Um grupo de extensionistas afectos ao programa "Sustenta", um projecto do extinto Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural, que era liderado por Celso Ismael Correia, amotinou-se em frente ao edifício deste Ministério, exigindo salários em atraso de cinco meses.
Segundo os extensionistas, maioritariamente da província de Maputo, só receberam o seu último salário no mês de Julho de 2024, depois de terem feito muito barulho. No entanto, garantem que os problemas de salários surgiram desde o início do programa.
“Quando este projecto foi lançado, criou-se muita pompa, mas nunca houve nada de especial. Nós estamos a passar por várias situações no terreno. Nunca tivemos os salários pagos devidamente, não temos direito a nenhum subsídio e não temos nada”, explicou um dos afectados.
“No âmbito deste projecto, nós recebemos motorizadas e o governo nunca se preocupou em fazer a manutenção e sempre dizem que temos de resolver todos os problemas com o nosso próprio dinheiro. Mas como resolver se nem salário recebemos devidamente”, contou.
Os extensionistas explicam ainda que os problemas de salários começaram a fazer sentir-se com mais impacto com o início das manifestações, quando o custo de vida ficou mais elevado. No início do mês de Dezembro último, outro grupo de extensionistas contratados, no âmbito do projecto, denunciou atrasos salariais de mais de quatro meses.
Na ocasião, o grupo escreveu uma carta aberta dirigida ao Ministro cessante Celso Correia, pedindo que ele esclarecesse a situação dos salários. Mas, debalde!
Recorde-se que "Sustenta" é um programa nacional criado pelo governo para a integração da agricultura familiar em cadeias de valor produtivas, com o objectivo de melhorar a qualidade de vida dos agregados familiares rurais, por meio da promoção de uma agricultura sustentável (social, económica e ambiental). (Carta)