O Ministério da Cultura e Turismo (MCT) reúne-se, de hoje até sexta-feira, na Ilha de Moçambique, província de Nampula, em mais um Conselho Coordenador, o quinto e último neste quinquénio.
De acordo com o comunicado, enviado à nossa Redacção, o evento vai decorrer sob o lema “Unindo povos através da cultura e o desenvolvimento turístico sustentável” e tem, entre outros, o objectivo de avaliar o grau de execução do Plano Económico e Social e a execução orçamental do primeiro semestre deste ano; e avaliar o grau de execução das actividades das Acções Prioritárias nos principais destinos turísticos, durante os primeiros seis meses do ano.
O documento salienta que a reunião, a ser presidida pelo respectivo Ministro do pelouro, Silva Dunduro, contará com a participação de membros do Conselho Consultivo, Directores Provinciais da Cultura e Turismo, representantes das instituições subordinadas e tuteladas, Chefes do Departamento Central e convidados do sector público e privado.
De salientar que o Conselho Coordenador é um órgão de consulta dirigido pelo Ministro, através do qual coordena a acção conjunta no âmbito da avaliação e monitoria do desempenho das unidades orgânicas, instituições subordinadas e tuteladas e direcções provinciais daquele pelouro. (Carta)
O Chefe do Projecto Eleitoral do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), André Castilho, defende que a fraca participação da mulher, no processo eleitoral e na política, no geral, deve-se a questões sócio-culturais, visto que o nosso país é mais dominado pela sociedade patrilinear (encontra-se a sul do rio Zambeze), onde a participação dos homens é muito mais forte, tradicionalmente.
O especialista defendeu esta tese, esta terça-feira (02 de Julho), à margem da realização do workshop sobre o engajamento das mulheres no processo eleitoral, quando questionado pelos jornalistas sobre as razões que estão por detrás da fraca participação da mulher nas eleições, tendo em conta a aproximação da época eleitoral.
Segundo dados do último recenseamento eleitoral, 54 por cento dos inscritos nos cadernos eleitorais são mulheres, mas o que tem acontecido é que, na hora da votação, as mulheres não têm participado em maior número.
Entretanto, Castilho entende que Moçambique ainda pode reverter esta situação nas próximas eleições, candidatando mais mulheres às Assembleias Provinciais, Assembleia da República, assim como ao cargo de Governador da Província, tendo em conta que representam mais da metade dos recenseados no país.
Para Castilho, o voto é uma das formas que a mulher tem de participar na vida política do país, escolhendo os candidatos certos que possam defender com maior eficácia os seus direitos. (Marta Afonso)
Cerca de 1.4 milhão de crianças vítimas dos ciclones Idai e Kenneth necessitam de ajuda humanitária com urgência. A informação foi revelada, recentemente, em Maputo, pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
No comunicado que enviou à nossa Redacção, aquela agência das Nações Unidas sublinha que, até 30 de Maio, os dois ciclones tinham provocado a morte de 648 pessoas, sendo 603 óbitos pelo ciclone Idai e os restantes pelo ciclone Kenneth.
No documento, consta ainda que o ciclone Idai, que fustigou a zona centro do país, em Março último, afectou 50 distritos das províncias da Zambézia, Sofala (a mais afectada), Manica, Tete e Inhambane, enquanto o ciclone Kenneth afectou, com maior impacto, cinco distritos, das províncias de Cabo Delgado e Nampula.
Para a UNICEF, depois da passagem dos dois ciclones, aproximadamente 400 mil alunos ficaram afectados, 3.977 salas de aulas danificadas, 760.285 hectares de colheitas destruídas, 284.589 casas destruídas e mais de 70 centros de saúdes danificados.
De acordo com o documento, a UNICEF lançou um apelo de 122 milhões de USD para apoiar a sua resposta humanitária às crianças e famílias devastadas pela tempestade e as suas consequências, em Moçambique, Zimbabwe e Malawi, os três países afectados pelo ciclone Idai. (Marta Afonso)
As inovações digitais poderão ser responsáveis pela transformação das áreas rurais e da agricultura, nas próximas décadas, no continente africano, de acordo com o quarto Relatório do Painel de Malabo Montpellier (MaMo), que versa sobre Digitalização na Agricultura Africana.
O Painel Malabo Montpellier é um grupo de especialistas em agricultura internacional, que orienta as escolhas políticas que aceleram o progresso em direcção à segurança alimentar e melhoria da nutrição em África. A organização fornece pesquisa de alta qualidade para equipar os tomadores de decisão a fim de implementar, efectivamente, políticas e programas que beneficiem os pequenos agricultores.
De acordo com o estudo, divulgado na última terça-feira (25 de Junho), em Kigali, capital ruandesa, durante o Fórum Malabo Montpellier, cerca de 60 por cento da população africana tem 24 anos de idade e um, em cada quatro africanos, continua vivendo na insegurança alimentar, tornando-se na maior taxa do mundo.
“Essas condições apresentam uma oportunidade perfeita para a agricultura digital para ampliar-se em toda a África rural”, disse o professor Joachim Von Braun, co-Presidente do Painel e Director do Centro de Pesquisa para o Desenvolvimento (ZEF) da Universidade de Bonn, na Alemanha, durante a apresentação do Relatório.
“São as ferramentas digitais muito focadas na agricultura e serviços, que irão gerar empregos atraentes no continente, nas próximas décadas”, sublinhou.
Denominado “Byte by byte: Inovação Política para Transformar o Sistema Alimentar de África com Tecnologias Digitais”, o estudo prevê investimentos, visando a chamada infra-estrutura de “última milha”, de modo a colmatar o fosso digital urbano-rural, incluindo conexões com a rede eléctrica, telecomunicações confiáveis e ligação à internet.
