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Actualizado de Segunda a Sexta

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Redacção

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O presidente da Renamo, Ossufo Momade, considerou ontem que as vozes críticas à sua liderança estão à procura "de legitimidade” para alcançar posições políticas dentro da principal força política da oposição moçambicana, defendendo a necessidade de “disciplina”.

 

“Assistimos membros a desfilarem pelas televisões e pelos tribunais à procura de legitimidade para alcançar posições político partidárias. Quanto a nós, trata-se de uma fracassada tentativa de inventar a roda, já inventada”, declarou Ossufo Momade, durante o discurso de abertura do Conselho Nacional da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) em Maputo.

 

Momade, que está na liderança do partido desde a morte do líder histórico da Renamo Afonso Dhlakama (2018) e cujo mandato expirou em 17 de janeiro, é externa e internamente criticado devido a alegada inércia face a supostas irregularidades nas eleições autárquicas moçambicanas de outubro passado, sendo também acusado de negligência face à situação dos guerrilheiros do partido desmobilizados à luz do acordo de paz.

 

Uma das vozes mais críticas à liderança do partido é Venâncio Mondlane, deputado da Renamo e ex-candidato do partido à autarquia de Maputo nas últimas eleições autárquicas.

 

Venâncio Mondlane, que já anunciou publicamente a intenção de se candidatar à presidência do partido, apresentou, recentemente, à justiça uma providência cautelar que exigia a anulação de decisões tomadas pelo atual líder da Renamo, sob o argumento de estar fora do mandato, um ofício rejeitado pelo Tribunal Judicial da Cidade de Maputo.

 

Mondlane tinha também intentado uma outra providência cautelar, exigindo a marcação do próximo congresso do partido, mas este processo não foi julgado porque o deputado chegou a acordo com a direção da Renamo para a realização da reunião magna da organização, entre 15 e 16 de maio.

 

No seu discurso ontem, Ossufo Momade rejeitou as acusações que lhe são imputadas, considerando que há uma “agenda externa” ao partido promovida por alguns membros.

 

“Lamentamos que tais membros tenham investido o seu tempo e inteligência para imputar a fraude eleitoral ao partido e, em particular, ao seu presidente, de tal forma que se esqueceram de onde viemos e para onde vamos”, frisou o dirigente, acrescentando que a agenda da Renamo é clara: “alcançar o poder e servir o povo moçambicano”.

 

A reunião do Conselho Nacional da Renamo, que antecede o congresso eletivo, foi marcada por escaramuças entre os seguranças do partido e um grupo de jovens apoiantes de Venâncio Mondlane nas primeiras horas do dia.

 

Os jovens tentavam manifestar-se à porta da sala onde decorre a reunião do Conselho Nacional da Renamo no Hotel Glória, na capital moçambicana, quando os seguranças do partido os expulsaram à força e rasgaram os cartazes que empunhavam, de apoio à candidatura de Venâncio Mondlane.

 

Numa carta aberta divulgada no sábado, Venâncio Mondlane, que não faz parte do Conselho Nacional e que não foi convidado para a reunião de hoje, exigiu que o órgão reprove a proposta de perfil de candidato à presidência do partido apresentada pela Comissão Política, considerando que esta viola os estatutos.

 

Segundo Venâncio Mondlane, membro do partido desde 2018 e que já foi assessor político de Ossufo, a Comissão Política da Renamo propôs, entre vários requisitos, que os membros do partido que queiram candidatar-se tenham pelo menos 15 anos de militância.

 

Três militantes já anunciaram que pretendem concorrer à liderança da Renamo, num ano em que Moçambique realiza eleições gerais, incluindo presidenciais: o irmão do líder histórico do partido Elias Dhlakama e o ex-deputado Juliano Picardo, além de Venâncio Mondlane.

 

Moçambique realiza em 09 de outubro eleições gerais, incluindo presidenciais.(Lusa)

Passados 10 meses desde o encerramento da última base militar da Renamo, mais da metade dos guerrilheiros daquela formação política, abrangidos pelo processo de DDR (Desarmamento, Desmobilização e Reintegração), ainda não recebeu a sua respectiva pensão.

