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BCI
terça-feira, 07 maio 2024 07:58

Cerca de 40 por cento da população sofre de hipertensão

Cerca de 40 por cento da população moçambicana, ou seja, mais de 13 milhões de pessoas, sofrem de hipertensão arterial, revelou ontem (06) o Ministro da Saúde, Armindo Tiago. Tiago anunciou o facto durante o lançamento do projecto “Prevenção e Controlo das Doenças Não Transmissíveis”.

 

“A prevalência da hipertensão em Moçambique está entre as mais elevadas nos países em desenvolvimento, estimando-se em cerca de 40 por cento, variando com a faixa etária”, disse o governante.

 

Disse igualmente que dados de estudos realizados em 2015 indicam que a prevalência da diabetes mellitus no país é superior a sete por cento.

 

“Entre os indivíduos dos 15 e 49 anos, o cancro já representa a terceira causa de morte, oito por cento das mortes, segundo os dados do COMSA (Sistema de Vigilância de Eventos Vitais e Causas de Morte)”, avançou Tiago.

 

O ministro justificou o elevado peso das doenças não transmissíveis no país como sendo resultado de uma maior exposição a diversos factores de risco tais como o consumo excessivo de álcool, tabaco, sedentarismo, consumo excessivo de alimentos gordurosos, salgados e açucarados.

 

“Apesar de altas prevalências, as doenças não transmissíveis são preveníveis, particularmente através da redução da exposição aos factores de risco. Portanto, com a colaboração e o engajamento de todos, particularmente do indivíduo, poderemos alcançar ganhos consideráveis na redução da prevalência destas doenças”, esclareceu.

 

Actualmente, segundo o ministro, Moçambique passa por uma transição epidemiológica caracterizada por manutenção do peso elevado das doenças transmissíveis e um aumento considerável da prevalência de doenças não transmissíveis como as doenças cardiovasculares, diabetes mellitus, cancro, doenças respiratórias crónicas e o trauma.

 

E Itália desembolsa cinco milhões de euros para combate às doenças não transmissíveis

 

O Governo Italiano, através da Agência Italiana de Cooperação para o Desenvolvimento (AICS), vai desembolsar cinco milhões de euros, ao longo dos próximos três anos, para a prevenção e controlo de doenças não transmissíveis em Moçambique.

 

O financiamento vai reforçar as actividades do Ministério da Saúde (MISAU) e tem como foco três províncias prioritárias, nomeadamente, Sofala e Zambézia no centro do país e Maputo, sul. A informação foi partilhada ontem, em Maputo, pelo embaixador da Itália acreditado em Moçambique, Gianni Bardini.

 

Bardini disse que a canalização destes fundos é de extrema importância para a identificação precoce e tratamento das doenças não transmissíveis.

 

“É um projecto muito abrangente. Em primeiro lugar vai auxiliar o fornecimento de equipamento, incluindo material de laboratório e medicamentos. O segundo ponto é a formação a vários níveis, o terceiro ponto é o rastreio que permite a identificação de doenças e intervenções nelas ainda precoces”, defendeu.

 

Disse que vai contribuir ainda em acções de sensibilização e no aprofundamento da conexão entre as “deficiências e as doenças não transmissíveis”.

 

O ministro da Saúde, por sua vez, destacou o papel da Itália no combate às doenças não transmissíveis.

 

“A Agência Italiana de Cooperação para o Desenvolvimento tem desempenhado o seu papel apoiando o Ministério da Saúde na redução da morbi-mortalidade por doenças não transmissíveis, através do reforço da capacidade de vigilância, prevenção, fornecimento de meios de diagnóstico bem como do apoio na aquisição e distribuição de medicamentos”, disse Tiago.

 

“Estamos convictos de que este programa, aliado aos esforços empreendidos pelo Ministério da Saúde, irá reforçar a capacidade do sector em aumentar o acesso a serviços de prevenção, diagnóstico e tratamento das doenças não transmissíveis”, assegurou.

 

Apelou ainda aos gestores de saúde aos níveis provincial e distrital, para se empenharem na implementação do projecto e garantirem que o mesmo contribua para ganhos adicionais nos indicadores de saúde da população.

 

O programa “Prevenção e Controlo das Doenças Não Transmissíveis” será implementado numa fase inicial em cerca de 20 unidades sanitárias, sendo sete da província de Zambézia, igual número de Sofala e seis de Maputo. (AIM)

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