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segunda-feira, 28 novembro 2022 03:21

Indústria extractiva é o sector que mais crescerá em 2023

Em 2023 espera-se que o crescimento económico do país atinja 5%. Dados do Governo indicam que esta cifra será grandemente impulsionada pela produção do sector da indústria extractiva que prevê um crescimento de 23,1%, saúde e acção social (8,7%), agricultura (5,2%), construção (5,0%), administração pública, defesa e segurança social (3,8%), educação (3,5%), transportes e comunicações (3,2%), indústria transformadora e pescas, ambas com 2,5%.

 

De acordo com a Proposta do Plano Económico e Social e Orçamento do Estado para 2023 (PESOE), o sector extractivo terá como suporte o aumento da produção de rubis, carvão, areias pesadas (ilmenite, zircão e rutilo), gás natural e de materiais de construção.

 

O documento explica que o aumento de produção daquele sector dever-se-á ao facto de, gradualmente, o mercado internacional mostrar-se aberto ao comércio de recursos minerais e as empresas na área mineira estarem a retomar o ritmo normal de produção, resultante da adaptação das medidas de mitigação visando reduzir os impactos negativos do choque pandémico e das repercussões do conflito Rússia-Ucrânia sobre as cadeias de oferta globais. “Assim, regista-se um aumento da produção dos minerais com grande peso na estrutura global, nomeadamente o ouro, as areias pesadas, a grafite, o rubi e o carvão mineral”, acrescenta o PESOE 2023.

 

Aliado à maior procura externa, o Governo diz que vai dinamizar o sector, a operacionalização da Unidade de Gestão do Processo Kimberley (UGPK), cujo papel é velar pelos procedimentos técnicos de rastreio da produção e da comercialização de metais preciosos e gemas, com vista a aferir a real produção e recuperação de dados não declarados. Com a UGPK em pleno funcionamento, o Executivo assegura que, em 2023, será intensificada a actividade de rastreio para maximização da colecta de dados de produção por parte das empresas e na mineração artesanal.

 

“O plano de produção de ouro indica um crescimento de 23,0% comparativamente às projecções para o ano 2022, pois perspectiva-se a produção de 1.341,80Kg em 2023. O crescimento é resultado de: (i) maior controlo da mineração artesanal; (ii) bom desempenho das empresas produtoras deste recurso mineral em 2022, cujo plano de produção é de 1.022kg; (iii) contínua exploração de depósitos de rocha dura; (iv) introdução de uma nova planta de processamento no ano de 2022, elevando significativamente a capacidade de processamento até meados de 2023; (v) retoma das actividades de empresas de exploração em Manica no ano de 2022 e (vi) previsão de início de produção de empresas em Nampula”, acresce o PESOE 2023.

 

O Executivo espera ainda que o sector seja dinamizado pela produção de areias pesadas, que vai registar um crescimento devido ao início de produção nas novas concessões e ao aumento da produção da maior empresa de extracção de areias pesadas, como resultado do aumento da oferta no sector de pigmento de ilmenite e aumento da procura no mercado internacional.

 

“As projecções apontam para um crescimento na produção de grafite na ordem de 48,0%, em relação às projecções de 2022, após a retoma da maior empresa produtora deste recurso mineral. Prevê-se a continuidade do aumento da demanda no mercado de grafite em flocos, bem como a potencial melhoria na disponibilidade de contentores marítimos a partir de 2022, reflectindo-se no aumento da produção para 270.000 Ton em 2023”, lê-se no documento que temos vindo a citar.

 

Ademais, com o início de produção de rubi em Montepuez em 2022 e o aumento significativo da produção da maior produtora deste recurso mineral que voltou a operar em pleno, o Governo estima que, para 2023, a produção aumente em 186,0%, representando 12.636.051 quilates, com a melhoria das plantas de processamento e dos meios de produção. Prevê ainda que este subsector atinja um total de 10.000 metros em furos de sondagem rotativa e sondagem helicoidal com vista a atingir o depósito primário e identificar a fonte do rubi premium e delinear o corpo mineralizado.

 

Por fim, relativamente à produção de carvão mineral, produto determinante para o nível de crescimento da produção global do sector, em 2023, o Governo prevê que as taxas de crescimento serão de 18,0% para o carvão coque e 28,0% para carvão térmico comparativamente às projecções para 2022, representando 8.3 milhões de toneladas para coque e 7.8 milhões de toneladas para o térmico. (Evaristo Chilingue)

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