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quinta-feira, 22 abril 2021 03:43

Governo diz estar a prestar assistência humanitária à população que se encontra em Palma

Nove dias depois da visita de Ana Comoane (Ministra da Administração Estatal e Função Pública) à sede distrital de Palma, atacada pelos terroristas no passado dia 24 de Março, o Governo garante já estar a prestar assistência humanitária de emergência à população que se encontra naquele ponto do país.

 

A garantia foi dada esta quarta-feira, na Assembleia da República, pelo Primeiro-Ministro, Carlos Agostinho do Rosário, durante a Sessão de Perguntas ao Governo.

 

Sem avançar a data em que iniciou a assistência humanitária, os meios usados e muito menos em que consiste, Do Rosário explicou que a acção está a ser coordenada com as Forças de Defesa e Segurança (FDS), que continuam a manter ordem e tranquilidade públicas naquela região do país.

 

Para além das pessoas que ainda se encontram em Palma, revelou Carlos Agostinho do Rosário, o Governo está a assistir um total de 715 mil pessoas que se encontram nos centros transitórios de acomodação e nas famílias acolhedoras na Cidade de Pemba (capital provincial de Cabo Delgado) e nos distritos circunvizinhos.

 

Dados actualizados ontem por Carlos Agostinho Do Rosário indicam que perto de 723 mil pessoas, correspondendo a 157 mil famílias, já saíram das suas zonas de origem, devido aos ataques terroristas, sendo que 140 mil famílias estão acomodadas em vários distritos da província de Cabo Delgado e 17 mil nas províncias de Nampula, Zambézia, Niassa, Manica, Sofala e Inhambane.

 

Refira-se que “Carta” esteve em Palma, semana finda, tendo testemunhado a desgraça que se abateu sobre aquela vila-sede. Para além do rasto de destruição e do ambiente de insegurança que ainda reina, a população relatou um cenário de fome, devido à falta de comida, havendo pessoas que passam mais de três noites sem comer.

 

Aliás, devido ao ataque do dia 24 de Março, até semana finda, o comércio estava quase encerrado, sendo que os poucos comerciantes que se faziam à rua garantiam estar a “despachar” os produtos que escaparam da fúria dos terroristas. Os preços também eram proibitivos, sendo que, por exemplo, para adquirir 1 Kg de arroz ou farinha de milho eram necessários 200 Meticais, enquanto uma garrafa de 1,5 litros de óleo alimentar avulso era vendida a 400 Meticais.

 

Sublinhar que, até ao momento, ainda não há dados oficiais sobre o número de mortos, assim como danos causados pelos terroristas. Também ainda não se sabe quando é que o Administrador de Palma e sua equipa irão regressar àquele território. (Carta)

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