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Munições e sistemas electrónicos dominaram as exportações da indústria de defesa sul-africana em 2022 e Moçambique foi um dos clientes. De acordo com um portal especializado sobre a matéria (Defenceweb), veículos aéreos não tripulados (UAVs) no valor de R299 milhões foram vendidos em 2022 a dez nações, pela indústria de defesa sul-africana, incluindo nove para Moçambique (R2,8 milhões).

 

De acordo com a mesma publicação, 36 UAVs foram para o Benin (por R29 milhões); nove para o Brasil (R$ 11 milhões); sete para a RDC (R3,4 milhões); dez para a Costa do Marfim (R8 milhões); cinco para o Mali (R5,6 milhões); 82 para a Nigéria (R70 milhões); nove para a Arábia Saudita (R$ 5 milhões); dois para os Estados Unidos (R162 milhões); e dez para a Zâmbia (R1,8 milhão).

 

Munições e sistemas electrónicos representaram a maioria das exportações da indústria de defesa sul-africana no ano passado, de acordo com o último relatório anual do Comité Nacional de Controlo de Armas Convencionais (NCACC), com grandes itens como veículos blindados representando uma percentagem relativamente pequena.

 

Para o ano civil de 2022, a África do Sul exportou R4,679 biliões em equipamento militar e munições, acima dos R3,353 biliões em 2021. Com aproximadamente R420 milhões, os veículos blindados representaram apenas uma pequena parte das exportações de armas da África do Sul, com veículos blindados sendo vendidos para Congo (1), Gana (6), Guiné (2), Macedônia do Norte (2), Mali (2), Níger (8), Senegal (16), Togo (3), Emirados Árabes Unidos (1), Estados Unidos (4) e Zâmbia (2), de acordo com o NCACC.

 

Da mesma forma, quantidades modestas de “artilharia de grande calibre” no valor de R113 milhões foram vendidas para Djibuti (4), Egipto (3), França (10), Suíça (4), Uganda (8) e Estados Unidos (4).

 

As munições representaram o maior componente individual das exportações de armas da África do Sul em 2022, totalizando R1,628 bilião. Alguns dos maiores clientes de itens incluem a Austrália (R382 milhões para 8 203 itens); Alemanha (R119 milhões para 9 816 itens); Índia (R315 milhões para 316 135 itens); Catar (R181 milhões para 49 201 itens); e os Emirados Árabes Unidos (R420 milhões para 42 800 itens). Outros clientes de munições foram Bangladesh, Filipinas, Ruanda, Espanha e Turquia. Da mesma forma, bombas e foguetes representaram R 946 milhões em exportações de armas em 2022, com a Alemanha, por exemplo, adquirindo 18.420 bombas (provavelmente morteiros) no valor de R 575 milhões, e as Filipinas adquirindo 189 921 bombas por R 204 milhões. O Catar comprou mais de 2 000 foguetes por R1,7 milhão e os Emirados Árabes Unidos compraram 399 907 bombas por R126 milhões. Outros clientes incluíram a Arábia Saudita e a Zâmbia, comprando 8 961 e 380 bombas, respectivamente.

 

Depois de bombas, foguetes e projécteis de artilharia, os equipamentos electrónicos representaram a segunda maior parcela das exportações de defesa, totalizando R 1,3 bilião em 2022. Algumas das maiores exportações incluíram equipamentos de comunicação para a Índia (R55 milhões) e Mali (R39 milhões); equipamentos de medição para o Reino Unido (R32 milhões); equipamentos de contramedidas para a Alemanha (R79 milhões); e equipamentos de observação para a Turquia (76 itens por R1,047 bilião) e os Emirados Árabes Unidos (32 milhões).

 

A única aeronave listada como exportada no ano passado foi um único helicóptero no valor de R12 milhões para Gana, enquanto a Malásia recebeu 66 mísseis (possíveis Ingwes para as suas torres de veículos blindados fornecidos pela Denel) no valor de R79 milhões.