 

De acordo com dados divulgados ontem pelo Presidente da Renamo, dos 5.221 guerrilheiros desmobilizados entre 2019 e 2023, apenas 1.935 já recebem pensões, representando 37,1% deste universo. Os restantes 3.286 (que equivalem a 62,9%) ainda não viram a cor do dinheiro do DDR.

 

Discursando este domingo, durante a abertura da VI Sessão Ordinária do Conselho Nacional do partido, que decorreu ontem em Maputo, Ossufo Momade avançou que, dos 5.221 processos submetidos ao Ministério da Economia e Finanças para efeitos de fixação de pensões, até Março último, apenas 3.486 haviam sido remetidos ao Tribunal Administrativo, dos quais 2.522 já têm o competente visto.

 

Momade afirma ainda que, para além de ter alcançado entendimentos com o Governo para a fixação de pensões, conseguiu também enquadrar 46 oficiais da “perdiz” na Polícia da República de Moçambique (PRM), sendo que outros 100 combatentes terminaram, recentemente, uma formação para integrar a corporação.

 

Para Ossufo Momade, trata-se de conquistas que ainda não tinham sido conseguidas pelo partido desde o Acordo Geral de Paz, celebrado em Roma (Itália), em 1992. No entanto, mostrou-se insatisfeito com a morosidade do processo e os incumprimentos do Acordo. Aliás, intervindo na sessão de abertura do evento, o Presidente da Associação dos Combatentes da Luta pela Democracia defendeu a conclusão do processo ainda no mandato de Filipe Nyusi, de modo a não perderem estas “conquistas”.

 

Sobre os projectos de sustentabilidade económica, acordados com o Governo, o Presidente da Renamo garantiu que nunca se cansará para sua materialização, pelo que “continuaremos a exigir da contra parte do Acordo para o seu cumprimento”.

 

“Apelamos a estes nossos heróis para que não se deixem abalar pelos pronunciamentos irresponsáveis que pretendem desvalorizar o nosso esforço e empenho colectivos, porque enquanto líder deste Partido, tudo faremos para que o Acordo de Paz e Reconciliação de Maputo seja cumprido no espírito e na letra”, assegurou Ossufo Momade.

 

Lembre-se que a falta de acordo e garantias do Governo para o pagamento de pensões foi a razão que levou os guerrilheiros da Renamo a boicotarem o encerramento da base de Vunduzi, a 19 de Dezembro de 2022, a última base militar da “perdiz”.

 

Refira-se que o DDR iniciou a 31 de Julho de 2019 com a desmobilização dos primeiros antigos guerrilheiros da Renamo no famoso Quartel-General da Renamo, na Gorongosa, tendo sido concluído a 15 de Junho de 2023. A falta de fundos sempre esteve na origem dos sucessivos adiamentos. (A. Maolela)

Pelo menos quatro (4) corpos sem vida foram encontrados na quinta-feira (11) passada, nas imediações da aldeia Namaluco, posto administrativo de Bilibiza, distrito de Quissanga, em Cabo Delgado. As vítimas, com sinais de decapitação, foram localizadas pela população.

 

Populares de Namaluco disseram à "Carta" que os corpos foram encontrados num campo de produção, onde habitualmente se fabricam bebidas alcoólicas tradicionais. As fontes presumem que a decapitação foi protagonizada pelos terroristas que, antes da celebração da festa do fim do Ramadão em Cagembe, escalaram a aldeia Namaluco.

 

"Foram mortos pelos alshababs porque estavam a fabricar ‘nipa’ (bebida alcoólica tradicional à base de cana doce) e depois os terroristas foram para Cagembe. Nós saímos de Namaluco por causa do medo", disse Manuel Crisanto, que se encontra refugiado num dos bairros de Macomia-sede.

