A Federação Moçambicana de Futebol (FMF) expressou ontem em Maputo o seu reconhecimento à Cervejas de Moçambique (CDM) pelo apoio que a empresa concedeu, em Janeiro último, à Selecção Nacional de Futebol, os “Mambas”, no contexto da sua participação no CAN 2023, que se realizou em Janeiro e Fevereiro deste ano (2024), na Costa do Marfim.
O reconhecimento do organismo reitor do futebol em Moçambique à maior cervejeira nacional foi feito em jantar de gala que contou com a presença de destacadas figuras das arenas económica, política, cultural, social e, naturalmente, desportiva.
O Secretário de Estado do Desporto, Gilberto Mendes, entregou, na ocasião, um certificado de reconhecimento à CDM, que se fez representar por Hugo Gomes, administrador executivo da empresa.
De referir que a CDM se destacou, em Janeiro deste ano, como patrocinadora pioneira dos “Mambas”, numa altura em que a FMF estava a mobilizar apoio para a viabilização da participação do combinado nacional no maior evento desportivo do continente africano.
Poucos dias depois da concretização da parceria entre a CDM e a FMF, por via da assinatura de um memorando, pouco mais de uma dezena de empresas moçambicanas seguiram o exemplo, anunciando, igualmente, o seu apoio aos “Mambas”, que defrontaram, em Abidjan, as suas congéneres do Egipto, Cabo Verde e Gana, com um saldo de dois empates e uma derrota.
O apoio recente à Selecção Nacional de Futebol não foi a primeira empreitada de responsabilidade social na qual a CDM se destacou no contexto empresarial moçambicano. Quando foi da pandemia da COVID-19, a maior cervejeira moçambicana foi a primeira empresa a conceder apoio ao Governo, através do Ministério da Saúde, disponibilizando USD 1 milhão (um milhão de dólares norte-americanos), o equivalente, ao câmbio da altura, a pouco mais de MZN 65.000.000,00 (sessenta e cinco milhões de Meticais).
O BCI patrocinou as primeiras Jornadas Científicas do Hospital Geral de Mavalane (HGM), realizadas nas instalações desta unidade de saúde, na cidade de Maputo, e que decorreram sob o lema “Promovendo a inclusão das comunidades na melhoria do acesso aos serviços de saúde”.
A iniciativa teve como objectivo partilhar as experiências e resultados de pesquisas realizadas na área de saúde pública, bem como criar ambiente de troca de experiências entre profissionais de saúde e parceiros, em benefício da comunidade. Foi, igualmente, uma oportunidade para a divulgação de resultados das pesquisas realizadas no hospital.
O evento contou com a presença das autoridades dos serviços de saúde da cidade de Maputo, de membros da direcção do Hospital de Mavalane, de profissionais de saúde, estudantes e público, em geral.
No acto da abertura do evento, o director do HGM, Mário Jacobe, enalteceu o apoio do BCI, tendo referido que este patrocínio tornou possível a realização do evento há muito esperado.
O apoio do Banco abrangeu, igualmente, a feira de saúde, que decorreu no mesmo recinto e que envolveu dezenas de pessoas, que puderam participar em diversas actividades como medição da tensão arterial, doação de sangue, entre outras.
Segundo uma nota do Banco “o BCI enaltece o valioso trabalho levado a cabo pelos profissionais de saúde, em defesa da vida, e reforça o seu compromisso de apoio ao sector de saúde”.
O Instituto Superior de Transportes e Comunicações (ISUTC) anuncia o lançamento do ISUTC Online. Este avanço pioneiro visa democratizar o acesso à educação de qualidade, oferecendo licenciaturas em Engenharia e Gestão através do ensino à distância.