 

No que diz respeito às importações, em 2022 a África do Sul importou 40 armas de artilharia de grande calibre da França (R25 milhões); duas da Suíça (R5,4 milhões) e 80 armas de artilharia dos Emirados Árabes Unidos (R113 milhões). Setenta e oito armas leves foram importadas da República Tcheca, França, Alemanha, Turquia, Emirados Árabes Unidos e Estados Unidos. Mais de um milhão de cartuchos de munições foram recebidos da China, Noruega e Emirados Árabes Unidos. As importações, de acordo com o NCACC, totalizaram R301 milhões em 2022. (Defenceweb)

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Economistas e gestores empresariais queixam-se da crise de financiamento que afecta a economia moçambicana nos últimos tempos, devido ao elevado custo do dinheiro no sistema financeiro nacional, motivado pelas políticas monetárias restritivas tomadas pelo Banco de Moçambique e não só.

 

“Há crise de financiamento em Moçambique”, afirmou o economista-chefe do Millennium bim, Oldemiro Belchior, durante o briefing económico organizado na última quinta-feira, (03) em Maputo, pela Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA).

 

Segundo Belchior, concorrem para a crise no financiamento à economia as medidas restritivas que vêm sendo tomadas pelo Banco Central, com o objectivo de reduzir o elevado custo de vida, com a subida generalizada de preços de bens e serviços (inflação), em todo o país. Trata-se de medidas de aumento da taxa de juro de política monetária (vulgo taxa MIMO), e as reservas obrigatórias (em moeda interna e externa) que, no primeiro semestre de 2023, subiram em mais de 28.5 pontos percentuais, facto que originou o aumento da prime rate em 90 pontos bases.

 

Falando numa plateia de perto de 200 participantes, em presença física e remotamente, o economista, que também é membro do conselho directivo da CTA, deu a entender que, apesar de as medidas do Banco de Moçambique serem bem-vindas para estancar a inflação, estão a encarecer o dinheiro no sistema financeiro, o que leva os empresários a recearem contratar novos empréstimos para investir nos seus negócios.

 

Para defender o seu pensamento, Belchior recorreu aos dados sobre crédito à economia do próprio Banco de Moçambique. Ilustrou que, em Maio último, os bancos concederam no geral 298.2 mil milhões de Meticais em empréstimos à economia, valor que representa um crescimento de 7.8% se comparado com igual período de 2022, em que o Banco Central registou um crédito total à economia de 276.6 mil milhões de Meticais.

 

Contudo, ilustrou que, do crédito total concedido à economia no primeiro trimestre deste ano, 171.2 mil milhões de Meticais foram destinados ao sector produtivo, as empresas, verba que representa um aumento de apenas 1.5% se comparado com igual período em que os bancos concederam 168.6 mil milhões de Meticais.

 

Com esses dados percebe-se que o financiamento às empresas foi quase insignificante e demonstra receio da classe de contrair novos empréstimos porque os juros são caros.

 

Antes da intervenção de Belchior, num evento em que se debatia o desempenho da economia no segundo trimestre de 2023 corrente, falou o economista e Presidente do Conselho de Administração (PCA) da Bolsa de Valores de Moçambique (BVM), Salim Valá. Apresentando o desempenho da BVM naquele trimestre, Vala disse mesmo: “nenhum empresário recorreu ao BVM para se financiar e, como consequência, no segundo trimestre, o indicador da bolsa de financiamento à economia foi negativo”. Entretanto, disse que os outros indicadores, como capitalização bolsista, registaram desempenho positivo.

 

Para além das medidas de política monetária, Valá acusou o impacto da crise do conflito entre a Rússia e a Ucrânia que dura há mais de um ano e sem fim à vista.

 

Além desses factores, o economista-chefe do Millennium bim acrescentou que concorrem para a retracção do investimento na economia nacional “o elevado custo de captação de depósitos, suportado pelos bancos comerciais; poupança reduzida e poder negocial dos investidores institucionais; risco de crédito decorrente do incumprimento, numa altura em que há elevado índice de crédito malparado no sistema; assimetrias de informação e falta de colaterais, bem como as pressões fiscais resultantes dos encargos da dívida pública”. (Evaristo Chilingue)

Purchasing Managers index standerd min

A economia do sector privado de Moçambique iniciou o segundo semestre de 2023 com nota bastante positiva de acordo com os mais recentes dados do inquérito Purchasing Managers’ Index (PMI), produzido mensalmente pelo Standard Bank Moçambique. Resultados desse estudo assinalam uma maior melhoria das condições das empresas em Julho último.