O documento, de 80 páginas, recomenda ainda o estabelecimento de centros de inovação digitais, bem como incentivos fiscais, incluindo os direitos de importação mais baixos, na fase inicial, para facilitar a entrada no mercado e a importação de tecnologias até que os mercados locais estejam desenvolvidos.
“Estes (incentivos) incluem financiamento de longo prazo, preços acessíveis dos objectos tecnológicos com acesso à internet, normas de concorrência leal e preços mais baixos em geral para os consumidores”, detalha o estudo.
O Relatório dá o exemplo do governo do Ruanda, liderado por Paul Kagame, que está a construir o “Kigali Innovation City”, no valor de dois mil milhões de dólares, que vai reunir universidades de classe mundial, empresas de tecnologia e jovens empresários, de todo o continente.
“Digitalização feita de forma inteligente e em grande escala oferece oportunidade aos países africanos de superarem os obstáculos infra-estruturais, institucionais e tecnológicos, que têm dificultado o crescimento e a transformação da economia agrícola e rural”, afirma Ousmane Badiane, também co-Presidente do Painel MaMo e Director do Instituto Internacional de Pesquisa sobre Políticas Alimentares.
“As tecnologias digitais podem ser implantadas para melhorar as competências, prestar serviços, de modo a alcançar uma massa crítica de operadores, em áreas geográficas muito dispersas, no tempo muito mais curto e com menor custo”, acrescentou Badiane.
Um dos pontos abordados na pesquisa está relacionado com as perdas após a colheita. De acordo com a pesquisa, trata-se de uma questão crucial na agricultura africana e cita os dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), que apontam para uma perda total na ordem dos 37 por cento.
Sublinha ainda a necessidade de se enfrentar as habilidades dos técnicos informáticos, para além de reduzir a lacuna existente em relação à literacia digital, especialmente, entre agricultores, agentes de extensão e empresários da área de agricultura.
Refira-se que, durante o Fórum Malabo Montpellier, decorrido, no Ruanda, os participantes discutiram, igualmente, o nível crescente de adopção móvel da tecnologia, em África, nos últimos anos, bem como suas limitações actuais e prioridades para a acção futura. (Carta)
A WaterAid Moçambique, no âmbito do seu projecto “Transformar vidas através do acesso à água segura, ao saneamento e à promoção da higiene", rubricou, recentemente, um Memorando de Entendimento (ME) com o My BUCKS Bank Corporation (MBC), um grupo financeiro tecnológico que comercializa produtos e serviços financeiros, através de plataformas electrónicas.
Com a assinatura do ME, o MBC passa a incluir saneamento doméstico nos seus esquemas de empréstimo, um facto inédito na história de concessão de crédito em Moçambique e que irá contribuir para a massificação do saneamento doméstico nas comunidades de baixa renda do Distrito de Boane.
Antes da assinatura do referido acordo, um trabalho técnico e administrativo, incluindo um projecto de proposta técnica, foi desenvolvido, indicando as modalidades de empréstimo às famílias e o fluxograma de relacionamento entre as partes interessadas.
Este projecto técnico vai servir de instrumento orientador para a criação da demanda por saneamento, oferta de serviços, comunicação e relatórios com e para todos os stakeholders. Como forma de viabilizar esta iniciativa de marketing de saneamento, o projecto trouxe uma empresa privada japonesa que produz latrinas Sato pan, um sanitário inovador, que usa uma descarga que necessita de muito pouca água para sua higienização, podendo funcionar com apenas 200 ml de água por cada vez que se usa.
Trata-se de um sistema em que o recipiente (regra geral azul) permanece fechado, sem acesso à fossa. O peso das fezes e urina empurram a sua tampa para baixo, e depois que as lamas fecais/urina caem, a tampa fecha-se novamente, protegendo os olhos e narizes do usuário da terrível visão e cheiro, além de diminuir a transmissão de doenças ao impedir insectos de pousar na fossa e depois passear pelo ambiente fora e contaminar alimentos humanos.
O projecto “Transformar vidas através do acesso à água segura, ao saneamento e à promoção da higiene” está, actualmente, a ser implementado no Distrito de Boane, Província de Maputo. (Carta)
A fundação Tzu Chi, de Taiwan, vai financiar as obras de construção de três mil "casas resilientes" para as vítimas do ciclone Idai nos distritos de Nhamatanda e Búzi, na província moçambicana de Sofala, anunciou hoje aquela entidade.
"A nossa intenção é que sejam casas resilientes e que resistam a várias intempéries, incluindo ciclones. As mesmas terão um tanque para a conservação da água", afirmou Dino Foi, diretor executivo da Tzu Chi, na Beira, durante a cerimónia de apresentação dos modelos das moradias a serem edificadas.
O arranque das obras não tem ainda data prevista, na medida em que a agremiação deverá ainda manter "encontros de concertação" com o Governo moçambicano.
"Acima de tudo, queremos construir pequenas cidades nos distritos e tirar as pessoas das tendas, para além de que pretendemos que os beneficiários tenham áreas para a prática da agricultura para o seu sustento", afirmou Dino Foi, acrescentando que "agora está tudo dependente do Governo".
Nhamatanda e Búzi estão entre os distritos mais afetados pelo ciclone Idai no centro de Moçambique.
O ciclone Idai atingiu o centro de Moçambique em março, provocando 604 vítimas mortais e afetando cerca de 1,8 milhões de pessoas.
Pouco tempo depois, Moçambique voltou a ser atingido por um ciclone, o Kenneth, que se abateu sobre o norte do país em abril, matando 45 pessoas e afetando outras 250.000.(Lusa)