A Associação Médica de Moçambique (AMM) decidiu prorrogar o início da greve, inicialmente marcada para hoje, 07 de Novembro, para o dia 05 de Dezembro próximo. Falando a jornalistas este domingo (06), o Presidente da AMM, Milton Hussene, explicou que a decisão foi tomada durante uma reunião nacional de médicos e visa permitir que continue a haver diálogo entre a classe e o Governo, iniciado na semana passada.
“Acabamos de nos reunir para decidir sobre o nosso posicionamento em relação à greve que estava marcada para segunda-feira. Face à abertura do Governo, a classe decidiu remarcar a data do início da greve para 05 de Dezembro, para dar tempo para que continuemos com o diálogo e dar tempo para a satisfação das reivindicações”, afirmou o Presidente da AMM.
Hussene detalhou que a convocação da reunião surge na sequência do diálogo que os médicos tiveram com o Governo na última sexta-feira (04). “Nós tivemos oportunidade de dialogar com uma equipa mandatada pelo Governo. Entretanto, a classe ainda não está satisfeita, pois ainda tem na sua memória várias promessas e acordos com o Governo, alguns escritos, mas que não foram satisfeitos. Mas face à abertura do Governo, decidiu remarcar. Não desconvocou, remarcou”, sublinhou o Presidente da AMM.
Segundo Hussene, após a conferência de imprensa, a AMM emitiria um comunicado para detalhar os pontos do caderno reivindicativo em que não há consenso com o Governo. “Nós ainda vamos emitir um comunicado oficial, mas ainda não existem acordos em relação a um ponto fundamental do nosso caderno reivindicativo que é o enquadramento e ainda não existem acordos em relação a alguns subsídios que temos por lei”, disse o Presidente da AMM.
Com a prorrogação do início da greve, Hussene assegurou que todos os médicos estariam hoje nos seus postos de trabalho. Refira-se que a greve (que consistiria em ficar em casa), ia abranger a todos os médicos em serviço na Administração Pública, afectos às unidades sanitárias públicas e instituições subordinadas ao Ministério da Saúde, nomeadamente: Serviços Provinciais de Saúde; Direcções Provinciais de Saúde; Serviços Distritais de Saúde, Mulher e Acção Social; Vereações Municipais de Saúde; Instituições de Investigação; Instituições de Formação em Saúde; Centros de Exames Médicos; armazéns de medicamentos e artigos médicos.
Em concreto, cinco actividades seriam afectadas pela greve: consultas externas, incluindo as de atendimento especial/personalizado; cirurgias electivas; exames auxiliares de diagnóstico de carácter electivo; procedimentos médicos de diagnósticos electivos, incluindo as autópsias; todas as actividades de saúde pública; actividades de ensino em todas as instituições de formação em saúde do sector público (centros de formação, institutos e universidades); e as actividades de tutoria/supervisão de estágios nas unidades sanitárias.
No entanto, os médicos garantiam prestar serviços mínimos, como os Serviços de Urgências e Reanimação de adultos e pediátricos; Serviços de Urgências de Ginecologia e salas de partos; Blocos operatórios de urgências; Serviços de internamento (enfermarias) e Serviços de imagiologia. (Evaristo Chilingue)