Há um texto que está a circular vilipendiando a Sociedade Civil (SC) e proferindo impropérios abomináveis contra o trabalho digno de muitas organizações e personalidades ligadas a esse mundo. São afirmações e posicionamentos tão indignos, e que são totalmente contrários aos princípios básicos da sinceridade ética e académica que cultivo muito seriamente.
Esses grupos que, para além de serem intelectualmente questionáveis pela qualidade das suas afirmações, têm agendas obscuras com a instrumentalização abusiva da minha imagem e a manipulação nojenta dos meus pronunciamentos no Canal Televisivo MBC.
O meu argumento central nessa entrevista foi: todo e qualquer individuo da Sociedade Civil tem a prerrogativa de poder fazer ou participar da política, mesmo que eu entenda que a vocação primária da SC não é necessariamente fazer política, no sentido de Politcs. Ainda, pode haver, e muitos sabemos disso, pessoas que podem usar as organizações da SC para fins contrários ao objecto de sua existência. Não se trata de um fenómeno generalizado, mas pode ocorrer e ocorre. Essa é uma reflexão sociologicamente possível. Não se trata de dizer se é condenável ou não, se é bom ou mau. Apenas existem essas dinâmicas e que podem merecer atenção nossa. Apenas isso. O resto é interpretação abusiva, hermeneuticamente insípida. Há uma clara intenção nesse texto de atacar a Sociedade Civil e algumas personalidades usando infielmente os meus pronunciamentos, desviando o sentido dos meus argumentos e ampliando insensatamente o teor do que disse.
Os que me conhecem sabem que a qualidade do texto em circulação agredindo a Sociedade Civil é, tanto no plano formal como no plano do teor, completamente distante daquilo que é o rigor que aplico quando me pronuncio sobre qualquer que seja o sujeito do meu domínio ou interesse. Nunca me pronunciaria tão abusiva e porcamente como fica patente no texto em circulação.
Reitero aqui, portanto, a minha completa desaprovação no que concerne à práticas que seviciam a sociedade civil, aos amálgamas que se espalham vindo de sectores reacionários, sectores anti-liberdades cívicas.
Continuo absolutamente convicto que as organizações da Sociedade Civil são um corpo fundamental na promoção de uma sociedade mais aberta, mais livre, de uma cidadania mais activa, mais consciente, de uma sociedade mais democrática, mais transparente, mais respeitadora dos Direitos Humanos. Em Suma, afasto-me de todo e qualquer pronunciamento que for contrário ao que digo nesta mensagem, assim como nos meus pronunciamentos no Canal Televiso MBC no dia 12 de Junho.
Refuto-me categoricamente a associar-me ao teor do texto associado à minha curta entrevista, que foi de apenas um minuto e dezoito segundos.
É uma clara manipulação propagandista, de qualidade interna e de escrita medíocre, e que responde aos interesses de grupos que são contrários aos meus valores, às minhas convicções, e ao profundo respeito que tenho pela minha sanidade intelectual e pela minha responsabilidade ética dentro do meu país, Moçambique.
*Régio Conrado##*
Académico, Investigador e Pos-doutorando em Public Policy Reforms na Universidade Sheffield ( Reino Unido) Bordeaux ( França)