Um guarda do palácio da governadora do Niassa, Francisca Tomás, morreu na noite da última sexta-feira num ataque protagonizado por homens armados contra um camião na zona do rio Ruassa, que faz a fronteira entre as províncias do Niassa e Cabo Delgado. O ataque, que está a ser relacionado com a “insurgência” em Cabo Delgado e não com simples banditismo, ocorreu já à entrada da província de Cabo Delgado, precisamente no distrito de Balama. “Carta” soube que o camião transportava mercadoria do Niassa e seguia com destino à cidade de Pemba. O veículo foi atingido depois de atravessar o rio ao longo da mata em direção a vila de Balama.
O esquema de descontos na ponte suspensa na baía de Maputo começa na segunda-feira, de acordo com um anúncio da Maputo-Sul, a empresa pública que opera a ponte. Os proprietários de veículos ligeiros que pretendam beneficiar do esquema de descontos devem preencher um formulário disponível na empresa, fornecendo uma fotografia do veículo com sua placa de inscrição claramente visível. Devem depois comprar um cartão pré-pago por um mínimo de 500 Meticais e pagar um adiantamento de 320 Meticais (o equivalente a duas travessias normais da ponte). Os descontos serão processados automaticamente, dependendo de quantas viagens pela ponte, entre o centro de Maputo e o distrito municipal de Katembe, o veículo faz num mês. Um carro que atravesse a ponte entre 11 a 20 vezes por mês terá direito a um desconto de 7%, diminuindo a tarifa de 160 para 148 meticais por viagem. Se o carro fizer entre 21 e 30 travessias, o desconto sobe para 13 % e cada travessia passa a custar 139.000 Meticais. Reduções semelhantes estão em vigor na portagem da Bela Vista, na estrada de Katembe para a Ponta de Ouro, na fronteira com a província sul-africana de Kwazulu-Natal.
O preço normal para os veículos ligeiros é de 100 Meticais, mas um veículo que atravesse mais de 60 vezes por mês pagará apenas 40 Meticais por cada vez. Veículos totalmente isentos de portagens são ambulâncias, carros de bombeiros e veículos policiais ou militares, quando em serviço. As portagens com desconto foram aprovadas pelo Governo e a Maputo-Sul adverte que não tem poder para oferecer descontos adicionais. A divulgação aponta que o dinheiro arrecadado pelas portagens será usado na manutenção da ponte e da estrada para Ponta do Ouro, e para fornecer serviços de boa qualidade aos usuários. Por outras palavras, o dinheiro não será usado para pagar o empréstimo de 785 milhões de USD do ExIm Bank chinês, que foi a principal fonte de financiamento para a ponte e suas estradas de conexão. (AIM)
Dois cidadãos do Malawi estão encarcerados em celas da PRM em Tete, acusados de posse ilegal de ossos humanos. A porta-voz da PRM em Tete, Lurdes Ferreira, confirmou a detenção dos malauianos.
"Eles estão sob custódia policial para as devidas investigações porque é crime transportar ossos humanos em Moçambique", disse Ferreira. "Eles foram encontrados com crânios humanos e ossos da perna. Estamos à procura de pessoas que profanam sepulturas em cemitérios para exumar corpos humanos", disse ela. Os malawianos confirmaram que os ossos são realmente humanos e admitiram que os encontraram em cemitérios. "Nós fomos lá procurar plantas medicinais", disseram eles. "Também vimos ossos de pessoas e os levamos para tratamento, porque fazem parte dos remédios usados para enriquecer as pessoas em curto espaço de tempo". O presidente provincial da AMETRAMO em Tete, Vasco Simbadzaco, disse aos jornalistas que surpreendeu pessoalmente os malauianos que tratavam as pessoas numa casa no bairro de Mateus Sansão Mutemba. "Eu peguei-os em flagrante com os ossos humanos", disse ele. (AIM)
Numa altura em que o espaço aéreo nacional está aberto a outros operadores, a LAM diz que regista um índice de pontualidade de 93 %, o melhor até ao momento, depois de diminuir de forma acentuada os atrasos que se verificavam nos seus voos num passado recente. O pior índice, zero por cento, registou-se a 5 de Julho passado, quando a companhia não efetuou nenhum voo. O anterior Conselho de Administração, liderado por António Pinto, foi substuído por uma Direccão Geral encabecada por João Jorge Pó, que em Julho iniciou uma reestruturação calendarizada 18 meses. Volvidos quatro meses, os resultados já são visíveis.