 

"Eram cinco pessoas que estavam nas machambas. Uma fugiu, mas está ferida e as restantes morreram no local", acrescentou João Nchumali, também a partir de Macomia.

 

Entretanto, informações na posse da "Carta" dão conta que, na passada quarta-feira (10), os terroristas também escalaram as ilhas Quifuque e Tambuzi, no distrito de Mocímboa da Praia, onde saquearam bens dos ilhéus com destaque para peixe seco. No mesmo dia, celebraram em Cagembe, distrito de Quissanga, o Eid-Ul-Fitr, que marca o fim do Ramadão.

 

Não foi reportada qualquer intervenção das Forças de Defesa e Segurança e das tropas ruandesas naquelas ilhas, mas as fontes asseguram que a embarcação na qual se faziam transportar os terroristas seguiu para o lado sul de Mocímboa da Praia, provavelmente para a zona da foz do rio Messalo. (Carta)

segunda-feira, 15 abril 2024 07:50

Preços registam ligeira subida mensal em Março

Dados recolhidos em Março findo, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), nas Cidades de Maputo, Beira, Nampula, Quelimane, Tete, Chimoio, Xai-Xai, Maxixe e Cidade de Inhambane, quando comparados com os do mês anterior, indicam que o país registou uma subida de preços na ordem de 0,03%. A divisão de vestuário e calçado destacou-se, ao contribuir no total da variação mensal com cerca de 0,04 pontos percentuais (pp) positivos.

 

Analisando a variação mensal por produto, a Autoridade Estatística destaca a subida de preços da cebola (6,8%), de refeições completas em restaurantes (0,8%), do peixe fresco (2,0%), do arroz em grão (1,0%), de veículos automóveis ligeiros em segunda mão (2,7%), de sapatos para crianças (5,1%) e de capulanas (1,3%). Estes contribuíram no total da variação mensal com cerca de 0,17pp positivos.

 

No entanto, o INE constatou que alguns produtos com destaque para o tomate (2,8%), o milho em grão (6,8%), o carapau (1,1%), a couve (2,3%), a farinha de milho (1,0%), os cobertores e mantas (2,0%) e a batata-reno fresca (3,6%) contrariaram a tendência de subida de preços, ao contribuírem com cerca de 0,13pp negativos no total da variação mensal.

 

Dados da Autoridade Estatística referem que durante o primeiro trimestre do ano em curso, o país registou uma subida do nível geral de preços na ordem de 1,43%. As divisões de Alimentação e Bebidas não alcoólicas e de Restaurantes, hotéis, cafés e similares, registaram a maior subida de preços ao contribuírem com cerca de 0,95pp e 0,23pp positivos, respectivamente.

 

Entretanto, quando os dados do mês em análise são comparados com os de igual período de 2023, indicam que a subida do nível geral de preços caiu na ordem de 3,03%.

 

Analisando a variação mensal pelos centros de recolha, que servem de referência para a variação de preços no País, nota-se que, em Março findo, a Cidade de Xai-Xai com 0,27% registou a maior subida de preços, seguida das cidades de Nampula e Tete com 0,21% cada e, por fim, as cidades da Beira e de Maputo, com 0,13% e 0,08%, respectivamente. Porém, a Cidade de Chimoio, a Província de Inhambane e a Cidade de Quelimane tiveram uma tendência contrária à das outras cidades, com quedas de preços de cerca de 0,39%, 0,37% e 0,09%, respectivamente. (Carta)

As unidades sanitárias da cidade de Maputo já registaram 14.740 casos de conjuntivite hemorrágica, desde 21 de Fevereiro, data em que foi notificado o primeiro caso, neste ponto do país. A informação foi partilhada pela Vereadora de Saúde e Qualidade de Vida no Conselho Municipal de Maputo (CMM), Alice de Abreu.

 

“O primeiro caso de conjuntivite foi notificado a 21 de Fevereiro na cidade de Maputo e, até ao momento, registamos um cumulativo de 14.740. Destes, 10.479 já tiveram alta e 3.689 continuam em seguimento hospitalar. Até aqui não tivemos nenhuma complicação por conjuntivite e nem tivemos pacientes internados”, explicou.