Com mais de 23 anos de experiência no fornecimento de educação superior de excelência, o ISUTC está a desafiar os limites do ensino tradicional, permitindo que estudantes de todo o país tenham acesso a programas académicos reconhecidos nacional e internacionalmente, sem as limitações geográficas do ensino presencial. A instituição pretende liderar o caminho para o futuro do ensino superior em Moçambique, tornando-o mais acessível e flexível.
Este novo empreendimento vem em resposta à crescente demanda por alternativas de educação que permitam aos estudantes obterem uma licenciatura sem terem de estar presentes fisicamente no campus, em áreas antes impensáveis como a Engenharia. Além disso, o ISUTC Online destaca-se como pioneiro ao oferecer licenciaturas em engenharia totalmente à distância, preenchendo uma lacuna importante no sistema nacional de educação.
As licenciaturas disponíveis incluem Licenciatura em Engenharia e Ciência dos Computadores, Engenharia Mecânica e de Transportes, Engenharia Civil e de Transportes, Engenharia Electrotécnica, Engenharia Informática e de Telecomunicações,
Engenharia Electrónica e de Telecomunicações, Contabilidade e Auditoria, Gestão e Finanças, e Gestão Bancária e de Seguros. O ISUTC Online promete garantir a mesma qualidade de ensino reconhecida nacional e internacionalmente, com acreditação pelo Conselho Nacional de Avaliação da Qualidade do Ensino Superior (CNAQ) e pelo Instituto Nacional de Ensino a Distância (INED).
O Director Geral do ISUTC, Fernando Leite, afirmou que “esta nova modalidade de ensino mostra a capacidade da Instituição e dos seus docentes na utilização das novas tecnologias para levar a qualidade do ensino do ISUTC a todas as províncias de Moçambique, reforçando, assim, o compromisso com a educação de excelência no país”.
O Eng. Luís Almeida, Administrador Delegado da Transcom, refere que "a entrada do ISUTC nesta modalidade marca o início de uma jornada na expansão do acesso à educação superior em Moçambique”. “Estamos empenhados em manter os elevados padrões de qualidade do ensino presencial, agora aplicados aos cursos online, garantindo uma experiência académica consistente e de excelência",
O ISUTC Online representa o compromisso do ISUTC em proporcionar uma educação de excelência a todos os moçambicanos, independentemente da sua localização geográfica ou situação socioeconómica.
Com inscrições abertas até ao dia 31 de Maio, o ISUTC abre, com esta nova modalidade, novas portas para o sucesso educacional, capacitando os estudantes a atingirem os seus objectivos pessoais e profissionais.
Estou aqui, aturdido, a pensar nas exigências que a vida tem feito. Estou sem chão, a fingir contemplar o universo enquanto a mente desdobra-se em encontrar soluções.
É agosto e, em Maputo, o frio relembra a solidão. As casas perdem o brilho na humidade da noite. As árvores arrancam ferozmente as folhas. O pó da terra reluz, em cada passo, sacudido, das crianças. É frio, escuro, cheio de cacimba. Ninguém resiste. Nem os cães vadios; a época coincide com o aparecimento dos primeiros feijões. É tempo de produção. Às vezes, todos saem, sorrateiros, à procura de fêmeas. É o ápice sexual – outro lado do romantismo.
A velocidade é excessiva, mas o chiar do carro perde-se nos acordes que ecoam das simples colunas. A voz é grave, triste, sonhadora, serena, triunfal. O homem ama, sente-se em cada palavra, forte e firme num ronga puro e melancólico.
Ele chora por amor e de amor. Talvez porque soubesse o que é. Já se diz muito sobre o amor: só ama quem sabe amar, sabe o significado do amor, sabe que amar é chorar suaves lágrimas perante o espetáculo de uma gota de orvalho numa manhã de junho.
O tempo quase que congela e o asfalto é uma infinidade. Os sonhos conflituam com a razão. Os Dissabores renascem. É a solidão. O “mix” não pára e as lágrimas voltam a encharcar os acordes.
