive nos distritos de Palma, Macomia, Nangade, Mocímboa da Praia, Quissanga e Muidumbe para explorar e exportar ilegalmente diversas espécies faunísticas e florestais, através da via marítima.
Dados confirmados pela população e fontes oficiais indicam que, entre os distritos que registam esta situação, estão Macomia, Quissanga, Muidumbe, Montepuez e algumas áreas ao longo do Parque Nacional das Quirimbas.
População residente nas proximidades do rio Rovuma conta que é frequente ver homens armados e equipados, levando madeira, através de barcos que, posteriormente, é transportada para outra margem (Tanzânia) em camiões. Devido à falta de fiscalização nas áreas de conservação da biodiversidade e, sobretudo, por causa do medo que se instalou, são poucas as pessoas que ainda continuam nas respectivas regiões.
Refira-se, por exemplo, que só o Parque Nacional das Quirimbas tem uma extensão de cerca de 7.500 Km², sendo a área florestal uma das maiores, para além do mar e a zona habitacional. À “Carta”, o Director-Geral do Parque, Albino Nhusse, reconheceu haver uma fiscalização deficitária da área, devido à falta de recursos humanos e materiais. Com o aumento de violência nos distritos da zona norte da província, a situação da exploração ilegal aumentou, alguns chegando mesmo a usar a via de Mtwara durante o período da noite. (Omardine Omar e Paula Mawar)
Uma dívida de cerca de 1,5 bilhão de Mts fez com que o conhecido empresário moçambicano Momade Rassul Abdul Rahim perdesse a sua unidade industrial de produção de óleo, denominada S&S Refinarias de óleos, Limitada e sediada na cidade de Nacala-Porto, província de Nampula, a favor da Set Way Industries, Limitada, sediada em Hong Kong, na República Popular da China.
Luís Trinta Mecupia, cabeça-de-lista da RENAMO a Governador da província de Nampula, iniciou a sua campanha eleitoral, no último sábado, atacando de forma indirecta o presidente da autarquia da capital do norte de Moçambique, Nampula, Paulo Vahanle, por sinal membro do mesmo partido, por alegadamente não estar a dar um incentivo financeiro aos varredores de rua, sobretudo os voluntários.
Apesar de "esforços legislativos e institucionais, os desafios da governação e corrupção em Moçambique permanecem de natureza sistémica, principalmente devido a restrições à sua implementação efectiva", admitiu o Governo num recente "Relatório sobre Transparência, Governação e Corrupção". É um relatório do Governo, concluído em Julho com a "assistência" e sob pressão do Fundo Monetário Internacional (FMI). O documento foi publicado apenas em inglês pelo FMI no passado dia 23 de Agosto.
A Galp vai duplicar, já no próximo ano, a capacidade de armazenagem de gás, em Moçambique, e aumentar a armazenagem de combustíveis líquidos, com a conclusão dos trabalhos de construção dos novos Parques Logísticos da Beira e da Matola. Esta aposta representa um investimento de 138,7 milhões USD e irá contribuir para uma maior segurança e fiabilidade no abastecimento de GPL e combustíveis líquidos em Moçambique.
A garantia foi dada por Paulo Varela, CEO da Galp Moçambique, na terça-feira, 27 de Agosto, durante uma visita do Ministro da Economia português, Pedro Siza Vieira, ao Terminal Logístico da Matola. No que diz respeito ao GPL, a maior capacidade de armazenagem vai permitir aumentar significativamente os stocks deste produto no país e contribuir para a redução dos custos no abastecimento, garantindo também que a oferta vai acompanhar a crescente procura.
“O Terminal Logístico em construção na Matola irá contribuir para potenciar a utilização de infra-estruturas portuárias e ferroviárias, em benefício do País”, explicou Paulo Varela, referindo que “a nova base traz sobretudo uma maior segurança e fiabilidade no abastecimento de GPL (gás de garrafa), duplicando a capacidade de recepção e armazenagem na zona sul, passando das actuais 3 mil toneladas para as 6 mil”.
As duas novas bases logísticas para recepção, armazenagem e expedição de combustíveis líquidos e de GPL, nas cidades da Beira e da Matola, vão possibilitar também um aumento da competitividade da Galp no mercado nacional e criar condições para abastecer também o mercado em países vizinhos, alargando a sua área de influência nesta região de África.
