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sexta-feira, 27 maio 2022 07:10

Salários dos militares passam a ser processados a partir dos respectivos ramos

Militares salario min

Fontes militares afiançaram à “Carta” que, para se estancar o saque anual de mais de 672 milhões de Meticais nas Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), o Chefe do Estado-Maior, o Almirante Joaquim Mangrasse, ordenou que os vencimentos dos militares passassem a ser pagos a partir dos três ramos que compõem as FADM.

 

Assim, todos os salários serão pagos através dos ramos do Exército, da Marinha e da Força Aérea, contrariamente ao que aconteceu por décadas, em que as folhas eram elaboradas por financeiros e comandantes dos pelotões e quartéis militares.

 

Para além do processamento ser feito a partir dos ramos, Mangrasse determinou também que os ordenados sejam pagos por escala, começando o ramo da Marinha, seguindo o ramo da Força Aérea e, por fim, o ramo do Exército.

 

As fontes confidenciaram que, apesar de alguns militares terem sido atingidos pela medida, o facto é que a situação veio acabar com muitos desmandos que se assistiam nas FADM, em que até desmobilizados, filhos, amantes e trabalhadores de altas patentes, generais e antigos combatentes auferiram durante décadas salários, subsídios e benesses que eram para militares reais.

 

As mudanças operadas no pagamento dos salários vêm na sequência da descoberta nas folhas salariais e nas listas de escalas para operações militares de mais de sete mil militares fantasmas nas Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM). O rombo deixou vários militares no activo sem salários do mês de Maio, incluindo aqueles que se encontram a estudar com bolsas de estudo no estrangeiro.

 

Refira-se que um outro escândalo que se assiste nas FADM tem a ver com a questão do subsídio de deslocação, que a nível do Estado foi estipulado em seis mil Meticais por dia, caso o funcionário esteja fora da sua jurisdição de trabalho. Entretanto, este subsídio não é atribuído a todos os membros das FADM, principalmente, parte significativa do pessoal que se encontra no Teatro Operacional Norte (TON) e outros locais do país. As fontes revelaram que os abrangidos nunca chegam a receber qualquer explicação sobre o destino dos valores monetários que deveriam ser pagos. (O.O.)

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