Dezasseis mortos, alguns a tiros e outros por decapitação, para além de sete feridos graves e ligeiros e mais de mil casas queimadas foram contabilizados no distrito de Namuno, província de Cabo Delgado, em virtude de ataques terroristas ocorridos na região, desde Outubro do ano passado. Os danos materiais protagonizados pelos terroristas incluem ainda viaturas, motorizadas, bicicletas e casas de culto, com destaque para três igrejas e uma mesquita.
Nas suas incursões, os terroristas atacaram as comunidades de Hukula, Murramiea, Mmawe, Cimeio, Pararame, Nanrapa e Namituri.
Os terroristas também prejudicaram o processo de ensino e aprendizagem ao queimar 100 carteiras e salas de aula. No sector económico, o destaque vai para a destruição de barracas de comerciantes informais locais. Os ataques terroristas às aldeias do distrito de Namuno levaram ao surgimento do grupo hoje conhecido por "Namparamas".
Estes dados foram anunciados esta terça-feira (28), na cidade de Pemba, pela administradora de Namuno, Maria Felisbela Lázaro, durante a VIa sessão ordinária do Conselho Executivo Provincial de Cabo Delgado, que debateu, entre outros assuntos, o desempenho do governo daquele distrito.
Até Setembro de 2022, Namuno, um distrito mais a sul de Cabo Delgado, era um local pacífico e a população chegou a acolher famílias deslocadas de outros pontos. Os terroristas que operam na província de Cabo Delgado desde 2017 lançaram os primeiros ataques ao distrito de Namuno em Outubro do ano passado.
Entretanto, fontes locais em Muidumbe referem ter havido na última semana forte tiroteio numa zona próxima da aldeia Namacule, onde terão sido vistos militares do Botswana envolvidos na missão da SADC. Os especialistas sobre assuntos relacionados ao terrorismo disseram, através da rede social Twitter, que um dispositivo explodiu no passado dia 23 de Março na zona de Mandava ainda em Muidumbe, mas sem fornecer mais detalhes.
Enquanto isso, os meios de propaganda dos terroristas, através de informações postas a circular nas redes sociais, referem que aquele grupo pretende incluir as acções de Moçambique na Jihad Global. (Carta)