O Instituto Superior de Transportes e Comunicações (ISUTC) apresentou o seu novo projecto de Ensino à Distância (EAD), em várias províncias do país. A digressão teve lugar, entre os dias 8 e 17 de Maio, nas províncias de Nampula, Niassa (cidade de Lichinga), Sofala (cidade da Beira) e Tete. O projecto visa democratizar o acesso a uma educação de qualidade, oferecendo licenciaturas online em diversas áreas de Engenharia e Gestão.
Com as aulas a iniciarem em Julho, o ISUTC abre, assim, novas oportunidades para o sucesso educacional, capacitando os estudantes a atingirem os seus objectivos pessoais e profissionais. Este é um passo significativo para o Instituto e para a educação em Moçambique, demonstrando que é possível alcançar elevados níveis de qualidade e inclusão através da educação à distância.
Em Nampula, a equipa do ISUTC visitou o Instituto Industrial e Comercial de Nampula, onde interagiu com os estudantes e explicou o funcionamento do ensino de Engenharia em regime de EAD, incluindo a componente prática.
No Niassa, a apresentação foi feita à Governadora Eliana Massengele, que destacou a importância do projecto para os quadros técnico-médios da província. "A iniciativa do ISUTC é um marco para a nossa província, abrindo portas para que muitos jovens possam continuar os seus estudos sem sair de casa", afirmou Eliana Massengele.
Ainda na cidade de Lichinga, o Diretor do ISUTC, Fernando Leite, proferiu uma palestra sobre a Manutenção de Estradas Terraplenadas no Instituto Industrial e Comercial Ngungunhane. Na Beira, o ISUTC realizou um ciclo de palestras no Instituto Industrial e Comercial da Beira, abordando temas como a Manutenção de Estradas Terraplenadas e Sistemas de Drenagem em Estradas Interurbanas. Luís Meno, Director dos Serviços Provinciais dos Assuntos Sociais em Sofala, destacou que "a província de Sofala acolhe este projecto de braços abertos”. “Estamos prontos para colaborar e garantir que a qualidade da educação seja elevada, patriótica e inclusiva”, disse Luís Meno.
Foram igualmente realizadas palestras na Delegação Provincial do Fundo de Estradas, em Tete.
O ISUTC Online tem acreditação pelo Conselho Nacional de Avaliação da Qualidade do Ensino Superior (CNAQ) e pelo Instituto Nacional de Ensino a Distância (INED) e promete manter a qualidade de ensino com reconhecimento nacional e internacional. O projecto inclui licenciaturas em áreas como Engenharia e Ciência dos Computadores, Engenharia Mecânica e de Transportes, e outras.
Fernando Leite, Diretor Geral do ISUTC, referiu que a instituição “pretende garantir que os estudantes tenham acesso a um ensino de qualidade”. “Estamos comprometidos em garantir a integridade e a qualidade das nossas avaliações, assegurando que todos os estudantes tenham uma experiência justa e transparente”, disse o mesmo responsável.
As apresentações do ISUTC Online foram feitas com o apoio da Associação Nacional de Estradas (ANE), do Fundo de Estradas e dos Institutos Industriais das províncias visitadas. A colaboração destas entidades foi essencial para o sucesso das iniciativas.
O continente africano tem um grande potencial não explorado. As pessoas, as suas capacidades e as suas relações poderosas prometem uma riqueza de realizações, se for possível realizá-las plenamente. A chave para que esse potencial humano se torne realidade reside numa intervenção singular: a educação.
Felizmente, a educação é amplamente valorizada em todo o nosso continente e é uma aspiração partilhada por quase todos os africanos. Neste espírito, enquanto o continente se prepara para celebrar a fundação da União Africana (UA), no Dia de África, a 25 de Maio, a UA escolheu “O Ano da Educação” como tema para 2024.
De forma mais detalhada, o tema da celebração do Dia de África é “Educar África para o século XXI: Construir sistemas educativos resilientes para aumentar o acesso à aprendizagem inclusiva, ao longo da vida, de qualidade e relevante em África.”
Dada a principal preocupação da “educação resiliente” neste tema, é útil considerar como as organizações estão a enfrentar o desafio educativo de África e como estão a garantir que as competências que os estudantes adquirem sejam directamente relevantes para o seu desenvolvimento futuro e o do continente.
