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segunda-feira, 18 março 2019 06:05

O Presidente da República também ERRA... é humano

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Sempre estive preocupado com esses sentinelas de prontidão sentados em cada esquina das redes sociais e não só que tentam titanicamente a todo custo fazer-nos crer que o Presidente da República está sempre certo. Assustam-me esses compatriotas que de tanto endeusarem o Presidente da República chegam a acreditar que ele é Deus de verdade, não erra... não falha. Esses nossos irmãos que pensam que o Presidente da República não pode ser corrigido, negado, lembrado, guiado, sugerido ou chamado à razão. Esses que, para eles, o Presidente da República pode cair num buraco, se ele não viu é problema dele. Esses que pensam que é falta de respeito dizer ao Presidente da República que a sua gravata está torta ou que a sua braguilha está aberta. 

 

O próprio Presidente da República abraçou a sensatez e interrompeu a sua visita ao Reino de Eswatine (uma visita que nem devia ter iniciado, diga-se). Fez uma introspecção. Ouviu o seu coração, aquele onde cabemos todos nós, e ouviu o brado do seu povo. Reconheceu que era melhor ir pessoalmente ao terreno do que tomar decisões com base em imagens partilhadas no "feici" por puxa-sacos estagiários. Deu-se conta de que, afinal, a sua presença lá em Macurungo, na Munhava, no Chinde, na Soalpo, em Canongola, etecetera, era melhor que a de qualquer ministro. Percebeu que o seu abraço era de longe melhor que qualquer comunicado da Presidência. Lembrou-se que a mulher de César não basta ser honesta, tem de parecer também. 

 

Mas, há uma claque de académicos-cipaios que desencadeou uma corrente de aplausos à visita do Presidente dando a entender que se tratava de uma decisão tirada dos melhores manuais de boas práticas de uma sociedade. Foram até desenterrar teorias satânicas para justificarem tais hossanas. Mas, como o bem sempre vence, o prevaleceu o bom senso. 

 

Ahhh, sim! Tenho medo desses assessores voluntários recém-convertidos que pululam por aqui. Esses académicos que fizeram pacto de não agressão com os seus próprios diplomas a troco de petisco. Esses nossos bradas que pensam que Filipe Nyusi é presidente só deles. Esses nossos contemporâneos que querem vender ingressos ao coração do Presidente Nyusi. Esses que assumiram que Nyusi é propriedade privada deles. 

 

Hoje, Filipe Nyusi está aí no terreno abraçando, chorando e dando força pessoalmente ao seu povo. Está aí mostrando que, se enfrentou os mistérios de Satungira para negociar a paz com Dhlakama, pode também enfrentar os estragos do Idai. Está aí dizendo ao mundo que unidos venceremos. Está aí mostrando que pisa matope e lodo mesmo quando não é para pedir voto. E, de certeza, deve estar com a alma muito leve. E os sentinelas estão aqui com caras de picolho, carentes de ideias, mandando indirectas para si mesmos. 

 

Ao Presidente Filipe Nyusi vão os meus parabéns pela sábia e humana decisão de interromper a visita (repito: uma visita que devia ter sido cancelada antes mesmo de iniciar). Nunca é tarde. Afinal, diria Jonathan Swift, uma pessoa nunca se deve envergonhar de ter errado, ou seja, nunca se deve envergonhar de ser mais sábio hoje do que era ontem. Somente quem nada faz nunca comete erros. Errar é humano. Todos nós humanos ainda viventes somos susceptíveis a errar a qualquer momento. 

 

Aos académicos-cipaios sugiro que as vezes arranjem um tempinho para visitarem os seus cérebros lá no estômago onde deixaram. Vai que um dia descarregam com autoclismo sem se aperceberem.

 

- Co'licença!

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