 

A Vereadora de Saúde da Cidade de Maputo disse ainda que, dos casos até aqui registados, 55 por cento são mulheres e os restantes homens. “O maior número de casos foi notificado no distrito municipal Ka Mubukwana com 5.032, seguido de Ka Nlhamankulu 4.295, Ka Mfumo 2.061, Ka Mavota 1.467, Ka Maxaquene 925, Ka Tembe 342 e, por último, KaNyaka 59 casos”, apontou De Abreu.

 

Entretanto, as autoridades de saúde apontam que os casos de conjuntivite hemorrágica tendem a reduzir na província de Nampula, apontada como uma das mais afectadas pela doença.

 

“Nos últimos dias, temos registado abaixo de 50 casos de conjuntivite hemorrágica, apesar de existirem pacientes que perderam completamente a visão, devido a perfurações irreversíveis provocadas pelo uso de substâncias como urina e combustível”, disse a médica oftalmologista do Hospital Central de Nampula, Sandia Sumbane.

 

Já na província de Sofala, 36 doentes encontravam-se na semana passada internados por complicações severas desta doença. As autoridades de saúde justificam que estas complicações derivam da prática de cuidados caseiros inadequados, como aplicar piripiri, limão e urina. Não obstante, os números de novos casos rondam nos 50 diários contra os anteriores 150.

 

Dados do sector da saúde apontam que, recentemente, Moçambique registou perto de 17 mil casos de pacientes infectados pela conjuntivite hemorrágica, com destaque para as províncias de Nampula e Sofala. (M.A)

A Associação dos Combatentes da Luta pela Democracia (ACOLDE), um dos principais órgãos sociais da Renamo, diz estar “envergonhada” e “escandalizada” com as acções protagonizadas por Venâncio Bila Mondlane que, desde Fevereiro último, tem travado uma batalha judicial com Ossufo Momade, líder daquela formação política. A posição foi manifestada na manhã de ontem pelo Presidente da agremiação, Victor Viandro, na abertura da VI Sessão Ordinária do Conselho Nacional da Renamo, que decorre hoje na cidade de Maputo.

 

Discursando na abertura da reunião daquele órgão colegial, o mais importante no intervalo entre os congressos, Victor Viandro afirmou que os guerrilheiros da Renamo estão preocupados com a situação que têm vindo a assistir, em que alguns membros continuam a escamotear a disciplina partidária em nome da liberdade individual. “Para os combatentes, esta forma de proceder desvirtua a nossa luta e a forma de ser e estar da Renamo, algo que nos leva a questionar sobre a agenda deles”, defendeu.

 

Sem nunca pronunciar o nome do deputado Venâncio Mondlane, que em Fevereiro submeteu duas providências cautelares contra Ossufo Momade, uma exigindo a marcação do congresso e outra a anulação das exonerações feitas por este “fora do seu mandato”, Viandro classificou a empreitada do ex-Assessor de Ossufo Momade como uma afronta ao sangue derramado durante a guerra civil.

 

“Este acto [recurso aos Tribunais], que nos escandaliza, envergonha-nos e desmoraliza toda a nossa luta, uma acção que não faz parte da nossa essência, pelo que consideramos como afronta ao sangue derramado por muitos dos nossos irmãos, ao longo da luta dos 16 anos e da revolução. Essas brincadeiras devem ter o ponto final”, defendeu.

 

Os combatentes da Renamo dizem ainda repudiar os pronunciamentos do político que, através das suas redes sociais, supostamente apelidou os guerrilheiros de “simples camponeses” após estes manifestarem seu apoio a Ossufo Momade. “Esta Renamo, à qual se filiou, existe graças a nós, pelo que queremos adverti-lo a parar com as suas investiduras, pois, connosco não se deve brincar”.

