Cinco dias depois veio, finalmente, a reacção do grupo que se acredita ter sido responsável pelo assalto à Vila de Palma, província de Cabo Delgado. Num comunicado partilhado a meio da tarde de ontem, o Estado Islâmico (EI) reivindica a autoria do ataque mortífero ao chamado “coração” dos projectos de Gás.
Ao comunicado, com o carimbo Islamic State, vem apenso uma fotografia (extraída da AMAQ News AGENCY), que ilustra um grupo numeroso envolto a um indivíduo completamente vestido de negro que se acredita ser líder de grupo armado. Na imagem, ao fundo, é possível visualizar, para além de postes de transporte de energia, uma placa (indicando a vila de Mocímboa da Praia).
É de realçar que a placa onde os terroristas se deixaram fotografar está mesmo à entrada da Vila de Mocímboa da Praia, circunscrição territorial tomada pelo grupo armado desde Agosto de 2020.
No comunicado, com dizeres na língua árabe, o Estado Islâmico reclama ter assassinado 55 elementos das Forças de Defesa e Segurança (FDS) e ainda civis, sublinhando, de seguida, o controlo da Vila de Palma.
Ao redor do indivíduo totalmente vestido de negro, estão homens, alguns dos quais empunhando armas de fogo e outros trajados do fardamento das Forças Armadas de Defesa de Moçambique. Salta, igualmente, à vista, os laços (vermelhos e pretos), lenços (de variadas cores e modelos) e ainda um indivíduo de raça branca.
Entretanto, no passado domingo, o Ministério da Defesa Nacional veio a público dar o ponto de situação dos ataques. O porta-voz do MDN, Omar Saranga, disse que foram registadas dezenas de mortes e que as FDS continuavam a palmilhar cada centímetro daquela estratégica vila com intuito de repor a ordem e tranquilidade públicas.
Na comunicação, que não teve direito a perguntas dos jornalistas, Saranga disse também que, até à altura em que falava à comunicação social, as FDS tinham sob seu controlo todas as suas posições.