A activista social avança que, caso se consiga a promoção da condição da mulher nos sectores mais altos da economia, se espera um grande sucesso naquilo que se pode chamar igualdade e justiça social.
Graça Machel falava esta terça-feira (27), em Maputo, durante a conferência das “Mulheres na Economia”, organizada pela Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC). Ela lembrou que alguns sectores têm vindo a esforçar-se na colocação de mulheres em lugares de destaque, na formulação das políticas económicas a nível de gestão e direcção da economia, ao nível do domínio das tecnologias exigidas.
“Nós estamos no século 21, agora fala-se da economia digital, como é que vamos colocar a mulher na economia digital, como é que vamos transformar esse estigma de que o rosto da pobreza é o rosto de uma mulher e trazermos os exemplos mais inspiradores de que as mulheres são líderes nas suas famílias, nas pequenas empresas mesmo no sector informal”, defendeu a activista social.
“Nós vamos ao Zimpeto hoje e quem traz o milho de Manica, Tete são mulheres que têm camiões cavalos e começaram de pequenas quantidades em camionetas e hoje trazem toneladas. Aquelas mulheres são exemplo concreto do que é fazer funcionar a cadeia de valor. Porque saem do agricultor pequeno, entram no mercado formal e alimentam uma cidade inteira. Então, nós queremos demonstrar que a mulher não é apenas o rosto da pobreza, é aquela capacidade de decidir, de participar, de audácia, de entrar em terrenos difíceis, mas com persistência e resiliência”.
Para a activista, a mulher precisa ser estimulada para liderar. “Nós queremos estimular a força da própria mulher para liderar, assim como liderou na esfera política, liderar na esfera económica também. Segundo, que haja em todos os sectores estratégias e planos concretos de como nós vamos colocar a mulher nos vários segmentos para ela estar em condições de influenciar políticas e contribuir para alterar, transformar as estruturas, as instituições e os sistemas que ainda a impedem de exercer em pleno os seus direitos na área da economia”.
“Queremos insistir na área da economia para que a mulher tenha posse dos recursos de uma maneira significativa no mercado e mudar as mentalidades”. (Marta Afonso)