Os insurgentes de Cabo Delgado estão a aproximar-se da zona central da exploração do gás do Rovuma, em Palma. Raramente, os ataques ocorriam dentro do distrito de Palma. Mas três novos ataques atribuídos aos insurgentes foram registados nos dias 10 e 11 de Dezembro, neste distrito.Sir Motors
O primeiro ataque registou-se na madrugada do dia 10, no povoado de Nalyandele, que dista cerca de 20 kms da vila de Palma. Uma pessoa foi baleada mortalmente na sua própria moradia. Na mesma segunda feira, por volta das 11 horas, foi atacada a aldeia Malamba, também em Palma, onde mataram uma pessoa, raptaram três, dos quais dois velhos e um jovem deficiente. À mãe do jovem deficiente tiraram-lhe toda a roupa que trajava, deixando-a nua no meio do caminho.
Outra ação dos malfeitores foi por volta do meio dia de ontem, 11 de Dezembro, na aldeia Miando, via de Rovuma, cerca de 10 kms do centro de Palma. Entraram e incendiaram casas em número ainda desconhecido, sem deixar vitimas humanas. “Nós estamos mal aqui em Palma, porque os tais entram de dia e à noite não há sono, lamentou uma fonte a “Carta”. Ontem à tarde foram vistos elementos das Forças de Defesa e Segurança, deslocando-se àquela região (de Miando), enquanto a população abandonava aldeia em direção à vila de Palma. No entanto, a vila de Palma está a registar desde último fim-de-semana, um movimento de pessoas que se deslocam do posto administrativo de Pundanhar devido à insegurança
Os insurgentes já não assaltam apenas aldeias. Atacam nas machambas e residências isoladas, em pleno dia, plantando um autêntico clima de insegurança. Na segunda feira, na zona de Makanga, perto do Rio Rovuma, surpreenderam três jovens que cortavam estacas e lenha para o seu sustento. Quando os jovens notaram a aproximação de um grupo de desconhecidos, puseram-se em fuga. Um deles foi abatido e decapitado. Por outro lado, fontes em Nangade referem que no domingo, dia 9, um insurgente foi morto pelos populares, como resultado da campanha de caça ao homem realizada nos últimos dias. As fontes contam que o suposto insurgente viria a ser morto na região fronteiriça com o distrito de Mocímboa da Praia.
A situação que se viveu nos últimos dias, no distrito de Nangade, forçou a ida de um alto quadro do Ministério da Defesa, àquela região, onde manteve encontros com a população e autoridades locais. De acordo com fontes dA “Carta”, no encontro com a população na aldeia Litingina, de onde saíram 30 jovens para integrarem o grupo de insurgentes, o governante reiterou que as Forças de Defesa e Segurança tudo farão para por fim à situação, mas pediu mais vigilância popular. O governo acredita que os jovens ainda comunicam com seus familiares na aldeia e, por isso, pediu que os mesmos sejam mobilizados a entregar-se às autoridades. Depois de dias de agitação, a aldeia de Litingina em Nangade, voltou a normalidade, apesar das sequelas de mortes e casas destruídas por conta da agitação havida recentemente, que resultou de mais de 20 casas de familiares cujos filhos filiaram-se nos insurgentes. O comércio começa a fluir com a presença de compradores de castanha de caju e os produtores de agricultura. (Saíde Abido)
