Director: Marcelo Mosse

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Actualizado de Segunda a Sexta

BCI

Empresas, Marcas e Pessoas

A Cornelder de Moçambique (CdM) encerrou, semana passada, a primeira fase do programa de assistência humanitária às vítimas do cicloneIdai, que consistiu numa mega-operação de salvamento de cerca de 2.500 vítimas das cheias que assolaram o distrito do Búzi, na província de Sofala. 

 

Em resposta ao apelo lançado pelo Governo de Moçambique, a operação - realizada em coordenação com o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), entidades de Saúde, Polícia lacustre, Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) e Pescamar - consistiu na mobilização de embarcações para o resgate das vítimas, fornecimento de combustível, montagem de um posto transitório para assistência às vítimas e prestação de serviços de primeiros socorros, bem como fornecimento de refeições e vestuário. 

 

A CdM, nesta fase, também garantiu o transporte das vítimas para os vários centros de acolhimento. Uma vez interrompidas as operações de resgate, devido à diminuição das águas fluviais no distrito de Búzi e a instalação de centros de acolhimento em zonas seguras, tendo em conta que as vias de acesso permaneciam intransitáveis, a CdM em coordenação com as outras entidades envolvidas na operação, com destaque para o INGC e o Programa Mundial Alimentar (PMA), mobilizou mais embarcações para o transporte de produtos de primeira necessidade, medicamentos, suplementos, cobertores, e fardos de roupa.  Para o sucesso desta operação, foram gratuitamente disponibilizados os serviçosde manuseamento e de estiva do Porto da Beira, para garantir que os produtos chegassem a tempo útil aos beneficiários.

 

De destacar que as operações de ajuda humanitária da CdM não se traduziram apenas à assistência directa às vítimas, mas também na concessão de descontos ou isenções de taxas de manuseamento e armazenagem, aos navios com carga humanitária que demandassem o Porto da Beira. 

 

Para assegurar o rápido restabelecimento do abastecimento de água à Cidade da Beira, a CdM cedeu ao FIPAG-Fundo de Investimento e Património do Abastecimento de Água, um gerador com capacidade de 1.500 KVA´s. No geral, no quadro do programa de emergência, a CdM desenvolveu acções estimadas em cerca de 50 mil dólares norte-americanos (equivalente a mais de três milhões de meticais), como suacontribuição solidária directa na ajuda aos afectados pelo ciclone Idai.

 

Actualmente e como forma de dar seguimento à mitigação dos efeitos nefastos do ciclone, a direcção da CdM está a equacionar outras formas de abordagem solidária que emergem da necessidade de contribuir para a normalização da vida das populações.  (FDS)

sexta-feira, 12 abril 2019 08:57

BCI lança nova solução para PME’s

O Banco Comercial de Investimentos (BCI) lançou, esta semana, no Município de Vilanculos, província de Inhambane, o “Saldo POSitivo”, uma nova solução para as Pequenas e Médias Empresas (PME's).

 

Segundo o Presidente da Comissão Executiva do BCI, Paulo Sousa, o novo serviço serve para todos os clientes daquele banco, espalhados por todos o país, que tenham um POS daki que agora inclui, para além de todas as funcionalidades que já existiam, a solução “Saldo POSitivo”.

 

Na sua intervenção, Paulo Sousa explicou que o “Saldo POSitivo” é a possibilidade que confere aos comerciantes clientes do BCI, titulares de um POS daki, terem uma linha de crédito associada ao POS, em que o Banco disponibiliza até 20% da média mensal da sua facturação. O reembolso, segundo este, será efectuado diariamente, através da dedução de uma parcela do valor facturado, a uma taxa de juro fixa de 20%.

 

Ainda de acordo com o PCE, esta é uma forma “muito fácil, simples e muito prática” de obter uma linha de crédito de apoio à tesouraria e de apoio à recomposição de stocks.

 

“Quando um comerciante tem alguma alteração sazonal das suas vendas, tem uma solução no BCI que pode ajudar a ultrapassar essa fase de menor receita, ou maior necessidade em termos de ‘cash flow’”, disse Sousa, acrescentando que “os nossos clientes podem contactar o seu gestor ou gerente junto ao BCI e aderir ao nosso novo produto mediante cumprimento de requisitos básicos e de forma fácil”.

 

Por sua vez, o Governador de Inhambane, Daniel Chapo, saudou o BCI por proporcionar aquela província “cada vez mais serviços de qualidade, eficientes e competitivos” que vão ajudar a classe empresarial a satisfazer as suas necessidades financeiras.

 

Num outro desenvolvimento, o governante disse que os pequenos negócios e PME's dos seguimentos BCI Universal e BCI exclusivo de Vilankulo, Mabote, Inhassoro e Govuro, vão beneficiar destes serviços e das várias oportunidades de crédito e ou de apoio à tesouraria no fortalecimento de um bom ambiente de negócios na província. Salientou ainda que “um dos nossos grandes objectivos é fazer de Inhambane uma província de referência”. (Carta)

O Millennium bim promoveu, nesta quinta-feira (11), a segunda edição da palestra “As Mulheres deste Milénio”, evento integrado nas comemorações alusivas ao mês da mulher e, em particular, ao Dia da Mulher Moçambicana, celebrado no passado dia 07 (domingo), em todo o país.

