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segunda-feira, 14 outubro 2019 07:15

Peço “Distras”!

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Das brincadeiras de infância - na zona ou na escola - de certeza que se lembram do termo “distras”. Recorria-se a ele no momento em que um dos integrantes da brincadeira em causa fosse, por exemplo, chamado pela mãe (na zona) ou se quisesse ir a casa de banho (na escola) e o visado (ou aflito) proferia o “distras” como um sinal para a interrupção da referida brincadeira. E esta recomeçava – de onde descontinuara- com o seu regresso.
 
No período em que vigorava o “distras” era uma ocasião de proximidade entre as partes da brincadeira. Um momento de harmonia, conversa amena e de afectos. O mesmo conceito pode ser tomado para qualificar algo semelhante na nossa democracia/política: os dias de fraternidade entre o fim de uma campanha eleitoral (sábado) e o do dia de votação (terça-feira). Sendo assim e por estes dias é caso para dizer que se está diante de um “distras” na nossa democracia/política. 
 
E depois do “distras”? Infelizmente – nem sempre - o cavalheirismo reinante no período do “distras” é transportado para o período posterior. Assim era (é) na retoma da brincadeira de infância. E desde 1994 - na nossa democracia/política - testemunham os períodos posteriores aos dias de votação.
 
Tudo isto foi para apelar para que o dia seguinte à votação (15 de Outubro) a nossa democracia/política continue a viver e eternamente sob a égide do “distras”. Um “distras” realmente de paz geral, sem hostilidades e definitivo. Uma razão mais do que suficiente para instar a todos os destinatários: peço “distras”! 
 
PS. Nas brincadeiras de infância um outro motivo para o pedido do “distras” era (é) a desistência do(s) proponente(s) face às exigências da brincadeira em causa. É expectável que assim seja – e a mesma maturidade - com os protagonistas da nossa praça política em obediência às exigências da democracia.

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