As Forças de Defesa e Segurança que operam em Palma capturaram na manhã de ontem, na aldeia Malamba, 8 homens que alegadamente pertenciam ao grupo de insurgentes em Cabo Delgado. Malamba situa-se a 7 kms da vila sede de Palma. Na altura da sua captura, os 8 homens, com idades que variam entre os 18 e os 40 anos, residentes no bairro Incularino, estavam munidos de catanas, flechas e azagaias. O recinto do Comando Distrital da PRM em Palma estava ontem abarrotado de mirones, que pretendiam ver os rostos dos 8 homens.
Os insurgentes de Cabo Delgado estão a aproximar-se da zona central da exploração do gás do Rovuma, em Palma. Raramente, os ataques ocorriam dentro do distrito de Palma. Mas três novos ataques atribuídos aos insurgentes foram registados nos dias 10 e 11 de Dezembro, neste distrito.
Populares de Nangade, que nos últimos dois dias estiveram numa empreitada de perseguição aos insurgentes em Cabo Delgado, alegam ter capturado um jovem de cerca de 30 anos, acusando-o de ser o líder do grupo que dirigiu os últimos ataques na zona, nomeadamente desde 20 de Novembro a esta parte. Trata-se de Mustafa Suale Machinga, que foi ferido por balas disparadas por militares no passado dia 5 de Dezembro.
Recostado num opulento cadeirão de praia e inalando a maresia suave do Índico, pés mergulhados na brancura da areia em Bazaruto, o Presidente angolano, João Lourenço, escolheu o maravilhoso arquipélago de Vilankulo para fazer uma pausa. Sua luta contra a corrupção em Angola tem sido incisiva e inequívoca. Ele abraçou o desafio com paixão e perseverança. Para isso, assumiu um risco: rompeu com o anterior Presidente José Eduardo dos Santos. Houve quem pensasse que essa fissura era artificial, que os fundamentos da correlação de forças no seio do MPLA se haviam se recompor, e tudo voltaria ao "status quo". Nem a prisão do Zenu foi entendida como um ponto de rotura completo.
Ja são quase todos os dias que nos chegam relatos de ataques dos insurgentes em Cabo Delgado. Ontem à noite escalaram a aldeia Cogolo, no Posto Administrativo de Mucojo, distrito de Macomia, causando danos humanos e materiais. Queimaram 6 casas, mataram 1 civil e saquearam uma barraca. Passavam poucos minutos das 20 horas. Os malfeitores entraram para a aldeia e disparam dois tiros para o ar, para amedrontar. De acordo com o relato que “Carta” recebeu, o ataque foi rápido. Em cincos minutos conseguiram matar a tiro um jovem, incendiar as casas e saquear a barraca, retirando-se logo de seguida.
Em Cogolo havia um acampamento das Forças de Defesa e Segurança mas a posição foi movimentada há três dias para uma zona que dista três quilómetros da aldeia. Aproveitando-se disso, os malfeitores entraram e fizeram o estrago rapidamente, fugindo à pronta reação das forças militares.
O estrago podia ter sido maior não fosse o facto de os habitantes da aldeia se terem refugiado no mato logo que se aperceberam da chegada dos homens. “Aqui já não se dorme”, disse uma fonte. Cogolo fica a três quilómetros da sede da localidade de Ilala, em Quiterajo, que foi atacada no dia 23 de Agosto, com um trágico saldo de duas pessoas mortas e 20 casas incendiadas. Foi em Cogolo que alguns jovens integrantes da insurgência construíram uma palhota, a qual chamava de Mesquita. Essa palhota foi destruída pela população pouco tempo depois, alegadamente porque através dela eram propagadas mensagens de teor violento e ligadas ao fundamentalismo islâmico.(Carta)
Passam-se hoje 428 dias desde que na madrugada de 5 de Outubro de 2017, uma quinta-feira, Mocímboa da Praia e mais 6 distritos de Cabo Delgado passaram a viver momentos de terror e medo, sempre ao anoitecer. Justamente 14 meses.
“Carta” vasculhou relatos em arquivos da imprensa nacional e estrangeira para contabilizar o número de vítimas mortais desde o dia 0 da insurgência. Estimamos 194 mortos, entre civis, oficiais das forças de defesa e segurança, civis e insurgentes. E 342 feridos.