Formação relevante
Uma dessas organizações é a MultiChoice Talent Factory (MTF – Incubadora de Talentos da MultiChoice), iniciativa da empresa pan-africana de entretenimento MultiChoice. A MTF consiste em três ofertas: as Academias MTF nas principais capitais africanas, que oferecem formação prática e relevante para aspirantes a profissionais de televisão e cinema; o Portal MTF, que permite aos profissionais fazer networking e encontrar oportunidades de trabalho; e as Masterclasses da MTF, que oferecem um programa contínuo de desenvolvimento profissional.
As mais influentes destas ofertas MTF são as academias em Nairobi, Lagos e Lusaka. Trata-se de programas que equipam os aspirantes a profissionais da indústria com a “educação sustentável” crucial necessária para prosperar no sector do cinema e da televisão em rápida mudança.
Agora no seu sexto ano, o programa oferece um curso abrangente e totalmente pago de 12 meses de preparação para a indústria que dá aos participantes a oportunidade inestimável de aprender com especialistas da indústria em áreas como argumento, direcção, produção, cinematografia, comissionamento e edição.
Este foco na experiência prática garante que os graduados surjam não apenas qualificados, mas com capacidade prática e comprovada para trabalhar no sector. Este foco em competências directamente relevantes dá a indústria um fluxo de profissionais formados que entram no mercado de trabalho e também dá às centenas de jovens que emergem das Academias MTF todos os anos uma boa oportunidade de encontrar carreiras.
Uma pesquisa da MTF descobriu que cerca de 92% dos graduados da Academia MTF passam a trabalhar no sector criativo. Muitos destes jovens profissionais seguem carreiras na MultiChoice, que se auto-denomina “o contador de histórias mais amado de África”.
Desbloquear o potencial dos jovens
Este nível de integração demonstra outro benefício da educação na jornada de desenvolvimento africano: liberta o enorme potencial da população jovem do continente.
Os alunos da Academia MTF ganham prémios consistentemente em festivais de cinema, têm os seus trabalhos exibidos nas principais plataformas e alcançam grande êxito profissional.
Estes sucessos sublinham como a formação directamente relevante e focada na indústria irá gerar rapidamente benefícios reais. O êxito que a MultiChoice obteve ao formar os seus próprios profissionais da indústria oferece um caso instrutivo para empresas de outros sectores.
Tal é especialmente verdade em África, onde o enorme grupo de jovens do continente representa a sua maior oportunidade global – mas, apenas, se esta oportunidade for convertida através da educação.
Aliás, a educação é o que transformará os 400 milhões de jovens africanos com idades entre os 15 e os 35 anos numa geração de médicos, advogados, financeiros, engenheiros e profissionais da comunicação social.
Nas palavras da União Africana, “… uma população tão jovem apela a um aumento do investimento em factores de desenvolvimento económico e social, a fim de melhorar o índice de desenvolvimento das nações africanas.”
O programa de formação da MTF é uma iniciativa de desenvolvimento intencional neste sentido. Foi concebido para criar carreiras para aspirantes a profissionais de cinema e televisão, mas também para responder directamente às necessidades da MultiChoice, do sector dos meios de comunicação social e da economia africana como um todo.
Impacto cultural
Outra proposta crítica de valor deste percurso desde a formação até à produção no sector criativo é o seu impacto cultural. A formação de criativos africanos prepara-os para contar histórias africanas.
À medida que criativos africanos dinâmicos e altamente qualificados produzem conteúdos que repercutem fortemente junto do público africano, tal impulsiona o envolvimento, enriquece os negócios e permite que o povo africano se veja reflectido em conteúdos de poderosos com valores de entretenimento de classe mundial.
A ideia de ‘educar África’ é uma abordagem inovadora, à medida em que prepara os africanos para se educarem uns aos outros, cultural e espiritualmente, através da narração de histórias africanas. Estas histórias também permitem que África mostre ao resto do mundo o poder da sua história e o talento do seu povo, à medida que as nossas produções ocupam o seu devido lugar nas plataformas de conteúdo mundiais.
Enquanto o Dia de África se aproxima, esta dupla abordagem à auto-realização africana nunca foi tão relevante. O continente está a desenvolver as capacidades da sua população através da educação e da formação; mas também a melhorar a sua posição no mundo, através da produção de bens, serviços e resultados criativos que irão acrescentar valor, entreter e inspirar, ou seja, educar o mundo sobre o poder de África.