 

Viandro defende que os membros da Renamo devem pautar pelo respeito mútuo e convidou a quem não se sente a vontade a retirar-se do partido, pois, “cada um está neste partido por livre e espontânea vontade”. Por isso, “quem não se sente bem, a porta da proveniência está aberta”.

 

A fechar, tal como sublinhou, Victor Viandro pediu autorização para educar Venâncio Mondlane e todos os detractores de Ossufo Momade, porém, sem revelar o remédio a ser usado para tal efeito. “Queremos solicitar luz verde do Conselho Nacional e da direcção máxima do partido a autorização para nos responsabilizarmos por aqueles que andam nas televisões a insultar a liderança, confundindo a opinião pública com propaganda contra o próprio partido. Nós temos remédio para curá-los, se nos autorizar”, atirou.

 

Lembre-se que Venâncio Mondlane, cabeça-de-lista da Renamo na Cidade de Maputo, durante as VI Eleições Autárquicas (de 2023), tornou-se, desde o princípio deste ano, o principal rosto da oposição interna à liderança de Ossufo Momade, tendo recorrido à justiça para que o Presidente da Renamo convocasse o VII Congresso do partido, agendado para os dias 15 e 16 de Maio.

 

Ausente na reunião que decorre este domingo, em Maputo, Venâncio Mondlane acabou sendo o principal alvo das intervenções do dia. Ivan Mazanga, Presidente da Liga Juvenil da Renamo, foi o primeiro a se dirigir ao político.

 

Aos “conselheiros” do partido, Ivan Mazanga defendeu que os problemas do partido devem ser discutidos e solucionados dentro dos órgãos, pois, “se não faz sentido a existência dos órgãos, então não faz sentido a existência do partido”.

 

“Estar em guerra contra todos os órgãos do partido é estar em guerra contra o partido e nós não comungamos com a ideia que ‘qualquerizar’ o partido a favor do egocentrismo”, defendeu o líder da juventude da Renamo, para quem “sem acções colectivas, cometemos suicídio colectivo”.

 

Por sua vez, o porta-voz da Renamo, José Manteigas, esclareceu que Venâncio Mondlane não se faz presente no evento porque não tem assento no Conselho Nacional do partido. Manteigas, cujas relações com Venâncio Mondlane encontram-se extremadas, garantiu que só se participa do evento como membro com assento no órgão ou como membro convidado.(A. Maolela)

O trânsito rodoviário na Estrada Nacional Número 380 (N380), que liga o Sul e o Norte de Cabo Delgado foi, recentemente, restabelecido. A via sofreu três cortes, há dois meses, na aldeia Miangalewa, impossibilitando a circulação de viaturas, devido aos danos causados pelas chuvas torrenciais, afectando a ligação entre Macomia e os distritos de Muidumbe, Nangade, Mueda, Mocímboa da Praia e Palma.

 

O ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, Carlos Mesquita, visitou aquele ponto do país, no quadro das acções de monitoria ao nível do sector, e referiu que a estrada N380 sofreu danos acentuados, devido às chuvas e movimentação de veículos pesados.

 

“Como consequência, os distritos de Muidumbe, Mueda, Nangade, Mocímboa da Praia e Palma, todos da região norte de Cabo Delgado, sofreram bastante em termos de abastecimento de mercadorias, incluindo combustíveis, o que fez com que os preços dos produtos disparassem”, disse.

 

O governante explicou ainda que o Executivo não podia intervir na altura “porque nem sequer sabíamos a extensão dos danos. E, logo que isso foi permitido, nós avançamos. Porém, já imaginávamos, com base na experiência que tivemos no passado, o que seria necessário. Por isso que o empreiteiro e a ANE começaram muito cedo a mobilizar os equipamentos e materiais”.

 

Mesquita disse que a intervenção permitiu, ainda que temporário, a reabertura da rodovia ao trânsito.

 

"De seguida, passaram cerca de 120 camiões e, durante a visita, cruzámos com cerca de 20 camiões transportando mercadorias para o norte de Cabo Delgado. Por isso penso que, daqui em diante, a mesma vontade que infelizmente houve no aumento dos preços espero que os comerciantes a tenham para reduzi-los porque agora a oferta já está lá”, realçou o governante.

