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quinta-feira, 13 fevereiro 2025 15:44

Moçambique: a nova fronteira da Economia Criativa Africana

Escrito por

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A economia criativa tornou-se um dos sectores mais dinâmicos e promissores do mundo, combinando cultura, inovação e tecnologia para impulsionar o crescimento económico. Segundo a UNCTAD (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento), as indústrias criativas representam 3% do Produto Interno Bruto global e geram mais de 30 milhões de empregos directos, sendo um motor de transformação económica, especialmente em países emergentes.A economia criativa tornou-se um dos sectores mais dinâmicos e promissores do mundo, combinando cultura, inovação e tecnologia para impulsionar o crescimento económico. Segundo a UNCTAD (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento), as indústrias criativas representam 3% do Produto Interno Bruto global e geram mais de 30 milhões de empregos directos, sendo um motor de transformação económica, especialmente em países emergentes.


Moçambique, com o seu rico património cultural, diversidade artística e potencial tecnológico, tem todas as condições para se tornar um polo de referência da economia criativa em África. O país não pode depender apenas da exploração de gás, minerais e agricultura – o sector cultural tem a capacidade de gerar milhões em receitas e criar centenas de milhares de empregos, se forem adoptadas as estratégias certas.


Enquanto o mundo assiste à ascensão do Afrobeats na Nigéria e do Amapiano na África do Sul, um novo gigante criativo está a emergir na África Austral. Moçambique, frequentemente associado apenas aos seus recursos naturais, esconde um sector que pode transformar completamente a sua economia: a economia criativa.

A cultura moçambicana tem uma riqueza inexplorada, desde a sua música e cinema até aos videojogos e às artes digitais. O país está à beira de uma explosão cultural e económica, e os investidores que compreenderem o momento podem beneficiar-se de uma das últimas oportunidades de mercado realmente inexploradas no mundo.


Se Afrobeats valem 440 milhões de dólares e a indústria de gaming africana crescerá para 3,72 mil milhões de dólares até 2029, por que Moçambique não pode liderar essa transformação?


• O Contexto Global da Economia Criativa


A economia criativa engloba sectores que incluem música, cinema, videojogos, artes visuais, moda e turismo cultural. A rápida digitalização e a globalização abriram novas oportunidades para os países africanos exportarem cultura e produtos criativos para o mundo.


• Crescimento e Impacto EconómicoA economia criativa tem-se afirmado como um dos sectores mais dinâmicos e promissores a nível global, contribuindo significativamente para o desenvolvimento económico e social.

 

• 1,6 biliões de dólares – Valor global do comércio de bens e serviços criativos em 2020 (UNCTAD).

 

• 1,5 trilião de dólares – Valor global do sector criativo, crescendo três vezes mais rápido que a economia tradicional (UNESCO).

 

• 86,8 biliões de dólares – Valor estimado da indústria criativa africana até 2030 (UNESCO).• 2,25 biliões de dólares: Receita anual gerada pela economia criativa mundial, empregando mais de 30 milhões de pessoas (UNESCO).

 

• 2,14 biliões de dólares: Valor do mercado africano de videojogos em 2024, com previsão de crescimento para 3,72 biliões de dólares até 2029 (UNCTAD).

 

• 4,5 milhões de dólares: Valor das exportações de bens criativos de Moçambique em 2008, antes da digitalização global (UNCTAD).

 

• 6,5 milhões de meticais: Investimento inicial do governo moçambicano na produção audiovisual para fomentar a indústria (Diário Económico).

 

Gráfico 1: Crescimento Global da Economia Criativa (2010-2030)

 

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• Casos de Sucesso em África

 

• Casos de Sucesso em África• Nigéria (Afrobeats) – Transformou a música nigeriana numa indústria de 440 milhões de dólares.

 

• África do Sul (Amapiano & Cinema) – O país tem um dos mercados cinematográficos mais desenvolvidos do continente, com parcerias globais como a Netflix.

 

• Gana e Quénia (Gaming & eSports) – Tornaram-se centros de desenvolvimento de videojogos e ligas de eSports, atraindo investimentos internacionais.
Moçambique pode ser o próximo grande caso de sucesso em África.

