As manifestações que vêm acontecendo um pouco por todo o país, convocadas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, estão na origem da deficiente recolha de resíduos sólidos na cidade de Maputo. A tese foi defendida, esta terça-feira, pelo Presidente do Município da Cidade de Maputo, Rasaque Manhique, em conferência de imprensa de balanço dos impactos dos protestos, que duram há mais de 40 dias.
“A nossa cidade produz diariamente cerca de 1.3 toneladas de resíduos sólidos, sendo que a recolha desta quantidade de lixo exige um trabalho árduo de todos os intervenientes no processo. Estamos a dizer que não é fácil fazer a recolha desta quantidade de lixo por dia. Imaginemos com dois/três dias de paralisação e com barricadas, torna-se ainda mais difícil”, destacou Manhique.
“As barricadas dificultam bastante a prestação de serviços básicos na nossa cidade. Temos estado a ver muito lixo nas ruas, o que concorre para que tenhamos problemas de saúde pública”, acrescentou, sublinhando que o Município tem perdido contentores de depósito de lixo, devido ao fogo posto pelos manifestantes.
Na mesma ocasião, o autarca disse que as barricadas não permitem que o munícipe consiga ter acesso aos serviços essenciais, como é o caso da saúde e educação e até mesmo para sepultar o seu familiar. “Isto constitui uma humilhação e não nos devemos humilhar entre nós”.
Prosseguiu, afirmando que os cidadãos são livres de reivindicar os seus direitos desde que não usem a violência. “Todos podemos dizer o que pensamos, mas não podemos privar os outros de realizar as suas actividades. Juntos devemos ultrapassar as dificuldades que temos”.
No entanto, antes das manifestações, concretamente no mês de Julho, o presidente do Município de Maputo justificou que a deficiente recolha de resíduos sólidos na capital moçambicana se devia a uma dívida acumulada no valor de 360.400.000,00 Meticais (cerca de 5,6 milhões de dólares). (Carta)