 

Ainda em Cabo Delgado, o ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, anunciou a continuação de restrições na Estrada Regional 698, que serve de alternativa para a ligação entre o Norte e o Sul de Cabo Delgado, no troço Montepuez-Mueda, com uma extensão de 206 quilómetros.

 

O troço está restringido por mais duas semanas a viaturas de peso superior a 10 toneladas para permitir a realização de obras de emergência, devido às péssimas condições de transitabilidade em que se encontra.

 

“A avaliar pela especificidade do trabalho, vimos que será necessário estender a limitação para permitir a conclusão do tapamento e remoção de solos impróprios para manter a estrada, como também realizar trabalhos de manutenção periódica noutras zonas”, frisou Carlos Mesquita.

 

As chuvas intensas que caíram nas últimas semanas ao longo de toda a província de Cabo Delgado têm estado a causar danos graves na rede de estradas, condicionando a transitabilidade em algumas vias que atravessam as bacias hidrográficas de Montepuez e Messalo.

 

Para repor a transitabilidade para a zona norte da província foram adjudicados contratos de emergência a três empreiteiros para a reparação da estrada R698, troço Montepuez-Mueda subdividido em três lotes: as obras de emergência em curso na Estrada R698 entre Montepuez – Nairoto (68km), Nairoto – Rio Muirite (68km) e Rio Muirite – Mueda (70km) totalizando cerca de 206 km.

 

Numa conferência de imprensa concedida no local, Carlos Mesquita enalteceu a demonstração do poder das Forças de Defesa e Segurança (FDS) para controlar a situação.

 

“É uma área crítica, mas os empreiteiros, os fiscais e a ANE fizeram o seu trabalho, e eu tenho que assumir isso. Estivemos no troço Montepuez-Mueda e vimos três empreiteiros a trabalhar em situações muito complicadas, mas estão a fazer o seu trabalho com muito empenho e dedicação e os resultados são visíveis”, concluiu o governante. (Carta)

As Forças de Defesa e Segurança (FDS) lançaram há cerca de uma semana uma ofensiva contra focos terroristas nos postos administrativos de Mucojo e Quiterajo, no distrito de Macomia, centro de Cabo Delgado. Os terroristas ocuparam Mucojo depois de expulsar as FDS no passado mês de Fevereiro. As ofensivas lançadas pelas FDS em Mucojo e Quiterajo envolvem meios aéreos, terrestres e marítimos. Contudo, segundo algumas fontes em Macomia-sede, os terroristas abandonaram Mucojo há três dias e foram fixar-se no distrito de Quissanga.

 

O Administrador de Macomia, Tomás Badae, confirmou na última quarta-feira (10) o desenrolar das operações e nega que a ofensiva visa civis. Falando a jornalistas, Badae disse que, no mês passado, a pedido das Forças de Defesa e Segurança, toda a população de Mucojo foi avisada a abandonar a zona, pelo que quem ainda permanece na região é considerado colaborador dos terroristas.

 

"Estamos cá na vila e algumas pessoas têm aparecido, mas nunca nos falaram que existem civis mortos em Mucojo em consequência da ofensiva das FDS. De princípio, no mês passado, tínhamos orientado toda a população para, excepcionalmente, se retirar de Mucojo para vila sede de Macomia ou para outros distritos seguros. Então, aqueles que permanecem lá são considerados colaboradores", rematou Tomás Badae.

 

"Carta" soube que, apesar desta advertência, os civis nunca chegaram a abandonar totalmente o posto administrativo de Mucojo, uns por falta de transporte e outros, alegadamente, por falta de assistência alimentar nos locais de acolhimento. (Carta)

As tropas ruandesas, que combatem o terrorismo na província de Cabo Delgado desde Julho de 2021, estão a alargar seu âmbito de actuação, dedicando-se também às acções filantrópicas, nas áreas da saúde, educação e agricultura.