 

O relatório do inquérito revela que o crescimento da produção aumentou a um ritmo acentuado, impulsionado por uma maior procura e número de clientes. Assinala que a recuperação deu origem a uma ronda mais eficaz de aumento dos preços de venda, contribuindo para as margens das empresas num momento de pressões relativas aos custos modestas.

 

Por consequência desse desempenho, o principal valor calculado pelo inquérito, o PMI, situou-se em 51,9 em Julho passado, contra 51,3 registado em Junho. O inquérito determina que valores acima de 50,0 apontam para uma melhoria nas condições das empresas no mês anterior, ao passo que valores abaixo de 50,0 mostram uma deterioração.

 

De acordo com o relatório do PMI, o indicador de Julho foi o mais elevado registado desde Junho de 2022 e assinalou uma melhoria moderada na saúde do sector privado.

 

“No entanto, as empresas sentiram dificuldades em converter o crescimento das vendas em contratações, uma vez que as mais recentes pressões de salários deram origem a problemas de tesouraria e prejudicaram o recrutamento. De igual modo, os stocks de meios de produção sofreram uma redução apesar de um novo aumento da actividade de aquisição, uma vez que o fraco poder de aquisição no segundo trimestre obrigou as empresas a usarem os seus inventários de forma a sustentar a produção”, lê-se no relatório.

 

Em Julho, as empresas moçambicanas permanecem confiantes em relação ao restante do ano, com 45% dos inquiridos a preverem um crescimento da actividade entre o aumento de novos negócios. No entanto, o optimismo diminuiu e atingiu o valor mais baixo desde Fevereiro.

 

Comentando os resultados do inquérito, o economista-chefe do Standard Bank em Moçambique afirma que, em geral, o desempenho é o reflexo da aceleração progressiva do aumento de novas encomendas e da produção.

 

“Tendo permanecido acima do valor de referência de 50, o PMI de Julho sugere que a actividade económica continua resiliente e a recuperar gradualmente. O PMI indica um desempenho mês a mês mais modesto nos sectores da agricultura e da construção, tendo sido este último o mais afectado pelas condições monetárias mais restritas, pela liquidez intermitente de moeda externa e pelas pressões fiscais”, afirma Mussá, em relatório do PMI.

 

Entretanto, o economista observou que em Julho, embora exista alguma solidez de crescimento na economia do sector dos serviços, não nos surpreenderia que tal começasse a esmorecer devido aos ajustes feitos na massa salarial do Estado, que já sofreu dois cortes durante este ano, e a uma política monetária mais restrita, que tem tendência a afectar a economia com algum atraso. (Carta)

vumba moz cta presidente

O desempenho das empresas do sector privado pelo Índice de Robustez Empresarial (IRE) no segundo trimestre de 2023 corrente permaneceu em 28%, tal como no primeiro. O IRE é calculado trimestralmente pela Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), a voz do empresariado privado nacional.  

 

Falando em briefing económico, realizado esta quinta-feira (03) em Maputo, o Presidente da CTA, Agostinho Vuma, explicou que concorreram para a manutenção de factores negativos o desempenho do turismo, mas também apontou aspectos positivos. “Do lado positivo, destaca-se o início da campanha de comercialização agrícola, o início da época de exportação de produtos como o algodão e camarão, e do lado negativo, o abrandamento do desempenho do sector de turismo, principalmente em províncias como Inhambane, Gaza e Manica, e o arrastamento dos efeitos dos eventos climáticos do primeiro trimestre”, indicou Vuma.

 

Perante perto de duas centenas de homens de negócios, o Presidente da CTA acrescentou que pesou igualmente na manutenção do desempenho empresarial o impacto dos custos dos preços de combustíveis, de modo particular do gasóleo, que corresponde a mais de 75% do consumo empresarial, cujos efeitos se reflectiram directamente no sector de transportes e indústria.

 

Do estudo trimestral, a CTA conclui ainda que no que diz respeito ao índice de emprego, acompanhando a tendência do índice de robustez empresarial, apresentou uma ligeira melhoria, o que denota uma maior prospecção do sector privado de gerar emprego no II Trimestre deste ano face ao primeiro.

 

“Entretanto, o mercado de trabalho continua frágil, constatando-se que prevalece uma preferência para a contratação de mão-de-obra temporária ou em tempo parcial, principalmente nos sectores da agricultura e construção”, assinalou Vuma.