É um vale. É um calvário consentido. “A fambilé”, diz repetidas vezes, de novo, a tocar na ferida. A vontade é parar, desligar tudo e escutar a união melódica dos pneus e o asfalto. Mas não: embora seja dito tudo na crueldade, ele tem razão. Baptista não mente.
Baptista Panguana realenta, à força, a vida. Transcende vontades. É daqueles tipos que, do nada, te colocam a conflituar com o teu próprio passado. A rejeitar o tempo. A negar o amor ou a evitá-lo como forma de preservar o estado emocional. Chora, desmoraliza, ofende, propondo aos ouvintes uma experiência sonora única. Uma atitude!
E o misticismo continua em grande escala no refrão. “A fambilé”, diz repetidas vezes. “Foi”, sugerindo a dor do abandono por um cônjuge. “O que adianta viver em prantos, a castigar o coração?”, reprime, questiona, contesta, tudo para criar um cenário propício para as mensagens espirituais dele, que faz questão de se auto referenciar.
Em toda a música, a voz está segura e confiante; o som invade o cenário e casa-se com a melodia até tudo explodir num refrão que, mesmo a atiçar o fogo da crueldade do abandono, alivia a tensão e resolve a harmonia com inteligência e bom gosto. “Deixaram-te só”… “Deixaram-te só”…
E não termina por aqui. Aos poucos, a música ganha outro sentido, mostrando que tem estrutura própria que se confunde com a metáfora da vida – essa ideia de nascer, crescer, reproduzir-se e, por fim, morrer.
A letra transborda ansiedade. É ousada, expositora, direta, com a instrumental a condizer com a voz serena, calma de Panguana. É simplesmente uma deliciosa e irónica correria melódica que traduz ritmicamente a vida dos casais. É intenso, e de um jeito bem original.
Já o sol vai raiar e o destino na próxima curva, mas a “pioneer” não se cansa de me consolar. Deixo-o, agora, ligado enquanto contemplo os pássaros, já a vislumbrar o amor, o sentido da vida, mesmo depois de uma incrível pancada melódica. É a terapia de choque.
Texto: Reinaldo Luís
Jornalista e Editor de Cultura
A talentosa estilista moçambicana Shaazia Adam participa, pela segunda vez, no South Africa Fashion Week (SAFW), evento que nos últimos 27 anos, tem reunido especialistas, influenciadores e amantes da moda de todo o mundo e explora as últimas tendências e ideias inovadaras que moldam o futuro da moda africana.
A jovem estilista leva consigo a Marca Mina, criada em 2019, durante a pandemia de Covid-19 e que ganhou a admiração dos amantes da moda em Moçambique e em vários cantos do mundo, através de uma proposta de peças mais sustentáveis com roupas feitas de fibras naturais (algodão, linho, malhas de algodão), 70% sustentável e 100% moçambicana.
A Mina, caracterizada por colaborar com artistas locais, juntou-se pela primeira vez, à jovem artesã Elicha Fernandes, criadora da marca “MacramebyElicha’, uma parceria cujo resultado chega as passarelas sul africanas.
“Freedom of Being Collection” explora a liberdade de ser, buscando inspiração nas profundezas do oceano para atingir os mais profundos sentimentos de quem aprecia cada peça que compõe a colecção.
“ É um grande orgulho e ao mesmo tempo uma enorme responsabilidade para mim, levar mais uma vez a Marca Mina e Moçambique para este grandioso evento. Encarro o SAFW como uma oportunidade ímpar de apresentar uma amostra do que se tem em Moçambique a nível de moda sustentável, com uma coleção que enquanto explora a liberdade de ser, navega pelas profundezas dos oceanos que são também, uma das nossas maiores riquezas”, destacou a estilista.
O South Africa Fashion Week tem lugar em Joanesburgo, de 18 a 20 de Abril, e, segundo os organizadores, este ano, 73% de designers promete apresentar colecções sustentáveis.