 

Segundo a Televisão de Moçambique (TVM), um grupo de oficiais superiores das Forças Armadas do Ruanda tem estado a distribuir, nos distritos de Mocímboa da Praia (nas aldeias Natandolas, Chinde e Mbau) e Palma (Posto Administrativo de Pundanhar), material escolar e sementes de algumas culturas, com destaque para as culturas de arroz, feijão, milho e amendoim. Igualmente, estão a prestar cuidados de saúde às populações das comunidades dos dois distritos.

 

De acordo com a televisão pública, a acção “filantrópica” das tropas ruandesas enquadra-se no seu espírito de solidariedade para com o povo moçambicano. Sublinha que os oficiais superiores das Forças Armadas Ruandesas têm sensibilizado as populações para apostar na agricultura após as inundações, causadas pelas intensas chuvas que têm caído nas regiões sul e norte do país.

 

Lembre-se que as tropas ruandesas foram responsáveis pela recuperação da vila de Mocímboa da Praia, em Agosto de 2021, das “mãos” dos terroristas, assim como do Posto Administrativo de Mbau, então considerado bastião do grupo que semeia luto e dor desde Outubro de 2017.

 

Após a recuperação de importantes aldeias estratégicas para o combate ao terrorismo, sublinhe-se, os militares ruandeses assumiram o protagonismo de prestar assistência social às famílias afectadas pela insurgência, oferendo-lhes comida e apoiando-as nas tarefas domésticas.

 

Entretanto, diferentemente das tropas da SADC que deixam o país até Julho próximo, ainda não se conhece a data em que as tropas ruandesas, cuja presença em Cabo Delgado ainda é motivo de muitos questionamentos, poderão deixar o país. Aliás, o Ruanda tenciona enviar mais tropas para a província de Cabo Delgado para preencher o vácuo deixado pela saída das tropas da SADC. (Carta)

Os moradores do bairro de Maxaquene “C”, na cidade de Maputo, bloquearam a estrada, na rua da Malhangalene, na manhã desta quinta-feira (11), em protesto contra a bacia de retenção de águas que cria transtornos aos que vivem ao redor.

 

Segundo relatos de Alda Joshua Cossa, residente daquele bairro, os lesados decidiram bloquear a estrada para ver o que o Município pode fazer por eles, tendo em conta que a bacia faz com que, dentro das suas residências, a água leve muito tempo para secar.

 

“O Município sempre manda um carro para bombear essas águas, mas em pouco tempo a bacia volta a encher e nem sabemos de onde vem tanta água. Aqui é necessária uma intervenção séria porque, quando a bacia fica cheia, a água transborda e entra nas nossas casas, molhando tudo”, explicou.

 

Alfredo Chachuaio, também residente do bairro de Maxaquene “C”, conta que a bacia vai drenando água para as residências, o que acaba danificando os mobiliários e electrodomésticos.

 

“Nós exigimos que esta bacia seja removida deste local ou que sejam construídas valas que possam escoar essas águas que se vieram alojar nas nossas casas. Nós comemos mal por conta do cheiro nauseabundo dessas águas, as nossas casas estão a estragar-se aos poucos por causa dessas águas muito sujas”.

 

Chachuaio acrescentou: “Esta bacia está a causar doenças aos nossos filhos que tentam pescar naquele local. Pedimos a intervenção do Município porque as águas invadiram até os locais onde deixamos a nossa comida”.

 

Pouco depois da manifestação dos moradores, um camião do município foi ao local para retirar as águas na bacia e nas vias, mas eles travaram a viatura, alegando que primeiro devia retirar as águas nas suas residências. Face ao desentendimento, a viatura abandonou o local.

 

Refira-se que esta é a segunda vez esta semana que munícipes bloqueiam as vias de trânsito exigindo a construção de valas devido às águas que desaguam nas suas residências. Na última terça-feira, foram os residentes de Matlemele, na cidade da Matola, que bloquearam a estrada circular, na zona da terceira rotunda, para quem vem do Zimpeto. (M.A)

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