Quando se esperava que o processo eleitoral de Marromeu fosse transparente e justo, eis que a Polícia da República de Moçambique (PRM) e a Comissão Distrital de Eleições (CDE) decidem assumir a paternidade das eleições, criando artimanhas e viciações para alterar aquela que era a tendência do voto, conforme aponta o relatório do EISA, uma organização regional de monitoria de eleições. A contagem paralela do EISA e doutras organizações da sociedade civil davam vitória à Renamo com 59,5 %, contra 32,7 da Frelimo e 7,7 % do Movimento Democrático de Moçambique (MDM). Mas a CDE acabou declarando a Frelimo como vencedora do escrutínio com 9.143 votos (48,10%), contra 8371 (44,04%) da Renamo e 1493 (07,86%) do MDM, numa eleição que contou com a participação de 20.207 eleitores dos 28.211 eleitores inscritos. As organizações da sociedade civil que observaram as eleições são todas unânimes em afirmar que as eleições foram uma vergonha e contribuem negativamente contra a construção de Estado de direito democrático. O relatório dos observadores as eleições insiste no entanto de que foi um “autêntico fiasco e houve fabricação de resultados fantasmas”.
A não alteração do horário de funcionamento da fronteira da Ponta de Ouro pode inviabilizar o uso da rota Maputo/Durban, através da ponte Maputo-Katembe, recentemente inaugurada. Em conversa com o presidente da Federação Moçambicana das Associações dos Transportadores Rodoviáviarios (FEMATRO), Castigo Nhamane, para o uso e fixação de tarifas na via é necessária uma mudança do horário de funcionamento de modo a permitir um tráfego mais fluído. Actualmente, a fronteira funciona no horário das 08 às 17 horas. As autoridades da Migração em Moçambique ainda estão a estudar o assunto, disse Armando Sitoe, afecto às relações públicas da Migração. Mas uma mudança do horário envolverá uma coordenação com as autoridades sul africanas.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país em 2019 entre 4 a 4, 7 % e a inflação irá rondar nos 6%. De acordo com o fundo, estes indicadores resultam de “esforços sustentados de criação de uma paz duradoura, de um relaxamento gradual das condições monetárias, da regularização dos pagamentos internos em atraso junto de fornecedores e do maior investimento direto estrangeiro, em particular nos megaprojetos de gás natural liquefeito”.
Há um braço de ferro instalado entre alguns membros da RENAMO e Raul Novinte, o presidente eleito do Conselho Autarquico da cidade portuária de Nacala, na província de Nampula. Em causa está a reivindicação de tomada de posições de chefia, com destaque para o posto de vereador, por parte de alguns membros que consideram que o novo edil deve por "obrigação" colocar no seu governo, independente da competência muito menos respeito a hierarquia, pessoas directamente ligadas ao partido. Num áudio que circula nas redes sociais, Feliciano Linha, membro da RENAMO e docente na Escola Serviços Missionários de Caridade para África (SEMICA), instituição que tem como o seu fundador e director Raul Novinte (edil eleito de Nacala-Porto), faz duras críticas ao cabeça-de-lista vencedor, pelo facto deste tencionar criar um “governo inclusivo”.
Sete jovens foram ontem detidos por populares nas proximidades da aldeia de Squaia, na localidade de Litingina, no distrito de Nangade em Cabo Delgado. Squaia sofreu um violento ataque de alegados “extremistas islâmicos” na passada quinta-feira à noite. Dezenas de jovens armados maioritariamente com facas e catanas irromperam aldeia dentro depois das 22 horas. Os residentes já se tinham recolhido aos aposentos. Os atacantes chegaram ao local e desataram a bater cada porta. Quem ousasse abrir era logo abatido. Esfaqueado. Relatos colhidos por “Carta” apontam para 12 mortes e dezenas de feridos. Mas quem não abrisse a porta via sua barraca incendiada imediatamente.
O economista moçambicano que o FMI ofereceu ao Governo para dirigir o banco central, Rogério Zandamela, é tido como um “one man show”. Raramente reúne os Conselhos de Administração (CA) do banco. O grosso das suas decisões são tomadas individualmente e faz também um “uso abusivo” do seu voto de qualidade enquanto governador. Esta é a súmula de uma caracterização da atuação de Zandamela, partilhada à “Carta”. O nome de Zandamela esteve no centro do debate público na semana passada por causa da sua gestão errática do apagão do sistema financeiro nacional. Uma contestação contra a atuação do governador ganhou corpo. Quatro destacadas organizações da sociedade civil local exigiram a sua demissão.