A Hidroeléctrica de Cahora Bassa, S.A (HCB), maior produtora independente de energia eléctrica em Moçambique, procedeu no dia 22 do corrente mês à entrega de diversos equipamentos em cumprimento de uma importante iniciativa que visa reforçar a segurança da Vila do Songo, sede da empresa, através da melhoria das capacidades das instituições de segurança locais.
Trata-se de cinco viaturas, nove motorizadas, seis computadores de mesa e três portáteis, três impressoras e onze detectores de metais, que serão essenciais para reforçar a segurança do empreendimento, da população residente da Vila, para os colaboradores da empresa e suas famílias, bem como para outras instituições existentes no Songo e seus visitantes.
“Ao fornecermos estes equipamentos, pretendemos não só prestar o nosso apoio para um ambiente mais seguro e protegido para todos, mas também demonstrar a nossa solidariedade inabalável para com as Forças de Defesa e Segurança, que são compostas por indivíduos dedicados que trabalham incansavelmente para manter a nossa vila e empreendimentos seguros. É ainda uma prova da nossa inestimável parceria com as Forças de Defesa e Segurança, reflectindo o nosso profundo apreço pelo seu serviço e sacrifício”, referiu Tomás Matola, Presidente do Conselho de Administração da HCB.
Ao fim de 20 anos de presença em Moçambique, a Vodacom, a principal operadora de telefonia móvel do país, lançou, na tarde de ontem, em Maputo, a sua Fundação, com objectivo de torná-la o principal veículo da empresa na área social.
Segundo o PCA da Vodacom, Lucas Chachine, a Fundação Vodacom vem cobrir actividades que vinham sendo feitas pela operadora na área de responsabilidade social, com destaque para as áreas da educação e saúde.
Falando aos jornalistas no fim da cerimónia dirigida pelo Secretário Permanente do Ministério dos Transportes e Comunicações, Ambrósio Sitoe, Chachine explicou que algumas actividades de responsabilidade social que eram desenvolvidas pela Vodacom causavam preocupação junto dos accionaistas, pelo que “era necessário termos uma instituição que se focasse na área social”.
“A Fundação é resultado de um trabalho que tem vindo a ser feito desde os primórdios da criação da Vodacom e é o reflexo do comprometimento da Vodacom no desenvolvimento do país”, defendeu o gestor, sublinhando que a Fundação terá como principal foco o sector da educação, onde a Vodacom já tem um protocolo de cooperação com o Governo, através do Projecto “Faz Crescer”, que se empenha no apetrechamento das escolas em meios digitais.
Refira-se que a Fundação Vodacom será presidida pelo jurista Hermenegildo Maria Cepeda Gamito, ex-Presidente do Conselho Constitucional e primeiro PCA da Vodacom, num mandato que deverá durar três anos. Por sua vez, a Vodacom irá doar, por ano, 1% dos seus lucros à Fundação, de modo a desenvolver as suas actividades. (Carta)
A União Europeia apela no sentido de se assegurar a boa conduta eleitoral em todas as fases do processo, desde o recenseamento, ao registo de candidatos e até à validação dos resultados finais.
O apelo, lançado no fim da 1ª Sessão do Diálogo de Parceria Moçambique/EU, que teve lugar na cidade de Inhambane, enquadra-se no espírito do diálogo político havido em Dezembro de 2023, o qual assinalou as irregularidades verificadas nas eleições municipais de 11 de Outubro.
Ainda em relação às eleições gerais de 2024, segundo o comunicado conjunto emitido no fim da Sessão, o governo moçambicano actualizou sobre o curso de todo o processo eleitoral, tendo destacado o recenseamento no território nacional e na diáspora e a selecção dos candidatos à Presidência da República, à Assembleia da República e a membros das assembleias provinciais pelos partidos políticos com assento parlamentar.
A União Europeia assinalou ainda a importância do respeito pelas liberdades cívicas e os direitos humanos, em particular as liberdades de expressão, de imprensa e de manifestação pacífica. Durante o encontro, o governo moçambicano reiterou o convite endereçado à União Europeia para o envio de uma Missão de Observação Eleitoral para o escrutínio de 09 de Outubro próximo.
Em resposta, a EU informou que aguarda a decisão da sua sede relativamente ao pedido feito pelo governo moçambicano para o envio de uma Missão de Observação Eleitoral.
