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segunda-feira, 07 março 2022 06:45

Alerta: À vista subida do preço do pão

Falhou em Abril de 2021 a intenção de aumentar o preço do pão, mas tudo indica que o projecto será executado este ano. Em causa está a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, que já começa a causar impactos negativos na aquisição do trigo a nível internacional.

 

Rússia e Ucrânia estão entre os sete maiores produtores mundiais do trigo, sendo que a Rússia é o maior exportador deste cereal e a Ucrânia está na quarta posição. Juntas, a Rússia e a Ucrânia são responsáveis por 210 milhões de toneladas do grão exportados em todo o mundo, o que equivale a 30% das exportações.

 

Com a Ucrânia destruída e a Rússia sancionada, o mundo começa a ressentir-se dos efeitos da guerra, incluindo Moçambique. Em comunicado de imprensa a que “Carta” teve acesso, a PEMBE MOZAMBIQUE, LIMITADA informa que, a partir de hoje, irá agravar o preço da farinha de trigo, sendo que o saco de 50 Kg passa dos actuais 1.950 Meticais para 2.050 Meticais.

 

Assim, a Associação Moçambicana de Panificadores (AMOPÃO) também equaciona aumentar o preço do pão. “Nos próximos dias, vamos nos reunir com os associados para perceber de cada um, tendo em conta os custos de produção de cada empresa, de quanto é que será o aumento do pão e para quando, ou se para alguns haverá a probabilidade de manter o actual preço”, explicou Victor Miguel, Presidente da AMOPÃO, em contacto com a “Carta”.

 

Segundo Victor Miguel, com a situação que se vive no leste europeu e sendo a farinha de trigo a principal matéria-prima para produção do pão, é irreversível e inevitável o reajuste do preço do pão no país.

 

“Aqui temos que perceber que não subiu apenas o preço do trigo. Vai subir também o preço do combustível, que é também um grande pressuposto para a matéria-prima chegar ao produtor do pão. Neste sentido, pretendemos ouvir também o posicionamento do Governo em relação ao assunto para que possamos tomar a melhor decisão”, garantiu Miguel.

 
Dados da ONU referem que o conflito armado que se verifica na Ucrânia já causou a morte de mais de 220 pessoas civis e mais de 1 milhão refugiaram-se nos países vizinhos, com destaque para a Polónia. (Marta Afonso)

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