O Observatório Cidadão para Saúde (OCS) aponta que a melhoria das casas mãe-espera para mulheres grávidas nas províncias de Sofala, Tete, entre outras, são alguns dos ganhos alcançados pelo projecto “sou cidadã” que se encontra na sua fase final de implementação, volvidos cinco anos.
A remoção da barreira da indumentária para o acesso às Unidades Sanitárias, a revisão da Carta dos deveres e direitos do doente, a redução do roubo dos medicamentos nas unidades sanitárias, constam também no mapa dos resultados alcançados pelo OCS. A informação foi divulgada esta quarta-feira (28) em Maputo, pelo Gestor do Projecto, André Manhice, durante o balanço dos cinco anos da implementação do projecto.
Manhice destacou as várias intervenções ao nível das comunidades para melhoria da qualidade de saúde, a monitoria dos serviços prestados e advocacia para que as preocupações das comunidades fossem consideradas no processo de planificação. Durante os cinco anos, notou-se ainda o esforço para investimento na formação dos técnicos de saúde.
“Já não temos muitas queixas de roubo de medicamentos, encontramos uma melhoria na alocação de técnicos necessários nos Centros de Saúde. Sentimos que o Governo também faz um esforço para responder àquilo que são as necessidades das comunidades nas Unidades Sanitárias", disse André Manhice.
Por seu turno, Clélia Pondja, representante do Observatório Cidadão para Saúde (OCS), disse que, volvidos cinco anos do projecto, nota-se uma dinâmica na prestação de serviços no sector da saúde, tomando como exemplo as intervenções durante o período da Covid-19.
“No período da Covid-19 advogamos para que os activistas continuassem o seu trabalho ao nível das comunidades e estes tivessem prioridade na vacinação, como também conseguimos trazer as evidências da problemática da falta de água nas unidades sanitárias, incluindo a debilidade das próprias infra-estruturas, sendo que começamos a ver algumas melhorias a nível do país. Igualmente trouxemos ao de cima a problemática dos medicamentos ao nível das unidades sanitárias, situação que as autoridades nacionais começaram também a olhar de uma forma mais atenciosa”.
O OCS menciona também o facto de ter conseguido que o Ministério da Saúde (MISAU) passasse a publicar mais dados numéricos sobre a gestão dos seus gastos. No entanto, Pondja explica que, não obstante o fim do projecto, o OCS vai continuar a trabalhar até que exista um sistema de saúde mais equitativo e de qualidade.
O Projecto “Sou cidadão” é uma iniciativa enquadrada no programa de apoio aos actores não estatais para melhoria da qualidade de saúde e educação, financiado pela União Europeia. (Marta Afonso)