O Presidente do Município de Quelimane, Manuel de Araújo, rejeitou sábado, repetidamente, a ideia de que o principal partido da oposição, a Renamo, esteja em agonia.
Discursando num comício em Quelimane, onde foi apresentado como candidato da Renamo a governador da província da Zambézia, nas eleições provinciais marcadas para 9 de Outubro, Araújo, citado na edição de segunda-feira do boletim independente “Mediafax”, disse que aqueles que prevêem o iminente desaparecimento da Renamo “não conhecem a Renamo e os seus apoiantes”.
“Há quem diga que a Renamo está acabada em Quelimane”, declarou. “Dizem que os jovens abandonaram a Renamo. Dizem que as mulheres abandonaram a Renamo”.
Após cada uma destas declarações, ele perguntou à enorme multidão presente no comício se era verdade e eles responderam com gritos ensurdecedores: “Não!”
O futuro da Renamo foi seriamente questionado quando a liderança do partido excluiu Venâncio Mondlane, que tinha sido candidato da Renamo a presidente do Município de Maputo nas eleições municipais do ano passado, do congresso da Renamo realizado no município de Alto Molócuè, em meados de Maio.
Mondlane pretendia desafiar o líder do partido, Ossufo Momade, para a presidência da Renamo. Mas com o seu adversário mais sério excluído do Congresso, Momade teve poucos problemas em ser reeleito para um segundo mandato de cinco anos como presidente do partido.
Mondlane demitiu-se então da Renamo e está agora a concorrer com o apoio da Coligação Aliança Democrática (CAD) nas eleições de Outubro para Presidente da República.
Araújo, que tem sido por vezes mencionado como um possível futuro líder da Renamo, não seguiu Mondlane para fora do partido, embora tenha deixado claras as suas diferenças com Momade. Ao oferecer apoio condicional à liderança de Momade, Araújo deixou aberta a possibilidade de uma futura candidatura à presidência da Renamo.
Araújo escolheu atacar nominalmente, não o próprio Mondlane, mas um dos seus proeminentes apoiantes da Zambézia, Joel Amaral, que, no mesmo dia, liderou uma marcha pelas ruas de Quelimane em apoio a Mondlane, e à Coligação da Aliança Democrática (CAD)), que o está apoiando. Amaral “passou para o outro lado, pensando que a Renamo está acabada”, disse Araújo. “Mas diga a ele que ainda é tempo de voltar para casa”.
Disse que os líderes da Renamo “cometeram erros” e pediu à multidão que os perdoasse e depois “marchassem juntos pelo mesmo caminho”.
“Os nossos chefes em Maputo cometeram alguns erros. Não podemos esconder isso”, sublinhou. “Temos que criticá-los e eles devem admitir que cometeram erros”. Mas insistiu que a população de Quelimane e da Zambézia “nunca” abandonará a Renamo.
Araújo declarou a sua convicção de que vencerá em Outubro e se tornará o primeiro governador da Renamo na Zambézia. (AIM)