O Presidente da Bolsa de Valores de Moçambique (BVM), Salim Valá, afirmou, nesta quarta-feira, em Nampula, que embora se registe uma tendência crescente no que concerne ao financiamento às empresas, pela bolsa de valores, há ainda uma resistência por parte da empresas e investidores em aderir ao mercado de capitais. Salim Valá defendeu que as empresas moçambicanas devem recorrer à bolsa e ao mercado de capitais para buscar financiamento, por forma a tornarem-se mais competitivas, dinâmicas, credíveis e internacionalizadas.
O PCA da BVM falava no seminário de divulgação das oportunidades de financiamento e investimento através da bolsa de valores. um evento organizado, esta quarta-feira, em Nampula, em parceria com a Federação Moçambicana do Comércio e Serviços (FEMOCOS). O evento, que tinha ainda em vista contribuir para a melhoria do ambiente de negócios e da competitividade da economia nacional, contou com a participação de cerca de 150 convidados, entre os quais o Secretário de Estado da Província de Nampula, Jaime Neto, o Governador da Província da Zambézia, Pio Matos, empresários, investidores e associações empresariais.
Durante a sua intervenção, Valá reconheceu que a bolsa tem tido um papel crescente no financiamento à economia, porém ainda há muito por fazer para garantir maior adesão das empresas e investidores ao mercado de capitais.
"Muitos empresários e investidores ainda não usam o mercado de capitais e, consequentemente, não estão a beneficiar das vantagens que este oferece. No final de 2016 haviam apenas quatro empresas cotadas na bolsa e hoje temos desasseis empresas, o que revela que muitos empresários e investidores ainda não usam o mercado de capitais”, disse.
Valá acrescentou que a BVM tem servido de barómetro para a economia nacional, ofererecendo inúmeras oportunidades ao sector empresarial.
"O mercado de capitais oferece oportunidades ao sector empresarial em termos de financiamento e de investimento e, sem dúvidas, é uma alternativa de poupança que deve ser usado pelos empresários para a dinamização da economia", referiu Salim Valá.
Questionado sobre o baixo nível de adesão ao mercado de capitais, Valá respondeu que “este é um trabalho que temos estado a fazer no sentido de mudar a cultura financeira e é também um exercício de longo prazo. É algo que nós, como bolsa, temos estado a fazer com as instituições do mercado de capitais e a ideia é atingir nichos específicos de empresários e investidores com ajuda dos nossos parceiros. Nós temos feito seminários e workshops sobre o ciclo de negócios na bolsa para aproximar os vários intervenientes e aprimorar as estratégias para que haja uma resposta positiva”.
Na ocasião, o Presidente da FEMOCOS, Prakash Prehlad, revelou que a instituição que dirige tem vindo a desencadear acções que contribuem para um ambiente de negócios mais competitivo e sustentável, tendo encontrado no evento a oportunidade para que o sector empresarial esteja mais próximo às oportunidades oferecidas pela BVM.
“A FEMOCOS está, nos últimos anos, a reforçar a sua actuação na defesa e adopção de políticas e medidas que favorecem à expanção competitiva e sustentável dos negócios. O sector empresarial nacional está cada vez mais exposto à competitividade e este seminário permitiu que as empresas, investidores e o sector empresarial no geral possam ter uma aproximação e conheçam as oportunidades que a BVM está a oferecer ao mercado”, frisou Prehlad.
Por sua vez, o Secretário de Estado na Província de Nampula, Jaime Neto, reconheceu o papel da BVM no apoio às empresas nacionais e no desenvolvimento económico do país.
“A BVM desempenha um papel crucial no desenvolvimento económico, permitindo que as empresas invistam em crescimento e expansão. A bolsa ajuda a canalizar investimentos para sectores produtivos, impulsionando a inovação, a criação de empregos e o desenvolvimento económico em geral”, referiu Jaime Neto.(Carta)