Com estes investimentos, que deverão estar concluídos no final de 2020, a Galp passará a contar com quatro parques logísticos em Moçambique. A empresa gera, actualmente, 120 postos de trabalho directos e cerca de 2 mil indirectos, números que deverão aumentar, no próximo ano, para os 150 e 2500, respectivamente.
No ano de 2017, o volume de negócios da Galp em Moçambique na área de distribuição de combustíveis representou 128 milhões de euros, tendo em 2018 aumentado para os 163 milhões de euros.
A visita realiza-se no contexto da FACIM 2019, que acontece de 26 de Agosto a 1 de Setembro, na qual a Galp marca presença com o tema ‘Hoje é um bom dia para mudar’. A Galp marca novamente presença na Feira Internacional mais importante de Moçambique e onde demonstra a sua actividade neste mercado e na região.
Presente no país há mais de 60 anos, desde 2018 que a Galp está em todas as províncias de Moçambique através dos seus 62 postos de abastecimento de combustível, apresentando-se como um dos maiores investidores no mercado. Com uma escala global, a empresa considera o investimento em infraestruturas essencial para o futuro desenvolvimento de Moçambique. Envolvida no sector do Oil & Gas, participa também no consórcio que vai extrair e comercializar gás natural na bacia do Rovuma. (Carta)
Teve lugar, nos passados dias 26 e 27 de Julho, a 5ª edição do Fórum de Empreendedorismo Tony Elumelu, em Abuja, Nigéria. O evento contou com a presença de cerca de 10 mil empreendedores de 20 países africanos e 5 Chefes de Estados Africanos, especificamente, Presidente da Ruanda, Paul Kagame, Presidente do Senegal, Macky Sall, Presidente da Republica de Congo, Félix Tshisekedi, Vice-Presidente da República Federal da Nigéria, Yemi Osinbajo, representante da República de Uganda, Ruhakana Rugunda.
Mais de 150 PME´s tiveram a oportunidade de expor os seus produtos e serviços no Market Place, uma plataforma criada pela Fundação Tony Elumelu (TEF) para networking e oportunidade de negócios entre empreendedores e mais de 60 investidores que participaram do evento.
Moçambique estive representado por Katia Manjate, gestor de Diamond Clear Clean, um empreendimento dedicado a limpeza e reciclagem, e Jubia Domingos economista agrária e gestora de Xambiza Biotecnologia, uma starup que transforma lixo orgânico em proteína e ração animal. Segundo as empreendedoras moçambicanas e benificiárias da bolsa TEF e experiência em participar do fórum é uma mais-valia para os seus projectos uma vez que trocaram contactos e experiência com empreendedores e investidores africanos. Katia Manjate acrescentou que “já fiz parceria com empreendedores de Congo, Cabo-Verde e Nigéria, vamos unir sinergias para internacionalizar a empresa”. Por sua vez, o Jubia Domingos “além dos 5 mil dólares de financiamento que tive no programa de empreendedorismo da Fundação Tony Elumelu, treinamento e mentoria foi muito útil para que eu conseguisse transformar um sonho em uma realidade, a formação de uma ano que tivemos é praticamente um MBA (Master Business Administration).”
Durante o fórum, Tony Elumelu, patrono da iniciativa e Presidente do Conselho de Administração (PCA) do UBA, disse que “o extremismo é um produto da pobreza e do desemprego. A pobreza em qualquer lugar é uma ameaça iminente para todos povos independentemente do lugar. Razão pela qual, os nosso lideres devem entender que é prioritário apoiar os jovens com iniciativas empreendedoras porque são eles que irão transformar o nosso continente.”
O Programa de Empreendedorismo Tony Elumelu foi lançado em 2015, anualmente são seleccionados jovens com iniciativas empreendedoras pelo continente na base da viabilidade, sustentabilidade e no impacto dos seus projectos de negócio no crescimento socioeconómico de África.
O projecto foi concebido para 10 anos, com um fundo de 100 milhões dólares, para treinar, acompanhar e financiar 10.000 empreendedores africanos, criar mais de um milhão de postos de emprego e contribuir em cerca de 10 bilhões de dólares em receita económica para a África. (Carta)