Depois de terem interdito o transporte de grandes quantidades de géneros alimentícios destinados à venda nas aldeias da zona costeira do distrito de Macomia, em Cabo Delgado, como forma de impedir que os terroristas reforcem a sua logística alimentar, as Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) anunciaram nova proibição.
A nova interdição abrange as próprias viaturas, que não devem transportar passageiros nem mercadorias. Por enquanto, só são autorizados motociclistas, ciclistas e peões, todos sujeitos à revista minuciosa.
Fontes disseram à "Carta" que a medida entrou em vigor na última quinta-feira, 22 de Junho, sendo que os carros de transporte semi-colectivo de passageiros, vulgo "chapa-cem", estão imobilizados, alguns com respectiva mercadoria, esperando autorização. A medida está a criar constrangimentos aos transportadores e comerciantes, que estavam animados com a retoma do comércio em Mucojo e Quiterajo.
Acrescentaram que, com a medida, o mercado da vila sede já se ressente da falta de pescado, com destaque para o peixe. Entretanto, regista-se igualmente falta de géneros alimentícios nos principais centros onde foi reassentada a população regressada, nomeadamente Pangane e Pequeué. As duas regiões dependem de produtos ou alimentos que os pequenos operadores adquirem na sede do distrito.
Segundo fontes, os comerciantes foram proibidos de adquirir grandes quantidades de produtos alimentares pelo facto de, na semana passada, os terroristas terem feito compras volumosas em várias bancas nas comunidades de Pangane, Milamba, Pequeué e Ingoane. (Carta)