O Presidente Cyril Ramaphosa prolongou por mais um ano o destacamento da Força de Defesa Nacional da África do Sul (SANDF) em Moçambique, na República Democrática do Congo (RDC) e no Canal de Moçambique, ao custo de 2 mil milhões de rands.
Em cartas datadas de 6 de Abril ao presidente da Assembleia Nacional, Nosiviwe Mapisa-Nqakula, Ramaphosa detalhou as prorrogações e os seus custos associados. No que é designado ″Operação Vikela″, o estadista sul-africano autorizou o envio de tropas para Moçambique em apoio à Missão militar da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral em Moçambique (SAMIM), prorrogada de 16 de Abril de 2023 a 15 de Abril do próximo ano, com um custo de 984 milhões de rands.
Ramaphosa afirmou que até 1 495 membros da Força de Defesa Nacional da África do Sul serão destacados para ajudar Moçambique a combater actos de terrorismo que afectam a zona norte do país.
Também está ocorrendo em Moçambique a missão da Marinha da África do Sul (Operação Cobre), para monitorar e impedir actividades de pirataria ao longo da costa sul africana do Oceano Índico. Ramaphosa autorizou o destacamento de 200 homens entre 1 de Abril de 2023 a 31 de Março do próximo ano, a um custo de 35 milhões de rands.
Os destacamentos da Operação Cobre foram intermitentes nos últimos anos devido à falta de recursos e outros compromissos e custaram 8,3 milhões de rands em 2019, 5,9 milhões em 2020 e 31 000 de rands em 2021.
A implantação internacional mais cara da SANDF é na RDC (Operação Mistral), que envolve um valor estimado em 1,035 bilião de rands entre Abril de 2023 e 31 de Março de 2024. Ramaphosa autorizou o destacamento de 1.198 membros das Forças Armadas sul-africanas para servir na Missão de Estabilização das Nações Unidas na República Democrática do Congo (Monusco) para desarmar, neutralizar e impedir a expansão de grupos armados. A Operação Mistral custou 801 milhões de rands em 2019; 637 milhões em 2020; 691 milhões em 2021 e 674 milhões de rands em 2022.
As extensões ocorrem numa altura em que a SANDF está a gastar uma quantia cada vez maior em implantações ad hoc não planeadas para lidar com desastres naturais e distúrbios civis, entre outros. Desde 2019, as implantações ad hoc incluíram o repatriamento de cidadãos sul-africanos da China (Operação Ditaba) em 2020 (15,5 milhões de rands), Operação Notlela (resposta Covid-19 – 876 milhões de rands em 2020), Operação Ligcoco em 2020/21 e 2022 (repatriamento de cidadãos – mais 9 milhões de rands), socorro às cheias de 2019 em Moçambique (8,5 milhões de rands), socorro às cheias do Malawi no mesmo ano (7,7 milhões de rands) e socorro às cheias do Zimbabwe, também no mesmo ano (34 milhões de rands) a resposta às inundações em KwaZulu-Natal em 2022, 135 milhões de rands.
Após a agitação de Julho de 2021 na África do Sul, as despesas da Operação Prosper totalizaram 416 milhões de rands. Também ao abrigo da Operação Prosper foram enviadas tropas em 2022 para proteger as instalações da Eskom, representando uma despesa de 37 milhões de rands.
O Comité Permanente Conjunto de Defesa (JSCD) observou desde 2019, “uma confiança reforçada na SANDF para apoio interno a outros departamentos do governo, bem como apoio militar convencional externo”. (Defenceweb)