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Há quase 20 dias que não há registo de qualquer confronto militar entre as Forças de Defesa e Segurança (FDS) e o grupo terrorista, na vila-sede do distrito de Palma, província de Cabo Delgado, porém, o ambiente continua tenso naquele ponto do país, com a população a deixar aquela sede distrital por temer um novo ataque terrorista.
E, porque na vila (de reassentamento) de Quitunda, as condições de segurança e de sobrevivência degradam-se a cada 24 horas, os deslocados começaram a recorrer aos barcos (à vela) para chegar à cidade de Pemba, capital provincial de Cabo Delgado, o actual destino de quase todos os deslocados de Palma.
O primeiro grupo a desembarcar na praia de Paquitequete, na capital provincial de Cabo Delgado, chegou na última terça-feira, constituído por 133 pessoas, das quais 59 crianças. O grupo navegou durante 11 dias (partiu no dia 09 de Abril), devido ao mau tempo que se faz sentir na província de Cabo Delgado há quase um mês. Contam que, em algumas ocasiões, interrompiam a navegação e noutras, atracavam em algumas ilhas para se poderem hidratar.
Ao que “Carta” presenciou, os 133 deslocados estavam totalmente debilitados, devido à fome e sede. Explicam que optaram pela via marítima, devido à lentidão que se verifica na evacuação aérea.
Diferentes ramos da Polícia da República de Moçambique (PRM) e elementos das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) marcaram presença na praia de Paquitequete, tendo impedido, mais uma vez, a presença de jornalistas no momento de desembarque. Alguns deslocados foram acolhidos pelos seus familiares, enquanto outros foram encaminhados ao Centro Transitório do bairro Eduardo Mondlane.
Informações não confirmadas indicam que uma embarcação, fazendo o trajecto Ilha do Ibo/Pemba, terá naufragado, matando 11 pessoas. O mau tempo é apontado também como a provável causa deste acidente. (Carta)
