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Foi necessário um grito de socorro, reportado pela "Carta", para que o Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH) efectuasse o pagamento de algumas facturas que permitiram a direcção da Diname pagar os salários dos trabalhadores.
Segundo os lesados, na última quarta-feira, a direcção da Diname surpreendeu os seus trabalhadores com o pagamento de salário referente a um mês, faltando pagar os restantes quatro meses. No entanto, as fontes revelam que o pagamento do salário gerou mais revolta porque nem todos tiveram o valor.
Ao que “Carta” apurou, o processo de pagamento de um mês de salário iniciou na última quarta-feira, isto é, um dia depois da publicação do artigo da “Carta”. As fontes contam que, instantes depois da publicação do artigo, o director reuniu-se supostamente com a direcção do MINEDH, que decidiu efectuar o pagamento de algumas facturas em atraso, o que deu para pagar os salários de alguns trabalhadores.
Entretanto, ao fim da tarde desta quarta-feira, os salários começaram a cair na conta de alguns trabalhadores em todo o país, deixando outros na lista de espera. Os excluídos entraram em contacto com a direcção das Finanças da Diname, tendo a mesma explicado que ocorreu uma falha no sistema e que os salários seriam pagos.
Porém, para sua surpresa, a falha de sistema foi somente para parte dos trabalhadores, enquanto todo o corpo directivo já tinha recebido seus salários sem nenhum problema. Na manhã desta quinta-feira, os trabalhadores que ainda não tinham os seus salários na conta dirigiram-se à Diname para uma marcha pacífica em sinal de protesto.
Já no local, os trabalhadores foram informados que os salários não foram pagos a todos porque o valor que entrou nas contas da empresa era para ser usado para pagar a previdência social do Director-Geral e uma viagem para o mesmo, à província de Lichinga, por sinal, sua terra natal.
A explicação enfureceu os trabalhadores e estes decidiram marchar até à direcção para ter mais detalhes do assunto, e foi daí que horas depois foram processados os salários dos restantes trabalhadores. No entanto, o grupo alega não estar satisfeito porque um mês de salário não resolve os problemas gerados em cinco meses.
“A empresa estava com cinco meses de salários em dívida e hoje resolveu pagar-nos apenas um mês e não diz mais nada em relação aos outros salários em atraso. Isto não resolve os nossos problemas. Sabemos que este salário só foi pago para não procurarmos mais a imprensa, isto é, para nos acalmarem, mas queremos o que é nosso e vamos continuar a nossa greve enquanto não nos pagarem”, refere o grupo.
Refira-se que são mais de 70 trabalhadores da Diname com salários em atraso. (Marta Afonso)
