Já estão autorizados a regressar às suas aldeias de origem os deslocados provenientes do distrito de Mocímboa da Praia, um dos mais afectados pelos ataques terroristas e que esteve um ano (de Agosto de 2020 a Agosto de 2021) sob gestão dos insurgentes.
Os primeiros deslocados autorizados a regressar à casa estavam no distrito de Palma, concretamente na Vila de Reassentamento de Quitunda e na aldeia de Maganja, na Península de Afungi. A informação consta de um ofício emitido na passada sexta-feira (04 de Março de 2022) pela Secretaria Distrital de Mocímboa da Praia a informar as autoridades do distrito de Palma sobre a movimentação dos deslocados que se encontram naquele ponto do país.
“O Governo do Distrito de Mocímboa da Praia vem por meio desta comunicar a V. Excia que, a partir do dia 06 de Março corrente (ontem), irá iniciar o processo de movimentação da população deslocada de Mocímboa da Praia existente no vosso Distrito supracitado, concretamente no Posto Administrativo de Quitunda e Maganja, para regresso ao Distrito de Origem”, refere o documento assinado pelo subistituto Secretário Permanente Distrital de Mocímboa da Praia, João Joaquim António Saraiva, com o número 155/GDMP/SD/019.
O documento não avança os detalhes da operação de “repatriamento” dos deslocados, mas “Carta” sabe que as autoridades dos dois distritos procederam, semana finda, com o processo de registo dos deslocados de Mocímboa da Praia que se encontravam na vila de Reassentamento de Quitunda.
Refira-se que, há dias, o Ministro da Defesa Nacional, Cristóvão Chume, garantiu aos jornalistas que as tropas conjuntas do Ruanda e de Moçambique estavam a trabalhar no sentido de garantir o regresso seguro da população. Aliás, dias depois, as autoridades ordenaram o regresso de funcionários públicos àquela vila Municipal, com destaque para professores e enfermeiros.
Lembre-se que a vila-sede do distrito de Mocímboa da Praia estava desabitada desde Agosto de 2020, quando os terroristas do ISIS-Moçambique invadiram aquele ponto geoestratégico do país, tendo desalojado a população e expulsado as autoridades governamentais e as Forças de Defesa e Segurança (FDS). (Carta)