 

O encontro juntou diversas individualidades e teve como tema principal a liderança no feminino e o papel da mulher no desenvolvimento socioeconómico e cultural e na transformação social do país.

 

Moderado pela prestigiada apresentadora de televisão Anabela Adrianoupolos, o debate contou com a presença de Paula Matsinhe, Co-Fundadora da UZURI, Sara Fakir, Co-Fundadora e Directora Executiva da ideiaLab, Cecília Simbine, Membro do Conselho Superior da Magistratura do Ministério Público, Paula Monjane, Directora Executiva do Centro de Aprendizagem e Capacitação da Sociedade Civil (CESC), e Liliana Catoja, administradora do Millennium bim. Contou também com a presença da prestigiada artista musical, Mingas, actualmente, Presidente da Associação Moçambicana para o Desenvolvimento e Sustentabilidade Humana - A VUKKA, com foco em crianças e mulheres.

 

A iniciativa teve o apoio da Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), que, através de um sorteio, presenteou o vencedor com duas passagens aéreas de ida e volta, para um percurso doméstico ou regional à escolha dos passageiros.

 

Na sua intervenção, Liliana Catoja, Administradora do Millennium bim, garantiu que a iniciativa “dá-nos a oportunidade de debatermos temas que dizem respeito a todas as mulheres”. Explicou que a mulher desempenha um papel de grande protagonismo na sociedade e, no caso do nosso país, é ainda mais significativo.

 

“Somos resilientes, estamos habituadas a esbarrar em muitos obstáculos, que encaramos como desafios a vencer e isso dá-nos ainda mais força”, disse, sublinhando que 52% dos funcionários daquele banco são mulheres.

 

O evento “Mulheres deste Milénio” insere-se nos festejos do Millennium bim a propósito do mês da mulher, tendo como objectivo valorizar o seu papel e contributo para a construção de uma sociedade mais justa e com igualdade de oportunidades para todos.

 

Referir que, na semana passada, o Banco brindou as suas clientes com uma rosa, em solidariedade com as vítimas do Ciclone IDAI, nos balcões das províncias de Inhambane, Manica, Tete, Zambézia, Nampula, Niassa, Cabo Delgado e em diversos pontos das Cidades de Maputo e Matola. (Carta)

Uma parceria cinematográfica foi recentemente criada entre a Gemfields, fornecedora líder mundial de gemas coloridas de origem responsável, e a National Geographic. O propósito da iniciativa é identificar projectos vitais apoiados pela Gemfields em África, para poderem beneficiar tanto as comunidades como a conservação da biodiversidade. As mineradoras de pedras preciosas da Gemfields na Zâmbia e Moçambique beneficiam significativamente os dois países, não só como uma fonte substancial de tributação para a economia nacional, mas também através de projectos adicionais seleccionados devido à diferença que fazem na protecção da rica biodiversidade do continente africano, e promoção de meios de subsistência sustentáveis para as comunidades locais.

 

Um comunicado enviado à “Carta”, no âmbito da referida parceria, refere que foram produzidas duas curta-metragens com a colaboração de Shannon Wild, fotógrafa e cineasta da National Geographic. No seu trabalho, Wild explora as comunidades e os ambientes que beneficiam dos projectos apoiados pela Gemfields. Shannon Wild é o “coração” de cada filme, e os espectadores têm uma oportunidade única de ver “através dos seus olhos” a paisagem, os animais e as pessoas que ela encontra.

 

O primeiro filme, baseado no Parque Nacional do Kafue, na Zâmbia, destaca o Programa Carnívoro Zambiano (PCZ), que simultaneamente estuda os grandes carnívoros e discute as ameaças para eles e seu ecossistema, como forma de prestar uma ajuda à sua sobrevivência. Kafu é a maior área protegida na Zâmbia, e o segundo maior Parque Nacional de África. É a casa de um número considerável de leões, chitas e cães selvagens.

 

Para este trabalho, a Gemfields tem sido crucial por contribuir no financiamento da compra e implantação de colares de rastreamento via satélite. Os colares em causa são muito mais eficientes do que os antigos, via VHF, que foram substituídos. O programa pretende visitar todos os animais que usam a coleira, pelo menos uma vez por semana. No segundo filme são explorados os projectos comunitários moçambicanos que circundam a mina de exploração Rubis da Gemfields em Montepuez. O filme analisa três projetos da Gemfields, incluindo uma escola primária, clínica de saúde móvel e associação agrícola. (Marta Afonso)

A estatal Correios de Moçambique vai vender uma parte do património imobiliário para reduzir o número de trabalhadores de 620 para 326 a nível nacional, anunciou o presidente do Conselho de Administração. Valdemar Jessen adiantou que a empresa pública precisa de angariar um montante em meticais equivalente a cerca de 2,3 milhões de dólares para reduzir o pessoal através de reformas antecipadas e rescisão de contratos. Além da venda de cinco imóveis, o administrador mencionou igualmente a possibilidade de proceder à venda de 50% das acções representativas do capital social da empresa, não sendo de antecipar qualquer objecção a este projecto “uma vez que os serviços postais deixaram de ser um monopólio estatal.”

