A Operação Mosi, que significa fumaça, vai decorrer entre 17 e 26 de Fevereiro e poderá prejudicar ainda mais o relacionamento da África do Sul com alguns dos seus maiores parceiros comerciais. Os últimos exercícios navais envolvendo os três países tiveram lugar em 2019.
A relutância da África do Sul em condenar a invasão da Ucrânia pela Rússia e a sua decisão de permitir que embarcações russas sancionadas atraquem nos seus portos já aumentaram as tensões com os EUA, Reino Unido e União Europeia, que apoiam a Ucrânia no conflito.
O maior partido de oposição do país questionou a conveniência de prosseguir com os exercícios.
"Isto dá a impressão de não ser neutro, mas tendencioso para um lado. Claramente, pode alienar-nos de outros importantes parceiros comerciais", disse Kobus Marais, deputado da Aliança Democrática. "Isso é do melhor interesse da Rússia", disse Marais, chamando-o de "outro julgamento ruim, uma vergonha".
Os exercícios navais ocorrem cerca de um ano depois que a Rússia invadiu a Ucrânia, um evento que trouxe à tona os laços estreitos da África do Sul com a Rússia devido ao apoio histórico à luta de libertação do país e a sua participação conjunta no BRICS. Os EUA, Alemanha, Japão e Reino Unido são os principais parceiros comerciais da África do Sul, enquanto a Rússia não está entre os 15 primeiros. (Carta)