Cinco vogais da Comissão Provincial de Eleições da Zambézia, em representação dos partidos políticos da oposição, denunciaram, semana finda, a existência de 10.013 eleitores fantasmas nos dados do recenseamento eleitoral aprovados por aquele órgão eleitoral, na passada terça-feira. A informação consta de uma declaração de voto vencido, publicada na última sexta-feira, pelo Centro de Integridade Pública (CIP).
No documento, os cinco vogais afirmam que os dados aprovados pela Comissão Provincial de Eleições da Zambézia são diferentes dos produzidos nos setes distritos autárquicos daquela província, com destaque para os distritos de Quelimane e Alto Molócuè.
Para a autarquia de Quelimane, explicam os vogais da Renamo e do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), os dados do Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE) de Quelimane apontam para o recenseamento de 123.908 eleitores, porém, o STAE provincial diz terem sido recenseados 130.691 eleitores, uma diferença de 6.783 eleitores.
Já no distrito de Alto Molócuè, os cinco vogais afirmam terem sido inscritos mais 3.230 eleitores, numa escola que não consta do mapa de recenseamento eleitoral, tanto a nível provincial, assim como distrital.
“Os cadernos incrementados ao nível do STAE Provincial não são de domínio dos órgãos de apoio ao nível distrital, segundo as declarações de votos vencidos por eles apresentados”, defendem os subscritores da declaração de voto vencido, a nível da Comissão Provincial de Eleições da Zambézia.
Os cinco vogais sublinham que as irregularidades detectadas foram verificadas e reconhecidas por todos os membros daquele órgão, porém, os vogais ligados ao partido Frelimo recusaram devolver os processos aos respectivos órgãos eleitorais distritais para a devida correcção e harmonização.
No documento, os cinco vogais revelam ainda terem sido descobertos oito cadernos eleitorais no armazém distrital do STAE de Gurué e um caderno eleitoral no armazém distrital do STAE de Maganja da Costa, depois da aprovação dos mapas do recenseamento eleitoral.
Refira-se que os partidos políticos da oposição, com destaque para Renamo e MDM, continuam a defender a correcção dos dados do recenseamento eleitoral, por entender que o processo foi marcado por gravíssimas irregularidades. (Carta)