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quarta-feira, 31 março 2021 06:48

André Oliveira Matsangaíssa desmobilizou e insta Mariano Nhongo a aderir ao DDR

Numa altura em que continua, e sem cessar, a caça ao líder da auto-proclamada Junta Militar da Renamo, Mariano Nhongo, o processo que tem em vista o Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) dos antigos guerrilheiros da Renamo conheceu, esta terça-feira, um novo capítulo. Desmobilizou, no Centro de Acantonamento de Chuala, localizado em Catandica, distrito de Báruè, província de Manica, André Oliveira Matade Matsangaíssa, um dos homens do núcleo duro de Mariano Nhongo.

 

O sobrinho de um dos membros fundadores da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) foi desmobilizado na companhia de 14 guerrilheiros da Renamo. Após cumprir todas as fases do processo (formalidades), André Oliveira Matsangaíssa era um homem satisfeito e pleno de certeza de ter feito a escolha acertada. E pela convicção, Matsangaíssa apelou ao seu antigo líder a depor as armas e juntar-se ao processo de DDR.

 

André Oliveira Matsangaíssa apelou, igualmente, ao Governo a prosseguir com a criação de condições (segurança) para que mais guerrilheiros adiram ao processo, lembrando que nas matas há homens com vontade de sair, mas que não o fazem, precisamente, por temerem represálias.

 

O sobrinho de André Matsangaíssa juntou-se ao processo três semanas depois de ter sido apresentado, na Presidência da República, como desertor da auto-proclamada Junta Militar da Renamo. Numa declaração à imprensa, após deixar a Junta Militar, o sobrinho de André Matsangaíssa, para além de explicar as razões que o motivaram a aderir ao movimento, disse que “brevemente” seria conhecido o paradeiro de Mariano Nhongo.

 

André Oliveira Matsangaíssa foi desmobilizado com a patente de Coronel. Entretanto, o líder da Junta Militar disse, há semanas, que o sobrinho de Matsangaíssa não tem qualquer formação militar e que foi ele quem, depois de o receber nas matas, o promoveu ao posto de Coronel, última patente que antecede a classe dos Generais, na estrutura do exército moçambicano.

 

O processo de desmobilização em Manica prevê abranger 782 guerrilheiros do maior partido da oposição. O DDR tem em vista desmobilizar cerca de cinco mil antigos guerrilheiros.

 

Até ao fecho do ano passado, haviam sido desmobilizados 1.490 guerrilheiros, entregues 192 armas e 4.139 munições de diverso calibre. Contabiliza-se, até ao momento, pelo menos de acordo com informação oficial, o encerramento das bases de Savane, Muxúnguè, Inhaminga, Chemba, Marrínguè e Mabote.

 

Inicialmente, a previsão para a conclusão do processo apontava para Dezembro do corrente ano. Entretanto, semana passada, o presidente da Renamo, Ossufo Momade, disse que o importante, neste momento, não eram os prazos definidos para a conclusão do processo, mas sim o alcance do propósito (Desarmamento, Desmobilização e Reintegração dos guerrilheiros).

 

Entretanto, o DDR decorre ensombrado pelos ataques perpetrados pela auto-denominada Junta Militar. Este movimento vem, no entanto, nos últimos tempos debatendo-se com a deserção de figuras ligadas à liderança. Para além de André Oliveira Matsangaíssa, deixaram também o movimento o então porta-voz, João Machava, e o chefe do Estado-Maior, Paulo Nguirande. (Carta)

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