Daniel Francisco Chapo, de 48 anos de idade, acaba de ser investido como o novo Presidente da República de Moçambique, o quinto na história do país. O acto teve lugar às 11h11m desta quarta-feira, 15 de Janeiro de 2025, e foi dirigido pela Presidente do Conselho Constitucional, Lúcia Ribeiro.
O momento compreendeu a verificação da identidade de Daniel Chapo, leitura e assinatura do termo de juramento - tendo a mão direita sobre a Constituição da República -, a assinatura do acto de investidura e a entrega dos símbolos do poder.
O momento, testemunhado e aplaudido por mais de 2.500 pessoas, foi seguido pela declaração da sua investidura pela Presidente do Conselho e a troca de cadeiras entre o novo Chefe de Estado e o Presidente da República cessante.
Daniel Chapo foi proclamado vencedor das eleições gerais de 09 de Outubro, com 65% dos votos, contra os 24% obtidos pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane.
A investidura de Daniel Francisco Chapo, nascido em Inhaminga, província de Sofala, foi antecedida momentos, qual ritual de passagem e praxe republicana, do acto de entrega oficial do poder pelo seu antecessor.
Às 11h05m, o Presidente da Frelimo, Filipe Jacinto Nyusi, procedeu a entrega à Presidente do Conselho Constitucional, dos símbolos do poder (Constituição da República, a bandeira nacional, o emblema da república, pavilhão Presidencial e o martelo), como o marco do fim do seu reinado, iniciado em 2015.
O fim pacífico (?) do Nyussismo
Nyusi, que chegou à Praça da Independência, na capital do país, por volta das 09h55m, agradeceu aos países que se juntaram aos moçambicanos nesta data histórica para o país.
Discursando pela última vez como Chefe de Estado, Nyusi voltou a lamentar os saques e vandalizações durante as manifestações.
Agradeceu a oportunidade, o apoio e carinho que teve do durante o período da sua governação. Voltou a defender que os desastres naturais, o terrorismo, a pandemia da COVID-19 e as restrições orçamentais restringiram a sua acção governativa.
Segundo Nyusi, o povo moçambicano foi o principal protagonista da sua governação, tanto na construção de infraestruturas, assim como na abertura de uma nova realidade nos projetos de exploração de gás natural. Aliás, entende que o seu Governo fez "omoletes sem ovos suficientes", pelo que agradeceu aos membros dos seus dois governos.
Num discurso dedicado a louvores, o Presidente da República cessante agradeceu à Frelimo que lhe deu a oportunidade de "servir aos moçambicanos", à Afonso Dhlakama pela parceria na pacificação do país e às FADM pela fidelidade. Prestou ainda o seu reconhecimento ao Ruanda e à SADC pelo apoio no combate aos ataques terroristas, que afectam a província de Cabo Delgado desde 2017.
Lembre-se que Filipe Nyusi liderava o Estado moçambicano desde 15 de Janeiro de 2015, quando substituiu Armando Guebuza, com quem se incompatibilizou ao longo dos seus dois mandatos na sequência do escândalo das dívidas ocultas. (Carta)