 

O responsável acrescentou que os trabalhadores da empresa, a quem são devidos mais de 50 milhões de meticais em salários em atraso, têm uma idade média avançada e um baixo nível de escolaridade, dando-se ainda o caso de que mais de 73% da receita é absorvida com remunerações, “percentagem que supera o máximo permitido pela lei em vigor.” Citado pela agência noticiosa AIM, Jessen disse ainda que a decisão de vender património foi já aprovada pelo governo, o que vai permitir melhorar a situação financeira da empresa, com o benefício adicional de que essa venda vai permitir reduzir os custos de manutenção dos referidos imóveis. A administração dos Correios de Moçambique quer igualmente adoptar uma política de “emagrecimento” para um nível sustentável e adequado em termos comerciais para poder competir em pé de igualdade com as cerca de 40 empresas privadas que operam na mesma área. (Carta)

A Editora MARIMBIQUE lança no dia 15 de Abril, às 17h00, no Auditório do Edifício-Sede do BCI, localizado na Av. 25 de Setembro n.4, em Maputo, o romance “Um Rapaz Tranquilo – Memórias Imaginadas”, de Álvaro Carmo Vaz. Trata-se de um “belo e comovente romance”, nas palavras do ensaísta Eugénio Lisboa. A obra cruza uma narrativa ficcional com um excurso memorialista de grande interesse, em Moçambique, no período imediatamente anterior e ulterior à independência do país. O texto é uma pungente história de amor na qual se traça o percurso de uma geração que sonhou com a independência e se entregou à tarefa de construir um país novo. É também, por isso, um importante exercício de memória, tão relevante quanto crucial nos dias de hoje.

 

O escritor Luís Bernardo Honwana, autor do celebrado livro de contos “Nós Matámos o Cão-Tinhoso” redigiu a “Nota Introdutória” para esta edição, da qual citamos extractos:

 

“… damo-nos conta de que o livro, afinal, não é apenas sobre o diário meio inócuo que se suspeitou, mas sim sobre o percurso penoso e muitas vezes dilacerante que foi realizado por um número não negligenciável de compatriotas nossos no processo de serem moçambicanos.

 

 

Mas muito rapidamente se chega à conclusão de que o que verdadeiramente se coloca no universo restrito de que o livro trata é uma decisão sobre qual, afinal, a principal pertença dos vários personagens da nossa história: se a suas tradições e referências culturais, que os empurram para a aventura de um retorno a Portugal (que muitos nem sequer conhecem), se o projecto de vida e a atracção pela nova pátria que podem ajudar a formular com o seu contributo, como proclama a liderança do movimento libertador. Na narrativa, a visão que inicialmente é a partir de fora acaba por dar lugar a um nós cada vez mais assumido. ‘Um rapaz tranquilo’, as primícias literárias de Álvaro Carmo Vaz, reconstitui, pela primeira vez entre nós, um roteiro que sempre permaneceu subentendido e, corajosamente, trá-lo a debate como uma das muitas dimensões da nossa pluralidade.”

 

Sobre o livro, o conceituado ensaísta Eugénio Lisboa, autor, entre outros livros, de “Crónicas dos Anos da Peste” e da grande obra memorialista “Acta Est Fabula”, escreveu: “Li com enorme prazer este belo e comovente romance, ‘Um Rapaz Tranquilo’. Está primorosamente escrito e construído, a história flui de forma magnífica e o diálogo é muito bom. A massa de informação de toda a ordem que ali é exibida, em rigorosa ordem cronológica, é simplesmente impressionante. Gostei muito, mas mesmo muito, de ler este romance, que reflecte bastante da experiência pessoal do autor, embora não seja exactamente autobiográfico. É um bom documento sobre Moçambique, desde as vésperas da independência até aos nossos dias. Há todo um imenso trabalho de agenciar e organizar, ano por ano, todo o material informativo. Esta informação é-nos propiciada sem nos cansar: vai aparecendo, no local próprio, e não nos sufoca. É útil, é funcional e tem o dramatismo necessário. E fica-se para sempre amigo do Pedro e da Guida: dois personagens que nunca mais esquecemos, admiravelmente desenhados e longamente acompanhados.”

 

Álvaro Carmo Vaz é engenheiro civil de formação, tendo feito a sua carreira na Universidade Eduardo Mondlane (antes Universidade de Lourenço Marques) onde atingiu a categoria de Professor Catedrático. Na sua área de especialidade, Hidrologia e Gestão da Água, é autor de dezenas de textos científicos e técnicos e co-autor do livro “Hidrologia e Recursos Hídricos”. A obra contou com o alto patrocínio do BCI. (Carta)