 

Como perspectivas, a CTA espera que no terceiro trimestre registe uma tendência crescente da actividade empresarial. Todavia, diz haver o risco da subida de preços do barril de petróleo no mercado internacional, a par do prosseguimento dos efeitos da guerra entre Rússia e Ucrânia pressionar os preços domésticos de bens e serviços, cujo impacto poderá ser a diminuição da procura e, consequentemente, a contracção dos lucros de exploração.

 

Contudo, para fazer face à alta de preços e propiciar o aumento da produção e produtividade por forma a habilitar o país de melhores condições para absorver aos choques externos, a CTA apela à manutenção da estabilidade da taxa de câmbio, facto que o Banco de Moçambique tem alcançado desde o ano passado.

 

Exorta ainda para a necessidade de uma taxa de juro baixa que possibilite o acesso ao financiamento por parte do sector privado, pois, a classe empresarial tem assistido a uma subida galopante do coeficiente de reservas obrigatórias que, nos dois trimestres do ano, subiu em mais de 28.5 pontos percentuais, facto que originou o aumento da prime rate em 90 pontos bases.

 

A CTA exige ainda ao Governo a criação de mecanismos para impulsionar a produção interna, quer seja pela primazia das compras do Estado da produção nacional ou o alargamento das zonas económicas especiais, dentre outros factores que foram evidenciados durante a décima oitava Conferência Anual do Sector Privado - CASP. (Evaristo Chilingue)

max tondela assembleia

O Fundo Soberano de Moçambique (FSM), cuja criação é votada esta semana no parlamento, deverá arrecadar anualmente, dentro de dez anos, mil milhões de dólares com receitas da exploração de gás natural, anunciou ontem o ministro da Economia e Finanças.

 

“Em média, nos 25 anos de contrato de concessão [de exploração de gás natural], o Estado moçambicano vai receber 750 milhões de dólares [685 milhões de euros]”, explicou o ministro Max Tonela, questionado no parlamento moçambicano pelos deputados da primeira comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos Humanos e de Legalidade e da segunda Comissão de Plano e Orçamento.

 

A proposta de lei que cria o FSM, a constituir com 40% das receitas da exploração do gás natural, já foi aprovada em Conselho de Ministros e sobe à discussão da V Sessão Extraordinária do Parlamento, que vai decorrer em Maputo de 03 a 07 de agosto.

 

Nas explicações dadas aos deputados esta manhã, o ministro da Economia e Finanças apontou a previsão de receitas de cerca de 100 milhões de dólares (91 milhões de euros) anuais nos primeiros três anos e “de forma incremental”, a partir do quinto ano, cerca de 300 milhões de dólares (273,6 milhões de euros) por ano”, chegando após os primeiros dez anos a cerca de mil milhões de dólares (912 milhões de euros) anuais.

 

Max Tonela revelou igualmente que este ano, “desde o início da exploração, o Estado já recebeu 40 milhões de dólares [36,5 milhões de euros]” da exploração de gás natural, e que a expetativa aponta para 100 milhões de dólares “até ao final do ano”.

 

Na mesma audição, o ministro assegurou que o FSM terá garantia de “reporting” e informação “pública” sobre o seu desempenho e gestão. “Todos os moçambicanos poderão ter informação sobre o valor de mercado, do imposto e dos rendimentos que advirão dos investimentos que serão efetuados pelo fundo”, assumiu.

 

Também assegurou que numa ótica de transparência, o Orçamento do Estado passará a ter uma “secção específica que vai detalhar a forma como os fundos serão utilizados”.

 

No modelo de criação do FSM, cujo gestor operacional será o Banco de Moçambique, Max Tonela afirma que foram levados em conta exemplos “bem-sucedidos no mundo e os casos menos bons”, em que “países que tiveram grandes recursos e foram na boleia dos recursos e elevaram demasiado o padrão de consumo do Estado, endividaram-se demasiado e neste momento o nível de recursos vai reduzindo e entram num conflito em que não têm a capacidade de ter mais recursos”.

 

“Portanto, este é o propósito último do fundo. Por isso é que devemos olhar para as gerações atuais, mas garantir que as gerações futuras também possam tirar proveito da existência de recursos de que o país dispõe também”, explicou, sublinhando que o FSM permitirá “ir buscar recursos para financiar o Orçamento do Estado numa situação em que já não haja gás natural” para explorar.