 

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• Oportunidades para Moçambique na Economia Criativa

 

• Oportunidades para Moçambique na Economia Criativa

 

O governo moçambicano já reconhece a importância estratégica do sector cultural e criativo para o desenvolvimento sustentável. O país possui vantagens únicas, como:

 

• Música e dança autênticas, com a Marrabenta e a Timbila como patrimónios reconhecidos. O Tufo e o Mapiko enchem o povo de orgulho das suas origens.

 

• Localizações exóticas para filmagens, podendo atrair produções internacionais.

 

• População jovem e criativa, com um mercado digital em expansão.


• Sectores Criativos Mais Lucrativos em Moçambique


• Música: O Mercado Global Está Pronto para o Som Moçambicano

 

A Marrabenta, o Afro-fusion moçambicano e a Timbila são sons autênticos, capazes de competir com o Afrobeats e o Amapiano. Mas enquanto os artistas nigerianos e sul-africanos conquistam o mundo, Moçambique ainda carece de infra-estrutura para produção e distribuição global.

 

Oportunidades de Investimento


• Plataformas de streaming locais – Criar um Spotify ou Apple Music moçambicano, que monetize artistas locais.

 

• Estúdios e gravadoras – O talento moçambicano precisa de produção profissional para competir globalmente.


• Festivais de música – O turismo musical africano está a crescer; Moçambique tem as paisagens e a cultura perfeitas para liderar essa tendência.


Cinema e Streaming: Oportunidade Bilionária à Espera de Visão Empresarial

 


Nos anos 1980, Moçambique era um dos epicentros do cinema africano. Com o declínio do sector, perdeu protagonismo, mas hoje há um renascimento em curso. Plataformas como a NetKanema estão a ressuscitá-lo. A Netflix já aumentou seu investimento em produções africanas em 40% desde 2021. A pergunta é: Moçambique será parte deste boom?


Oportunidades de Investimento:

- Produção cinematográfica – Há demanda global por histórias africanas autênticas.


- Infra-estrutura para filmagens – O país tem locais exóticos e únicos para produções internacionais.


- Plataformas de distribuição digital – Um 'Netflix moçambicano' pode capitalizar na cultura local e expandir internacionalmente.


Dados que os Investidores Precisam Saber: Moçambique eliminou taxas para produção audiovisual, facilitando investimentos estrangeiros (Folha de Maputo).


Videojogos e eSports: A Última Fronteira de Crescimento Acelerado


O mercado africano de videojogos está a crescer mais rápido do que qualquer outro no mundo. Moçambique tem uma população jovem e conectada, mas carece de infra-estrutura para gaming profissional. África já tem um mercado de gaming avaliado em 2,14 biliões de dólares (Statista).


Oportunidades de Investimento:


- Centros de gaming e eSports – Criar hubs para competições e formação de atletas digitais.


- Desenvolvimento de videojogos locais – O mundo está à procura de narrativas africanas; Moçambique tem histórias únicas para contar.


- Parcerias internacionais – Existem empresas que investem em gaming africano.Caso de Sucesso: O Quénia e o Gana já atraem milhões em patrocínios e prémios para torneios. Moçambique pode ser o próximo grande polo?

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Infra-estrutura e Desafios do Sector Criativo5. Infra-estrutura e Desafios do Sector Criativo

Os maiores desafios incluem:


- Falta de estúdios de produção e distribuição para música e cinema.


- Baixo investimento governamental e falta de incentivos fiscais estruturados.


- Carência de escolas e programas de formação para capacitar profissionais.

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Conclusão e Chamada para Acção9. Conclusão e Chamada para Acção


Moçambique tem talento, cultura e potencial. O sector criativo pode tornar-se num dos pilares da economia nacional, desde que haja investimentos estratégicos e políticas eficazes.


O primeiro a investir será líder no mercado criativo moçambicano.A hora de investir na economia criativa de Moçambique é AGORA.


*Denise Cortês-Keyser, assessora responsável por África no Global Gas Centre, em Genebra, é especialista em mineração, petróleo e gás, energia, finanças e atração de investimentos, liderando iniciativas estratégicas para fortalecer África no cenário global.

 

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