Depois de na semana finda, Eugenia Nhamuchua, a porta-voz substituta do Comando Provincial da Polícia da República de Moçambique (PRM), na província de Cabo Delgado, ter dito que as diferentes forças policiais estavam a investigar as motivações da invasão da área concessionada a empresa Montepuez Ruby Minning (MRM), eis que, na última sexta-feira, 21, as partes do enredo perderam a razão e começaram uma confusão sem precedentes que veio a cessar no sábado, 22.
Segundo contaram fontes à “Carta”, tudo começou por volta das 20hrs, da última sexta-feira, quando forças conjuntas interpelaram garimpeiros ilegais cavando numa área da mina, tendo disparado para dois integrantes do grupo: um ficou ferido e outro desapareceu. Devido a situação, o grupo de garimpeiros rebelou-se, tendo ferido dois membros da guarda segurança e incendiado uma viatura da MRM.
As fontes, que descrevem a situação como não sendo “boa”, contam que, nos últimos dias, o distrito de Montepuez vive um movimento desusado de entrada de pessoas de diferentes partes do país e além-fronteira, uma situação que não se verificava nos últimos dois anos. Lembre-se que no comunicado da MRM, emitindo aquando do desabamento da mina, entre 04 a 06 de Fevereiro passado, a empresa avançou que os garimpeiros ilegais têm sido coordenados por diferentes sindicatos de tráfico de pedras preciosas.
Entretanto, nos últimos dias, o movimento nas minas sediadas, em Montepuez, aumentou, conforme contou um garimpeiro ilegal, que se identificou pelo nome de Azizi, proveniente de Mtwara, na República da Tanzânia. A fonte narrou que, entre os dias 04 a 06 de Fevereiro, o número de mortos ultrapassou 12, tal como avançaram as fontes oficiais. Afirmou que na noite do dia 04 foram retirados nove corpos e na manhã do dia seguinte, também foram retirados nove corpos. Garantiu que um número considerável de garimpeiros ilegais continuava soterrado. (Carta)