“Ambas as delegações se congratularam pela decisão da extensão da Missão de Treino Militar da UE em Moçambique, [com a designação de Missão de Assistência Militar da UE (EUMAM Moçambique)] até 30 de Junho de 2026 e pelo contributo desta, num esforço conjunto com os Estados-Membros para o reforço da capacidade das Forças Armadas moçambicanas na resposta à violência armada no norte de Moçambique”, indica o comunicado.
A delegação europeia, de acordo com o documento, declarou que esta decisão é testemunho do compromisso na parceria com Moçambique no domínio da defesa e segurança.
O governo moçambicano deu o ponto de situação em Cabo Delgado, tendo destacado que as incursões terroristas têm merecido toda a sua atenção e que as Forças de Defesa e Segurança se têm empenhado no restabelecimento da ordem. Foi também assinalada a necessidade de assegurar o bem-estar das populações, a reposição de serviços essenciais e a criação de condições para o desenvolvimento sócio-económico das zonas afectadas pelo conflito, nomeadamente, através da implementação do Programa de Resiliência e Desenvolvimento Integrado do Norte de Moçambique (PREDIN).
O Diálogo de Parceria decorreu sob o lema “Diálogo de Parceria Moçambique – União Europeia: uma dinâmica renovada, uma confiança consolidada”.
A Delegação do Governo de Moçambique foi chefiada pela Ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação Verónica Macamo e integrou quadros seniores de diversos ministérios. A parte europeia, por seu lado, foi chefiada por Antonino Maggiore, Chefe da Delegação da União Europeia em Moçambique.
Este foi o primeiro diálogo que se realiza à luz do Acordo de Samoa (em vigor desde Janeiro do presente ano) que oferece um novo enquadramento jurídico para o relacionamento entre a União Europeia e os 179 países membros da Organização dos Estados da África, Caraíbas e Pacífico (OEACP). Nesse contexto, adopta-se a nova designação de “Diálogo de Parceria”. (Carta)
A Noruega celebrou o seu Dia Nacional na última quinta-feira (16 de Maio) com uma exposição intitulada "Independência Africana, Solidariedade Norueguesa", patente na Galeria do Porto de Maputo.
Numa nota enviada à nossa Redacção, a missão diplomática refere que a exposição sublinha o apoio de longa data da Noruega aos movimentos de libertação na África Subsaariana.
“Durante as décadas de sessenta e setenta, na Noruega e noutros países nórdicos, cresceu a indignação à medida que as pessoas tomavam consciência da desumanidade do apartheid e da injustiça do colonialismo. Homens e mulheres levantaram-se contra os opressores, em parceria com aliados nos países africanos. Isto impulsionou acções concretas por parte do governo norueguês, dos sindicatos, das igrejas e da sociedade civil”, destaca a nota.
Para o caso de Moçambique, tudo começou em 1969 com o apoio norueguês ao “Instituto Moçambicano” em Dar-es-Salaam, que servia como o centro educativo da FRELIMO no exílio. Apesar das sensibilidades em relação a Portugal, aliado da NATO, o apoio da Noruega manteve-se firme, reconhecendo a justa luta pela independência. Isto lançou as bases para laços sólidos entre Noruega e Moçambique. A cooperação para o desenvolvimento foi iniciada em 1977 e ainda é uma parte vital das relações bilaterais.
Comissionada pela Noruega e executada pela Fundação Liliesleaf da África do Sul, a exposição já passou por várias capitais africanas, entre as quais, Pretória, Dar-es-Salaam, Harare, Luanda e Addis-Abeba, para além de Nova Iorque (ONU), antes de ser interrompida devido à pandemia de COVID-19. Com o fim da pandemia, a exposição está agora disponível em Maputo.
A exposição incentiva ainda uma reflexão sobre a importância da solidariedade internacional na construção de um futuro mais justo e equitativo. Na cerimónia de abertura, o Embaixador da Noruega, Haakon Gram Johannessen, afirmou: "Solidariedade significa sentir a dor dos outros. Significa envolver-se para enfrentar desafios maiores do que os nossos próprios, que também podem afectar o nosso futuro comum. Num mundo de mudanças climáticas, pobreza e conflitos em ascensão, a solidariedade é mais necessária do que nunca.”
A amostra em painéis reflecte a estética de vários países africanos, que contam as histórias do envolvimento da Noruega na descolonização e libertação em África. A exposição demonstra a universalidade dos direitos humanos, o poder da solidariedade internacional e como as experiências passadas podem ajudar a enfrentar os desafios enfrentados hoje. (Carta)