 

A proposta de lei que cria o FSM, a que a Lusa teve acesso, refere que “na sua estrutura de governação, pretende-se que o Fundo faça o aproveitamento integral das instituições existentes no país, guiando-se pelos princípios de boa governação, transparência, responsabilização, independência e inclusão, em linha com as melhores práticas internacionais”.

 

No preâmbulo da proposta, o Governo recorda que no âmbito das atividades de pesquisa realizadas nas Áreas 1 e 4, 'offshore' do bloco do Rovuma, “foram descobertos enormes depósitos de petróleo e de gás natural não associado”, estimados em cerca de 180 triliões de pés cúbicos.

 

Neste quadro, os operadores e parceiros das Área 1 e 4 submeteram ao Governo três projetos de liquefação de gás natural, já aprovados, nomeadamente o de Gás Natural Liquefeito Coral Sul FLNG, em alto mar, o de Gás Natural Liquefeito Golfinho/Atum, e o de Gás Natural Liquefeito Rovuma LNG.

 

Paralelamente, decorrem trabalhos de pesquisa em cinco áreas de concessão de pesquisa e produção de petróleo e gás, localizadas em Angoche, Delta do Zambeze, “esperando-se, em caso de descoberta comercial, benefícios ainda maiores”.

 

São receitas do FSM as provenientes da produção de gás natural liquefeito das áreas 1 e 4, ‘offshore’ da bacia do Rovuma e futuros projetos de desenvolvimento e produção de petróleo e gás natural, bem como “retorno dos investimentos das receitas” do fundo.

 

“Sempre que num determinado ano ocorrer uma calamidade pública que leve à declaração de Estado de Sítio, Estado de Emergência e/ou de Guerra (…) podem ser transferidos recursos financeiros do FSM para o apoio ao Orçamento do Estado”, neste caso em percentagem superiores ao previsto (entre 50 a 60% das receitas), sob proposta do Governo.

 

“O FSM deve investir em ativos que não sejam do setor do petróleo e gás”, estabelece ainda a proposta no parlamento, assumindo igualmente que esses investimentos devem ser feitos “com base na política” aprovada pelo Governo.

 

Fica também definida a “proibição” de utilização de recursos do FSM para “concessão de garantias na contratação de empréstimos pelo Estado ou outras entidades”, ainda para “pagamento de dívidas e serviço da dívida sem passar pelo Orçamento do Estado”, para financiamento de “atividades políticas e partidárias” e na “contração de dívidas”. (Lusa)

Bp petromoc

A BP Moçambique pretende vender à Petróleos de Moçambique (PETROMOC) uma participação de 50% na Maputo International Airport Fuelling Services (MIAFS) Limitada, uma joint venture gerida por ambas empresas, para a concepção e construção de um depósito de combustível para aviação no Aeroporto Internacional de Maputo.

 

De acordo com um aviso publicado na última segunda-feira (31 de Agosto) pela Autoridade Reguladora da Concorrência (ARC), a notificação da operação de concentração de empresas foi apresentada em 24 de Julho e está sujeita à avaliação pública nos próximos 15 dias.

 

Em Março passado, o anúncio dava conta de que a compra de activos da BP Moçambique seria feita à Puma Energy Moçambique, Limitada que também opera no sector de combustíveis líquidos. O negócio-alvo incluía operações em sete aeroportos, nomeadamente, Maputo, Vilanculos, Beira, Tete, Quelimane, Nampula e Pemba. Estas actividades incluem a operação de armazenamento de combustível para aviação, bem como infra-estruturas de abastecimento into-plane.

 

Esta é a segunda vez, em menos de dois anos, que a BP vende os seus activos em negócios de combustíveis em Moçambique. Em princípios do ano passado, a TotalEnergies também anunciou a aquisição da rede retalhista, negócio grossista de combustíveis e activos logísticos da BP.

 

A transacção abrange uma rede de 26 postos de abastecimento, uma carteira de clientes empresariais e 50% na SAMCOL, empresa de logística anteriormente detida conjuntamente pela TotalEnergies e pela BP, que opera os terminais de importação de combustíveis da Matola, Beira e Nacala. (Carta)

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